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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Marte revelou Ogum no descobrimento do Brasil.

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A carta do Descobrimento, que corresponde ao momento em que as caravelas portuguesas fez o primeiro avistamento da terra, ao largo da costa baiana, nas imediações do Monte Pascoal. Em qualquer versão aproximada das 16 horas, para se levantar essa carta poderemos encontrar a casa 9 (crenças, religiões, ética) apresentando como único ocupante o planeta Marte, nos primeiros graus do feminino e lunar signo de Câncer. Marte está em trígono exatamente com a Lua em Peixes, regente de Câncer, e com Urano no último grau de Aquário, posição muito próxima do Ascendente da carta da Independência, da qual este Urano é regente. Essa configuração astrológica pode ter influenciado as tradições referentes a São Jorge e a Ogum começaram a firmar-se no Brasil possivelmente ainda no período colonial. 
 
A posição de Marte no signo de Câncer que é a casa das crenças e religiões já indica que, desde o alvorecer da formação do país, haveria de impor-se o culto a um princípio marciano - um "deus-guerreiro" - temperado pela natureza maternal da Lua. São Jorge em sua concepção de "vencedor de demandas" sob a proteção do estandarte da Virgem Maria (o trígono com a Lua em Peixes) é o Santo Católico que melhor traduz essa imagem e simbologia. Esta Lua identifica-se também com Iemanjá, a divindade do estuário dos rios da Nigéria, que no Brasil transformou-se em Rainha do Mar (Peixes, signo da vastidão oceânica). A participação de Urano na configuração mostra que tais cultos, aos orixás e aos santos católicos, tendiam a gerar uma síntese criativa, apta a afastar-se cada vez mais dos modelos originais. Permitindo assim a formulação de uma expressão religiosa própria, tipicamente nativa, mediante o livre aproveitamento de elementos das raízes européia, africana e indígena. Já em nossa época onde Urano transita o signo de Peixes e ainda se referindo a religiosidade e cultos nos mostram uma nova tendência de culto mais fanatizado. Por isso esse grande afloramento e manifestação dos chamados “evangélicos”, isso se dá pela troca de domicilio de Urano com Netuno. 
 
 A religiosidade brasileira está vocacionada para um desprendimento das amarras institucionais, ganhando uma dimensão intimista, libertária e afetiva. Aliás, cabe observar também que o Meio-Céu do mesmo mapa está em Câncer e que seu regente, a Lua, encontra-se em Peixes. Sendo dois signos aquáticos e femininos, não é de estranhar que o país tenha como padroeira (um sentido de casa 10) Nossa Senhora Aparecida, uma virgem negra. Como toda configuração astrológica comporta expressões positivas e negativas, Marte em Câncer na 9 também fala de combate por questões religiosas e da agressividade. Por isso tantos combates foram enfrentados pelos nativos tanto africanos quanto brasileiros aos seus cultos e ritos. O poder dos administradores portugueses (trígono com a Lua, regente do Meio-Céu, ponto que simboliza a autoridade do governante). As conversões forçadas, as manifestações de intolerância religiosa e a violência contra índios e escravos em nome da fé também estão contidos nessa importante configuração. No entanto, sabemos que a Igreja Católica teve no período colonial, muitos representantes de elevada estatura moral e profundo amor pela terra e sua gente. 
 
O exemplo mais evidente foi o do jesuíta José de Anchieta, um grande homem que colocou sua fé em harmonia com a moral e a ética. Por isso foi lhe atribuído o título de Apóstolo do Brasil. Na verdade a simbologia astrológica fala de necessidades e de princípios universais, mas cada cultura cria suas próprias formas de manifestar o significado de signos, planetas e casas. Como as culturas são como organismos vivos, onde cada elemento ajusta-se aos demais e responde às necessidades de adaptação ao meio ambiente, às particularidades da formação cultural geram traduções de conteúdos astrológicos que não são absolutamente intercambiáveis, mesmo guardando analogias entre si. Então nesse contexto da Nação Brasil que sempre teve variadas culturas mescladas em sua composição. Mas que de certo modo se complementam e se harmonizam, trouxe uma forma esplendida de culto que ao mesmo tempo em que nascia da tradição anunciava um jeito moderno de cultos futuros. 
 
Muitos desses cultos às vezes enxergados como estranhos, mas todos no geral aglomerando um grande número de adeptos. Isso advindo da influencia de Urano sobre o descobrimento do Brasil, ou seja, a ação de um Urano socializador sobre as massas (Lua/Urano). Assim, não há como tomar o panteão dos deuses da mitologia greco-romana e encontrar, para cada um, uma correspondência exata nas lendas da Europa cristã, ou na mitologia afro-ameríndia. A lenda de São Jorge, por exemplo, guarda ecos dos mitos relacionados ao Ares grego e ao Marte Romano, assim como os mitos de Ogum encontram ressonância na história do santo cristão. Todos expressam valores de Marte, mas sempre com nuances locais, que respondem às necessidades específicas da comunidade que os cultua. Ou seja, uma influencia do ambiente local ao vermos a ação do Guerreiro nas bases de um Templo que também é lar ao mesmo tempo (Marte sobre a força lunar de Câncer). 
 
O nosso Brasil, em seus 5 séculos de história, já elaborou suas próprias sínteses, que são tão ricas do ponto de vista simbólico quanto aquelas originárias da velha civilização grega. Neste sentido, entender o significado de São Jorge e de Ogum para o povo brasileiro é entender também como o princípio simbolizado por Marte é vivenciado nestas paragens tropicais. Assim ao entendermos isso podemos ver que aqui o Guerreiro pode ser também uma Guerreira, ou ainda que uma das armas usadas por Ele não é só arma de guerra, mas por muitas vezes utiliza-se das armas afetivas. Aqui todas as religiões se dão bem por que a harmonia já começa no interior tanto das entidades quanto do ser humano. Até mesmo quando se aceita que um orixá se manifesta tanto de forma masculina, quanto feminina já se esta aceitando as diferenças do próximo. 
 
E ao observar o mapa do descobrimento podemos ver claramente que até mesmo Ogum, como qualquer outro orixá sempre visto como guerreiro pode se manifestar passivamente mostrando seu lado totalmente feminino e sem perder seus poderes nem valor. Podemos notar isso através da observação do trigono formado entre Marte e a Lua sendo que ela se encontra dentro da casa 5 signo do prazer e do poder. Isso mostra que mesmo de forma meiga e sensível o poder poderá ser intenso e o comando atendido. 
 
Participando desse aspecto através da conjunção com a Lua e do trigono com Marte podemos perceber que Urano já nos revela aqui um prenuncio de movimentos futuros em prol da sexualidade livre e do respeito ao que a sociedade conservadora considera como inaceitável e estranho. Um exemplo a Parada Gay que vem crescendo a cada dia. Júpiter como dispositor de Marte na casa 9 e Vênus na casa 8 mostra que o sexo e o prazer também seriam buscado mesmo que entrando em contradição com os conceitos limitadores das tradições religiões e preconceitos da sociedade brasileira (Saturno em oposição a Plutão na casa 7). 
 
O importante é que aceitemos que a dualidade existe em tudo o que foi criado. Até mesmo nos orixás. Se a força feminina não se manifesta em forma física no masculino, o que alias não é necessário, pois basta que isso se dê num nível mental e espiritual no ser podemos compreender que a totalidade não se manifestou por inteiro. 
 
Carlinhos Lima – Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador.
18/08/2010
 
 
 

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