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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ifá Orumilá os portais sagrados pra acessar seu destino


Para orientar os que o procuram, o sacerdote de Ifá, chamado bàbáláwo (babalaô, pai do segredo), reporta-se ao Odù Corpus, conjunto riquíssimo de conhecimentos esotéricos e registros históricos da milenar tradição iorubá. Utiliza-se de sementes de ikin ou da corrente òpèlè, cuja configuração geomântica remete a um dos 256 odus lá contidos, cujos itan (narrativas míticas) estabelecem analogias entre a situação das personagens e trajetória existencial do consulente. Ifá compreende todos os idiomas da terra, o que lhe possibilita aconselhar todos os seres humanos, sem exceção. O corpus literário de Ifá guarda a história dos orixás e o ensinamento de curas através do uso de ervas. Por isso seus sacerdotes devem conhecer, além da prática divinatória, o preparo de remédios. Orumilá tem por irmão mais novo Ossaim, a divindade da cura, de cujo auxílio serve-se desde os primórdios. No jogo oracular, Exu é divindade particularmente importante, dada a sua relação estreita de amizade com Ifá.

As regras que o babalaô obedece incluem não se aproveitar das próprias prerrogativas. Como possui amplos e profundos conhecimentos é procurado por muitas pessoas, algumas em situação de crise, fragilizadas pelas circunstâncias difíceis que enfrentam, mergulhadas num sofrimento do qual querem escapar, literalmente, a qualquer preço – e isto favorece o abuso de poder. Entretanto, recebe a advertência de não agir em benefício próprio. Entende-se que o grande privilégio e a grande riqueza do sacerdote de Orumilá reside na oportunidade de estar a seu serviço. Este itan do Odu Ofu-Ose, narrado ao Babá King pelo venerável Babalaô Fabunmi Sowunmi, elucida a esse respeito:

Eni to ba puro
Iro a pa
Eni ti o ba seke
Eke a ke won lowo
A ke wån lese
A ti won si gburugburu ona oun
Awon lo se ifa fun ajangurumale
Ti nse oluwo lode orun
Gbogbo eni ti o ba
Nfi suru pe suru
Ajangurumale ifa
Ni yoo ja won sorun
Gbogbo eni ti o ba
Nfi suru pe suru
Ajangurumale, ifa ni yoo ja won sorun
E ma fi oku pe aye
E ma fi aye pe oku
Eni ti o ba fi oku pe aye
Eni ti o ba fi aye pe oku
Ajangurumale ifa ni yoo ja won sorun
Ajangurumale
E ma fi abiyamo pe agan
E ma fi agan pe oyibi
Eni ti o ba fi abiyamo pe agan
Ti o fi agan pe oyibi
Ajangurumale, ifa ni yoo ja won sorun.

  Indivíduos de várias origens têm procurado iniciações em Ifá, tanto em território africano quanto nos países da diáspora. Esta prática é altamente recomendável, pois esta iniciação, em particular, marca seu ingresso formal na Religião Tradicional Iorubá. Além disso, em tal circunstância revela-se o odu de nascimento de cada pessoa, que indica o seu destino na terra.

Seus principais símbolos são ikin (sementes de palmeira), òpèlè (a corrente divinatória, de uso privativo de seus sacerdotes, feita com oito metades da semente sagrada de mesmo nome), óta (pedra de assentamento), ìrùkèrè (cauda de animal que, após preparo artesanal e mágico, é carregada por sacerdotes e reis como sinal de realeza e poder), obi, orobô, búzios e pedaços de presa de elefante gravados, que ficam guardados em um receptáculo colocado em lugar alto, num canto ou no centro do cômodo. Seus colares e pulseiras são confeccionados alternando-se contas de cor verde e marrom.

Aquele que mente será destruído pela mentira Aquele que provoca discórdia será destruído pela discórdia. A falsidade despojará o falso da força vital de que dispõe. A falsidade destruirá os falsos. Foram eles que adivinharam para Ajagunmale (Ifá), sábio supremo no orun. Todos aqueles que trocam a verdade pela mentira serão levados para o orun por Ajagunmale (Ifá) Não chamem o morto de vivo, nem chamem o vivo de morto Quem chama o morto de vivo ou chama o vivo de morto será levado para o orun por Ajagunmale (Ifá) Não chamem uma mulher fértil de estéril, nem chamem uma mulher estéril de fértil Quem chama uma mulher fértil de estéril ou chama uma mulher estéril de fértil será levado para o orun por Ajagunmale (Ifá) Não chamem o preto de branco, nem chamem o branco de preto Quem chama o preto de branco ou chama o branco de preto, será levado para o orun por Ajagunmale (Ifá) Orunmilá diz que prefere matar o babalaô que mente para quem o procura em busca da verdade e colocar em seu lugar um homem ignorante a respeito da complexa sabedoria de Ifá Orunmilá prefere um homem que não conhece a sabedoria de Ifá do que um grande conhecedor dessa sabedoria que seja falso e mentiroso.

Orumilá, Ifá ou Ifá-Orumilá, a divindade oracular dos iorubás, é respeitado por sua sabedoria. As palavras Ifá-Orumilá e Orumilá designam a divindade, enquanto Ifá designa, simultaneamente, a divindade e o sistema divinatório a ela associado. Òrúnmìlà forma-se da contração de órun-l'ó-mo-à-ti-là (somente o céu conhece os meios de libertação), ou de órun-mo-olà (somente o céu pode libertar). Ifá, por sua vez, tem por raiz fa (acumular, abraçar, conter), indicando que todo o conhecimento tradicional iorubá acha-se contido no corpus literário de Ifá, ou Odù Corpus.
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