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quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Fé - em defesa do meio ambiente: Mãe Stella passará a presentear Iemanjá com cânticos em 2016

Meire Oliveira

Mãe Stella afirma que a essência do rito não mudará

No artigo Presença, sim! Presente, não!, publicado na edição desta segunda-feira, 21, em A TARDE, a ialorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, Mãe Stella de Oxóssi, revelou que, a partir de 2016, o terreiro não irá colocar presentes no mar em homenagem a Iemanjá.
"Meus filhos serão orientados a oferendar Iemanjá com harmoniosos cânticos. Quem for consciente e corajoso entenderá que os ritos podem e devem ser adaptados às transformações do planeta e da sociedade", diz o texto escrito pela líder espiritual do terreiro fundado por Mãe Aninha em 1910.
"A recomendação feita aos iniciados do Afonjá tem lógica, embora seja diferente da estrutura histórica construída ao longo dos anos.  Cântico também é uma forma de ofertório. Chama a atenção para a possibilidade de cultuar de outra forma baseada na liberdade litúrgica que toda casa tem de dizer como proceder naquele espaço", disse o historiador e religioso do candomblé, Jaime Sodré.
Discussão
O religioso destaca ainda a relevância da discussão. "É importante o candomblé discutir assuntos contemporâneos. Mãe Stella está fazendo a comunidade refletir, apesar de já existir uma preocupação ambiental dos pescadores e frequentadores da festa que deve ser intensificada. Mas, uma tradição que se instalou por um longo período precisa do mesmo prazo para ser revertida", acredita Sodré.
A amplitude da festa em homenagem à Rainha do Mar, realizada no dia 2 de fevereiro, no bairro do Rio Vermelho, foi a principal motivação da recomendação de Mãe Stella.
"A festa adquiriu uma amplitude que ultrapassa a religião. No início era um grupo restrito, mas uma multidão, inclusive de seguidores de outras denominações religiosas, coloca presentes no mar e nem tudo faz bem ao meio ambiente", explica Mãe Stella.
Limite
Portanto, a ialorixá afirma ainda que as obrigações religiosas não deixarão de ser feitas. "Os ritos se fundamentam nos mitos e nestes estão guardados ensinamentos valorosos. O rito pode ser modificado, a essência dos mitos, jamais!".
A sacerdotisa aposta que a mudança deve agradar a divindade. "Creio que irá emanar uma energia maravilhosa, pois vai inspirar a criação de canções lindas para Iemanjá, que ficará muito feliz", disse Mãe Stella. O presente do Ilê Axé Opô Afonjá ocorre no final do ciclo de festas da Casa, no mês de novembro.
O líder espiritual do terreiro Mokambo, tata de inquice Anselmo dos Santos, acredita que - preservando o cuidado com o meio ambiente - a tradição deve ser mantida.
"Por conta da consciência ambiental, que tem crescido ao longo do tempo, não acho necessária a retirada dos presentes. No entanto, concordo  e opto pela escolha de materiais que não agridam a natureza e que ela tenha facilidade e capacidade de absorver", afirma.
A questão ecológica durante a Festa de Iemanjá, em fevereiro, tem sido colocada em debate há alguns anos. No próximo ano, a campanha 'Iemanjá protege quem protege o mar'- promovida pelo grupo Nzinga de capoeira angola - completa uma década.
"Fazemos um alerta para que os presentes sejam biodegradáveis, com materiais orgânicos", disse Paula Barreto uma das coordenadoras do grupo.
Os pescadores da Colônia de Pesca Z1 já fazem uma seleção de resíduos dos presentes que são levados ao mar junto com o presente principal feito de material biodegradável.
Procurado para falar sobre assunto, o presidente da Colônia Z1, Marcos Souza, não respondeu até o fechamento desta edição.
Desafio
Não é a primeira vez que a ialorixá que assumiu o Ilê Axé Opô Afonjá desde 1976 propõe discussões dentro da religião.
Na década de 80, Mãe Stella foi a autora de um manifesto que orientava o afastamento do sincretismo - associação entre santos católicos e orixás, inquices e voduns -, prática comum, na época, que estabelecia algum tipo de correspondência dos ritos realizados no candomblé com o catolicismo.
Na ocasião, o documento também foi assinado por sacerdotisas como Mãe Menininha, Olga do Alaketu e Doné Ruinhó.

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