EM NOME DO FILHO - Sepultamento de Cristo (1600-1604), de Caravaggio: crença vigorosa, com mais de 2 bilhões de fiéis (Araldo de Luca/Latinstock) |
Estudo joga novas luzes sobre o debate das relações entre valores humanos e fé
O mais novo e ambicioso estudo destinado a analisar cientificamente o papel religião na história começa a dar seus primeiros passos este mês na Grã-Bretanha. À frente de uma equipe de pesquisadores, o psicólogo evolucionista inglês Robin Dunbar, professor da Universidade de Oxford – que se notabilizou duas décadas atrás por seus trabalhos relacionados ao comportamento animal –, pretende testar uma hipótese nada mística: a de que a religião teve influência decisiva na formação das comunidades humanas. “Estamos querendo descobrir como os seres humanos fizeram para conseguir criar grupos tão grandes – e nos ocorreu que a religião provavelmente fez parte disso”, explicou Dunbar a VEJA. Como os valores e deveres só se mostraram indispensáveis a partir do advento da vida comunitária, o trabalho do psicólogo inglês vem iluminar um debate que cada vez mais inflama as relações entre crentes e ateus: a moralidade pode prescindir da existência de Deus?
(Com reportagem de Fernanda Allegretti)
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