Na Rússia está prevista a criação de um Centro de Detecção e Rastreamento de Asteroides e Cometas Perigosos, informou Igor Bakaras, chefe do Centro Analítico-Informacional de Apoio à Segurança da Atividade Espacial do principal instituto científico da Roscosmos, o TSINIIMASH (especializado no desenvolvimento de mísseis e motores para sistemas de defesa).
"No âmbito da criação do Sistema de Monitoramento e Apoio à Informação de Segurança das Atividades Espaciais, está prevista a criação do Centro Russo de Pequenos Corpos Celestes, cuja principal tarefa será detectar e rastrear os corpos celestes de origem natural que se aproximam da Terra", disse.
A organização realizará a cooperação interinstitucional com a Corporação Estatal de Atividades Espaciais Roscosmos, Academia Russa de Ciências, Ministério de Situações de Emergência, bem como com o Ministério das Relações Exteriores. Além disso, fornecerá informações e trocará dados com outros Estados e organizações internacionais.
O conceito do programa está previsto para ser preparado e aprovado em meados de 2020, e então começará sua implementação, disse Bakaras.
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Radiotelescópio russo RT-32
Raízes da implementação
O pesquisador-chefe do Instituto de Pesquisa Espacial da Academia de Ciências da Rússia, Natan Eismont, notou que a Rússia começa este trabalho já com uma certa base.
"Já existe um centro pequeno assim no Instituto de Matemática Aplicada há mais de seis anos, por iniciativa deles. Eles conseguiram comprar equipamento e até mesmo colocá-lo em quase todo o mundo para observar asteroides perigosos. Evidentemente, não desenvolveram suas atividades à mesma escala que os americanos ou os europeus, mas as suas observações estão dando resultados. Durante este tempo descobriram várias dezenas de asteroides perto da Terra. Seja o que for, essas pessoas contribuíram e estão contribuindo para essa atividade muito importante", disse Natan Eismont.
Segundo ele, o trabalho do Centro de Detecção e Rastreamento de Asteroides e Cometas Perigosos fará parte de uma empresa internacional, consolidada no mundo.
"Conhecemos agora cerca de 21.000 objetos potencialmente perigosos, como aqueles que poderiam colidir com a Terra, em 1.000 anos, por exemplo. [...] Este trabalho tem sido realizado em grande escala desde cerca de 2005, após a descoberta do asteroide Apophis em 2004. Essas atividades foram consolidadas mundo afora, resultando na descoberta de aproximadamente cinco asteroides potencialmente perigosos por semana. E, até agora, pode-se supor que os
grandes asteroides, com alguns quilômetros de tamanho, já são conhecidos, ou seja, suas trajetórias são previsíveis e seu tamanho foi estimado. Ou seja, essa campanha, de natureza internacional, teve resultados muito importantes, e ainda estamos recebendo-os", disse Natan Eismont.