Temos que buscar sabedoria e não respostas mesquinhas |
Deus falará diretamente a alma que busca a luz da verdade
A maior parte das pessoas vem a este mundo por uma razão particular. Esta razão, tem um interesse pessoal, uma missão que essa determinada pessoa tem que cumprir, mas, tem também razões diversas que inserem ela nos círculos sociais, nos ciclos do tempo, nas metas ancestrais e em muitas outras coisas que seu destino vai revelando pelo caminho. Assim, ao contrário do que muitos acreditam e afirmam, nós não somos tão livres e nem tão forçados. Há na verdade, um parâmetro lógico existencial. Temos metas a cumprir, que são predeterminadas, mas, que podem ser ajustadas ao longo do percurso, cumpridas a risca ou até rejeitadas. Mas, claro que tudo tem um preço. Quando remamos contra a maré, tudo fica mais difícil, penoso e perigoso. Igual a nadar contra a correnteza de um rio.
É comum ver pessoas que tem uma vida estável, boa renda, sucesso e está contente com a vida que leva, dizer "o destino é a gente que faz", quase escarnecendo de quem não consegue se firmar na vida, estabelecer sucesso profissional e nem alcançar prosperidade. Pra essas pessoas, quase sempre com poderes materiais e estabilidade financeira, o orgulho pessoal grita algo, o ego se inflama e é comum, dizer que Deus não existe ou se enfiar em alguma religião pra demonstrar algum agradecimento formal, como que pra dar alguma explicação ou reverência a algo que elas consideram ter lhe dado tais bênçãos. E ai vemos frases do tipo "Deus é fiel", também discursos inflamados em templos, agradecendo o que alcançaram, lançando uma espécie de merchan pra dizer que ele é abençoado e se quiserem também ser, teriam que imitá-lo. No entanto, é que a verdade, não é tão simples. Assim apesar de quererem gritar "esse é o nosso Deus", contarem história de que só sendo dessa ou daquela religião seremos felizes, na verdade, não é bem isso. Tem pessoas que não acreditam em nada, que são ricas, famosos, sadias e felizes. Ao mesmo tempo, em que tem pessoas fanáticas, não param de rezar, frequentar templos e se dedicarem a religião e são miseráveis. Mas, esse campo é hilário, sempre dará margem a uma desculpa, do tipo "é que a fé dele é fraca" ou "ele não tem merecimento". E como então avaliar essa fé ou alcançar esse merecimento? A verdade, é que tudo é subjetivo, pertence a leis complexas e nada do que se aplica a uma pessoa servirá da mesma forma a outras.
Tem pessoas que chegam numa exposição de arte, moderna ou antiga, olha e contempla tudo, saindo maravilhado com tudo. Porém, na mesma exposição, outras pessoas entram, olham tudo e não acham graça em nada e até saem de lá fazendo críticas. Bem, os defensores da arte, irão dizer que é falta de cultura, de conhecimento e falta de percepção dos que não conseguiram enxergar a beleza. Enquanto que outros que defende o livre pensamento, dirão que ninguém é obrigado a gostar de tudo. E assim, tem os que gostam de coisas com tons fortes, enquanto outros gostam de coisas bem singelas, discretas e simples. Ou seja, cada pessoa sente a vida, com seus sentidos, seus conceitos, sua alma e tem um jeito próprio de ver a vida. E isso é determinante para encaminhar nossa vida em todo. Não só no âmbito material, mas, também espiritual.
Assim, muita gente vai ler um artigo de astrologia ou sobre orixás e achar besteira. Se tiver uma visão fanática e religiosa, vai dizer que é coisa do mal ou simples baboseira. Enquanto outros, que tem a alma inclinada ao misticismo, vão se deliciar, ler com atenção e se ligar em todas as frases. Da mesma forma, tem gente que lê a Bíblia, se sentirá emocionado toda vez que ler as mesmas passagens, baterá no peito e se sentira maravilhado, como se tivesse lendo um livro escrito pelo próprio Deus. Aliás, é por isso, que a primeira estratégia da igreja, foi implantar na mente das pessoas que a Bíblia é a palavra de Deus. Portanto, não pode ser questionada, combatida ou modificada. E há séculos, essa estratégia da igreja tem dado certo pra muitos. Mas, sempre haverá pessoas que mesmo assim batem de frente com a religião, não sentem nada com as pregações e não enxergam nada demais nos sacerdotes. Tem também pessoas que sequer acreditam que Deus existe. Enquanto outros, falam tanto no nome de Deus que acabam até pecando por chamá-lo em vão.
A verdade, é que além de uma identificação de alma, cada pessoa, é refém de seus conceitos. Por isso, tem muitas pessoas que não saem da igreja, mesmo tendo todas as dúvidas imensas e possíveis na cabeça. Só que ela finge não ter, continua rezando e sendo religioso social. Isso porque inseriram na sua mente, que aquele é um caminho que todos teriam que seguir, que ir contra é pecado, que questionar, questiona-se a Deus e que o resto fica na conta do dogmatismo. Ou seja, tudo que se duvidar e for perguntar aos líderes religiosos, eles irão responder "os desígnios de Deus são insondáveis". Vão sempre ter um artifício tanto pra fomentar o medo, quanto pra manter o respeito e prender a pessoa na crença.
E a verdade é que pelo menos um terço das pessoas no mundo, estão incluídas na classe das "ovelhas" ou seja, vieram ao mundo pra serem manipuladas, seguirem regras, servirem aos outros. Enquanto outros pertencem a classe de "lobos", vem pra amedrontar, castigar, perseguir e dominar, até mesmo com desonestidade. Felizmente, há também uma classe de pessoas, inseridas no grupo dos pastores ou caçadores, aqueles que protegem os rebanhos menos favorecidos ou que não sabem se defender sozinhos. Porém o problema é que muitas vezes, os caçadores ou pastores se corrompem, sendo convencidos pelos lobos astutos e podem apenas passar sua vida, engrossando a massa dos manipuladores e abrindo mão de sua missão sagrada.
Saber a qual clã, a qual linhagem pertencemos, talvez seja uma de nossas missões iniciais ou mais importantes, antes de seguir rumo a realizar nossas missões. A confusão é que nos enfraquece, nos torna presas fáceis e frágeis. O grande problemas por exemplo, em se compreender a astrologia é começar a aceitar que o conhecimento astrológico, não existe pra servir a nossos desejos mesquinhos de poder, mas, pra nos auxiliar na busca por conhecimentos elevados e iluminação.
No meio umbandista e do Candomblé, por exemplo, muita gente segue pra cumprir tradição, por medo de se afastar ou por pensar que desobedecer traria punições. Enquanto outros, veem como coisa suja, chamam com nomes pejorativos, estigmatizados e com intolerância. Assim, sempre veremos pessoas, apenas procurando ajuda quando estão desesperadas, desnorteadas e pra tentar suprir seu orgulho ferido e solidão. E por isso, quase sempre perdem o tempo e sua busca será errada e frustrada. Pois o chamado pelo plano espiritual é pelo amor, pela vocação e pelo sentimento nobre, não por querer um passe de mágica que resolva suas mazelas e dores. Até mesmo o Kardecismo que se diz mais culto, mais nobre e mais exaltado espiritualmente, sofre e passa pelas mesmas provações. Pessoas que recorrem porque perderam entes queridos de forma inesperada e assim buscam um consolo e uma resposta pra seu vazio.
Até mesmo na Bíblia, vemos como ocorreu com o povo hebreu, que logo que surgia uma provação, logo se voltavam contra Deus e a divindade, tinha que estar mostrando seu valor constantemente. Ou seja, o homem moderno, tende a acreditar mais na ciência humana e palpável que naquilo que ele não pode tocar. Mas, o homem antigo também, queria sempre uma prova, um reconhecimento e um agrado. Assim a maior parte das oferendas em tempos antigos eram também pra pedir mais ou para agradecer por algo que já tinham recebido, mas, dificilmente eram oferendas apenas por contemplação, por vocação e por humilde fé espontânea.
O homem tem que saber observar o tempo, sentir seus sentidos como faziam os antigos magos. Não deve viver em igrejas, só buscando os sermões ou passes de líderes religiosos. Cada pessoa tem seu caminho. Ao abrir a percepção, o universo tenta se conectar, como o Windows ao ser iniciado, vai buscar todo hardware instalado no sistema. O homem se fecha. E ao buscar respostas programadas, quase sempre vai se decepcionar. Por isso o Budismo tem uma filosofia excelente, que nos ensina que a iluminação, vem com verdade, mas, acima de tudo, com naturalidade, sem forçar os sentidos do corpo, nem a mente e muito menos o espírito. E por isso, assim como na Cabala, a magia, precisa de simbologia, pra que possa-se ativar segredos adormecidos da alma. Pois nosso espírito é antigo e muitas coisas são anestesiadas e ficam dormindo precisando de um despertar.
A magia dos anjos ou enochiana, por exemplo, assim como o Arqueômetro e a Raiz de Pemba ou grafada dos orixás, nos remete aos mesmos caminhos, de uma junção da mente, da matéria e do plano sobrenatural. Um anjo pode agir nas dimensões, usando simbologia sagrada para que o divino e o miraculoso poder se revele. Por isso, os profetas em suas visões, viam tantos símbolos, tantas figuras e tantas configurações. E os profetas, assim como os grandes magos das eras antigas, conseguiam se conectar ao cosmos ou inconsciente coletivo, com a leveza de suas almas. Sem forçar, se desapegando de desejos escravizastes. Sem se agarrar a teorismos ou filosofias conflitantes. Assim, ao ir numa consulta de astrologia, tarô, búzios ou outros oráculos, como runas e I-ching, a pessoa sempre sairá de lá com alguma mensagem, quando ela vai apenas buscar a luz que guie seus caminhos. Mas, se ela vai lá armada, cheia de questões, buscando mensagens que ela acha que só elas serão essências, pra suprir seu vazio, jamais ela irá encontrar respostas. A pessoa não deve apenas se identificar e querer respostas pra sua indagação egoísta. O correto é buscar saber o que ela precisa ter e não o que ela acha que tem que ser.
Axé a todos e Shalom
Carlinhos Lima