Ogum feminino e masculino atraves do Sol e da Lua.
A lenda de São Jorge, que tem no Cristianismo Popular e não no culto dos orixás a sua origem e firmação em nosso país. Esse santo estaria segundo seus fieis, em permanente combate com o dragão feroz. Em umbanda Ogum é também o orixá que combate mais diretamente as hostes do Dragão. É Ele também que controla, castiga e apreende os Exus negros, Quiumbas e outras formas maléficas que tentam escravizar os filhos de fé.
O Catolicismo Popular afirma que Maria é o atalho para Jesus. Da mesma maneira, muitos astrólogos medievais viam a Lua como um caminho para o Sol, assim como, na concepção hinduísta, a vida sob o domínio da emoção e dos sentimentos é a etapa necessária para a vida no plano da criação pura.
Os astrólogos da Idade Média, era comum em textos da época a referência ao mundo sublunar para falar da mutável e inconstante realidade terrena, em contraste com a atemporalidade da perfeição espiritual simbolizada pelo Sol. Em todas as religiões antigas, a Lua e o Sol constituem um casal divino, cujo melhor exemplo é o mito de Ísis e Osíris no Egito.
No sincretismo afro-brasileiro, a associação é com Iemanjá e Oxalá, identificados, aliás, com Nossa Senhora e Jesus Cristo.
Para poder ser invadida pelo espírito e tornar-se uma incorporação dele, a pessoa deve começar a trabalhar com aquilo em que o espírito se manifesta. Deve começar a pensar e a sentir em termos de relação e de unidade individualizada. Astrologicamente falando, deve lidar com ciclos de relacionamento, ao invés de ciclos de posições. E o mais característico entre estes últimos, o que está mais profundamente impresso na experiência comum da humanidade, é o ciclo da lunação, revelado pelas fases da lua.
O ciclo de lunação é o arquétipo de todos os ciclos simples de relacionamento planetário. Sem duvida, é da experiência universal das fases da lua que o conceito mais primitivo de “aspectos planetários” se desenvolveu na mente dos homens. E foi também o estudo do ciclo de lunação que levou ao desenvolvimento dos fatores astrológicos conhecidos como “nós” e “rodas”. Com o ciclo de lunação entramos no reino da relação – um reino que a mente humana tem demorado muito para explorar.
Sabemos que o individuo humano opera basicamente em dois reinos: o reino do relacionamento dualista sol-lunar (“vida”), e aquele do complexo relacionamento orgânico estabelecido entre os movimentos periódicos dos planetas que estão dentro do sistema solar como um todo (o reino da “identidade individual”). Também já vimos que, enquanto o sol é a fonte de toda substancia-energia da “vida”, a lua é a construtora daquelas estruturas orgânicas através das quais este potencial solar é exteriorizado e diferenciado para uso na existência real.
Conclui-se que os planetas têm um relacionamento decisivo com a lua, pois estampam, com características especializadas, as estruturas que são “construídas” pela força lunar de vida orgânica. Isto poderá deixar o estudante de astrologia um pouco espantado e intrigado, mas sem necessidade. Ele prontamente reconhecera o fato de que a lua, circulando como circula ao redor da terra, liga periodicamente o reino dos planetas que estão dentro da órbita da terra, e o reino dos planetas que giram fora desta órbita. Também poderá perceber que no simbolismo oculto a lua é chamada de “mãe” da terra. Uma mãe não constrói deliberadamente os vários órgãos do embrião que carrega em seu ventre, mas a “Grande Mãe” – isto é, a força de evolução que produziu a espécie biológica homo sapiens – é o principio estruturador que está em operação em cada mãe individual.
Esse princípio estruturador, a lua, é como tecelão usando fios de varias cores e tramando-os para á frente e para traz no tear, a fim de produzir o desenho do tecido.
A lua no céu é como uma lançadeira que se movimenta entre os planetas exteriores e interiores do nosso sistema solar, tecendo a tapeçaria orgânica da vida humana com fios mercurianos e jupterianos, venusianos e marcianos, dentro dos limites do tamanho da trama determinado por Saturno.
Em si tratando de Umbanda-Astrológica, encontramos Ogum, orixá de conotação nitidamente masculina, assim como São Jorge, santo militar e pertencente a um universo dominado pelos homens, surgem tão freqüentemente relacionados à Lua e aos orixás femininos das águas, como Iemanjá e Oxum. Qual é a explicação para isso? Há, pelo menos, duas explicações possíveis: em primeiro lugar, as demandas que Ogum enfrenta pertencem todas ao domínio das paixões inferiores, como o ódio, a inveja, o ciúme e o egoísmo.
A Lua, cuja permanente mudança de fases bem representa a instabilidade da alma humana, é o campo de batalha onde os instintos precisam ser vencidos para que brilhe a natureza solar. Em segundo lugar, podemos lembrar o princípio da complementaridade dos opostos: masculino e feminino são polaridades que não podem existir de forma exclusiva, sem a complementaridade do outro pólo. Aqui notamos que lua assim como Ogum governa o mundo das relações.
Ademais essas tais relações como expus acima entrelaça todos os astros, da mesma forma que Ogum se entrelaça a todas as Linhas de Umbanda sendo ele o General e o arquétipo do Guerreiro. Alias, Ele é o regente do primeiro signo e da primeira casa da Roda Zodiacal.
Adeptos da Umbanda Tradicional e que não olham o significado característico dos orixás enxerga em Ogum, uma Entidade que carrega consigo tantas qualidades positivamente masculinas, como a força, a coragem, a energia do fogo e a carga de agressividade necessária para qualquer realização, precisa do tempero da receptividade, da doçura, da paciência e da devoção, atributos femininos dos orixás das águas. No entanto isso não traduz a verdade plena.
A ligação de Ogum com o lado feminino da Natureza, com a Lua e com a água, se dá através de si mesmo com a manifestação dos seus vários “eus” ou personificações.
Na Umbanda-Astrológica tenho por certo que os orixás se relacionam com os demais através de suas varias personificações e afinidades desenvolvidas pela junção dos elementos. Por exemplo, nesse ano de 2008, temos a junção do fogo o qual age através de uma fusão com a água. A manifestação do fogo sobre a água produz uma manifestação química e alquímica revelando outros elementos e sub-elementos.
Esse elemento revelado pela Alquimia Cósmica Sagrada é governado por uma das varias manifestações de Ogum, nesse caso Ogum Yara. Esse orixá além de não ser só uma manifestação masculina ele tem a perfeita junção com a parte feminina da natureza e protege muito mais as mulheres, sendo que essa proteção se estende também aos gays e lésbicas. Sem esse tempero, o resultado é desequilíbrio. Mas como eu disse, ele se dá dentro da própria manifestação personificada do orixá.
Os mitos africanos, ao mostrarem um Ogum guerreiro, violento, destruidor e, ao mesmo tempo, incapaz de compreender a alma feminina (ele perde, sucessivamente, suas esposas para Xangô), não estão falando verdadeiramente do orixá, mas de sua manifestação imperfeita e desequilibrada no próprio ser humano. E possivelmente uma das encarnações mal sucedidas do Ancestral desse orixá. Na medida em que as qualidades precisam ser integradas e harmonizadas, os conflitos míticos entre os orixás dramatizam exatamente a luta por essa integração interior, na busca da totalidade psíquica.
O Ogum do sincretismo afro-brasileiro, que trabalha harmoniosamente associado a Oxum e Iemanjá, como demonstram os pontos, já expressa, pois, uma concepção mais integrativa do que àquela presente nas lendas iorubanas. Mas para á Umbanda-Astrológica ainda não traduz a verdade por inteiro, pois para expressar o lado feminino não há necessidade de integração com orixás femininos, mas simplesmente revelar o lado feminino que há dentro do próprio orixá. Alias em todos os orixás.
Em todos os pontos em que Ogum aparece associado ao princípio feminino na Umbanda Tradicional, seja sob a forma da Virgem Maria, de Iemanjá ou de Oxum, o sentido é sempre o da força dirigida pela sabedoria, a energia de luta colocada a serviço da misericórdia. Trata-se de um belo simbolismo que reúne elementos das tradições cristã e iorubana. Mas o único erro é achar que para manifestar a força feminina nas esferas da sensibilidade e dos relacionamentos precise-se de integração com outro orixá feminino.
Ogum se liga aos demais orixás através dos quatro elementos
Originária do dialeto kikongo, macaia é palavra banta, (do antigo Congo), significando folhas sagradas. Pode ser traduzida também por mata sagrada (o lugar da mata reservado à realização de rituais) ou, dependendo do contexto, por fumo. Aqui notamos então a ligação com a mata virgem (território de Oxossi) quando vi surgir, vindo de seu local mais sagrado (um plano superior), São Jorge em seu cavalo branco (uma entidade de Ogum de grande elevação). Ou seja, aqui temos a ação de Ogum com uma personificação ligada e interligada com Oxossi.
Já a expressão auê, que vem do iorubano àwé, ou seja, meu amigo.
É uma saudação amistosa dirigida a desconhecidos e utilizada para todos os orixás. Aparece também o verbo saravar, que é simplesmente o mesmo que salvar, ou saudar, no português estropiado falado pelos primeiros escravos bantos (A palavra é puramente brasileira e não tem nada de africano. Dizer Saravá! É dizer (salve!). Em seguida, relacionam-se quatro diferentes manifestações do orixá: Mejê, ou o Ogum que são sete, ligado a Iansã; Rompe-Mato, ou aquele que trabalha ligado a Oxossi e Ossaim; Beira-Mar, que atua em conexão com Iemanjá; e Ogum de Lei, cujo nome vem do iorubano Delé, o que toca o solo. É o Ogum ligado à terra, ao chão. Ogum Beira-Mar - Marte em signos de Água (Peixes), ou Ogum Yara (Câncer). Mas não depende exata e exclusivamente da posição por signo como quer a Umbanda Esotérica, mas devem-se somar vários fatores, como a posição por casa e muitas outras somas que esclareçam qual manifestação predomina.
Ogum Mejê - Marte em signos de Fogo, especialmente Áries - é o Ogum do ferro e das armas, que troca energias com a também guerreira Iansã. Mas dependendo de outras posições essa manifestação poderá se revelar.
Ogum Rompe-Mato - Marte em signos de Ar, especialmente Libra (a ligação com Oxossi, um princípio agregador e civilizador, com muitos atributos venusianos) ou Aquário (a conexão com Ossaim, orixá do conhecimento fototerápico, com muitos atributos do espírito inventivo e científico associado a este signo). E ainda deve se observar não apenas a posição dos planetas, mas também dos signos por casas, dispositores e aspectos.
Ogum Delé - Marte em signos de Terra e relacionados com sua natureza estabilizadora, como Touro. Mas em especial no signo de capricórnio a força de Saturno no mapa e muitas outras somas importantes que devem ser feitas.
Não quero afirmar que a Umbanda-Astrológica substitui o Ifá na identificação do Odú da pessoa, mas para quem tem um conhecimento profundo tanto de astrologia quanto de umbanda pode sim ter uma aproximação muito considerável. Ademais não é difícil se encontrar sacerdotes de CANDOMBLÉ que erram em suas previsões e interpretações. Assim como também astrólogos que se dizem “influentes” e que se acham estrelas da mídia mesclar conhecimentos simplesmente para ganhar destaque e não admitirem que a astrologia seja incompreensível para eles.
No mais se fica bem claro que essas várias “estrelas” tão conceituadas no meio astrológico só querem mesmo é ganhar dinheiro manipulando as pessoas se passando por mestres.
Vêem-se também sacerdotes que fazem tudo por intermédio de guias e incorporações, mas nem todos têm um guia que seja mestre magista e por isso existem tantos erros. Esses erros levaram ao longo dos tempos os cultos afro-brasileiros e a astrologia a um enorme descrédito.
Como disse o Senhor “A verdade vos libertara”.
Carlinhos Lima – Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador. 15/8//2008
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