Rituais
e magia do bem e do amor: É muito comum ouvirmos de pessoas que não são
umbandistas, que a umbanda é uma grande confusão. Algumas chegam a
falar que a umbanda é “casa da mãe Joana”, onde cada um faz o que quer.
Não conseguem entender o motivo de um Terreiro, casa ou templo não
utilizar atabaques enquanto outros utilizam; outros usam roupas
coloridas enquanto outros usam somente o branco, outros
não trabalham com exus, enquanto outros fazem questão de trabalharem,
outros criticam com rigor o uso de sangue e sacrifícios de animais,
enquanto outros utilizam estes elementos.
Chamamos isto de Diversidade de Rituais.
O Princípio de Correspondência, (O Caibalion, p.6) embora não seja
suficiente, é necessário para o exercício mágico. Tal princípio consiste
tão simplesmente em entender as infinitas ligações entre os mundo das
coisas sensíveis e os mundos das coisas suprassensíveis.
Essa
ligação é meramente entre objeto material e objeto ideal, objeto
material e objeto sentimental (que pode ser ideal) e objeto material e
objeto imaginário e o objeto imaginário a todos os outros já citados. O
objeto material é todo o objeto que temos ao alcance dos sentidos, como
facas, pingentes, velas e etc. Esses são dotados de matéria e imagem. O
objeto ideal é todo o objeto que não existe ao alcance dos sentidos, e
muito menos possuem matéria e forma, e não podem ser sentidos
mentalmente, mas podem ser conceituados. Como a ideia de justiça,
sabedoria, beleza e etc.
O objeto sentimental é todo objeto que
não possui matéria e forma, que não existe ao alcance dos sentidos, e
pode ser conceituado e sentido pelo espírito¹. Como por exemplo, o amor,
ódio, alegria, tristeza etc. O objeto imaginativo, dos quais muitos
estão familiarizados, são simplesmente nossas criações do espírito,
isentos de matéria, mas dotados de forma. Como é o caso do centauro, das
memórias imagéticas, deuses e etc. Ligação de objeto material e objeto
ideal: em um ritual, quando usamos uma pena de pavão para representar a
ideia de beleza, uma vez que essa ideia não possui imagens, usam-se
imagens de representação para evocar a ideia.
Ligação de
objeto material e objeto sentimental: em um ritual em que o magista não é
capacitado para gerar sentimentos artificiais, usa o símbolo do
coração, por exemplo, para representar e evocar a ideia de amor e daí o
sentimento, uma vez que o amor em si não possui imagem.
Ligação de objeto material e objeto imaginário: como quando imaginamos
um ser ou um símbolo e lhe damos corpo físico, como alguém que cria um
selo mentalmente e o desenha no papel, o objeto imaginário liga-se a
todos os outros objetos, pois sempre se liga a ideia e às vezes a
sentimentos. Muitas dessas representações são arbitrárias e não de fato,
mesmo assim seu efeito é existente. Como por exemplo o coração, que de
fato nada tem a ver com o amor. Os deuses são representações ricas em
símbolos para representar o que não possui forma, daí temos o deus do
amor, da justiça, guerra, beleza e etc. Esses são em sua maioria
representação de ideias necessárias para o funcionamento da vontade.