Terreiro da Casa Branca, em Salvador, foi o primeiro a ser tombado pelo IPHAN, em 1984 (Foto: Egi Santana/G1) |
Tombado pelo Iphan em 1984, tempo religioso do Candomblé é considerado um dos mais antigos do país.
Morreu no sábado (8), em Salvador, Antonieta da Anunciação Matos, a "Egbomi Tieta de Iemanjá", como era conhecida, do Terreiro de Candomblé Ilê Axé Iyá Nassô, a Casa Branca. O templo é considerado um dos mais antigos terreiros do país e berço de vários outros tradicionais da capital baiana. O sepultamento da religiosa foi realizado na tarde deste domingo (9), no Cemitério Campo Santo.
Segundo informações de pessoas ligadas ao terreiro, a idosa esteve internada com quadro de saúde debilitado, mas a causa da morte não foi confirmada. Tieta de Iemanjá atualmente liderava a Casa Branca devido ao afastamento da Yalorixá Mãe Tatá, por problemas de saúde.
O Terreiro da Casa Branca é considerado um dos mais antigos do país, conforme explica o antropólogo baiano Ordep Serra. "Ele é uma grande matriz de centenas espalhados pelo Brasil inteiro". De acordo com o professor, religiosos iniciados na Casa Branca foram as pessoas que deram origem a terreiros famosos e tradicionais de Salvador, como o Ilê Axé Opô Afonjá e o Gantois.
O primeiro terreiro do Brasil tombado pelo Iphan foi o da Casa Branca, em 1984. Situado em uma área de aproximadamente 6.800 metros quadrados, com edificações, árvores e objetos sagrados, o templo fica na Avenida Vasco da Gama, em Salvador.
O Ilê Axé Iyá Nassô Oká é uma instituição religiosa de culto ao Orixá que tem como principal objetivo a preservação das tradições nagô deixadas pelos africanos que a fundaram. O nome da casa é uma referência à sacerdotisa da corte do Alafin de Oyó.