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Planetas e Orixás regentes de 2023

domingo, 12 de março de 2023

Pesquisas de TARO - magia, numeros e simbolismos

NÚMEROS: HISTÓRIA E SIMBOLOGIA




Os números simbolicamente significativos que vêm depois do dez são o onze, investido algumas vezes de conotação nefasta, mas sobretudo o doze, ao qual se atribui uma grande importância (número dos signos do zodíaco, base do sistema senário babilônico, número das tribos de Israel e dos apóstolos, etc). Doze deuses constituíam, desde o século 5º a.C., o panteão da Grécia: Zeus, Hera, Deméter, Apolo, Artemis, Ares, Afrodite, Hermes, Atena, Hefestos, Poseidon e Héstia, que era com freqüência substituída por Dionísio (Baco).
 
 O Plano Espiritual se divide em NOVE sub-planos conhecidos como NOVE “céus”. Estes “céus” são “habitados” por entidades “angélicas” citadas na Bíblia como os NOVE coros de anjos e que nada mais são que focos atômicos de energia diversificada da Energia UNA. Estes “céus” são simbolicamente representados pelos planetas do sistema solar, com exclusão da Terra e do planeta Plutão, só recentemente descoberto, e com a inclusão do Sol e da Lua. São assim distribuídos os “céus” cabalísticos e seus respectivos focos “angélicos” de energia:

PRIMEIRO “CÉU” - A Lua, o mais próximo do mundo físico. Nele se localiza o Elemental dos desejos, também conhecidos pelos teosofistas como Plano Astral. Nele encontram-se as aspirações que são o resultado dos pensamentos elevados. Os átomos energéticos deste plano denominam-se “Anjos”;
  
Quanto à sua composição, o doze pode ter sido formado tanto pela multiplicação do quatro por três (três vezes cada um dos quatro elementos – fogo, terra, ar e água – que constituem os signos astrológicos) quanto pela multiplicação do três pelo quatro (quatro vezes cada uma das três modalidades dos signos – cardinal, fixo e mutável – ou, em outros termos, pelas três forças: positivo, negativo e neutro). Ele representa, de todo modo, a íntima aliança entre a dinâmica do três e a completude do quatro.
 
 
 O homem, criatura de Deus, o Microcosmo, encerra em si mesmo todos os “céus” e, por isto, tem capacidade para erguer-se de seu Plano Material até ao Páramo Celeste, residência de Deus. Para isso ele conta com as emanações e vibrações dos átomos energéticos, oriundos dos “céus” por eles “habitados”. Estas vibrações conduzem-no à criatividade, à razão, ao amor, às manifestações de vida, à ação, à benevolência, à ventura, ao altruísmo, à crença. Todas estas virtudes lhe são inerentes e com o cultivo delas ele garante para si a constante Evolução que é o imperativo da vida e que o conduz às regiões mais altas do Infinito!

A Mitologia grega tentou explicar esta ascensão espiritual do homem através da senda das Artes. Para os gregos, o artista era um ser privilegiado, evoluído e digno da maior consideração e do maior respeito. As Musas, representantes, ou mesmo a própria Inspiração Divina, eram as protetoras do artista e as incentivadoras das Artes.
 
As diferentes manifestações do doze – tribos, apóstolos ou signos zodiacais – foram muitas vezes colocadas em relação recíproca por autores cristãos: “Os doze apóstolos têm na Igreja o lugar que os doze signos do zodíacos ocupam na Natureza, visto que, como os signos governam os seres sublunares e presidem sua geração, os doze apóstolos presidem a regeneração das almas” (São Clemente de Alexandria, citando Teodato, o Gnóstico).
 
Outro exemplo: “o Cristo é o dia verdadeiramente eterno e sem fim que tem a seu serviço as doze horas nos Apóstolos e os doze meses nos Profetas.” (Zenon de Verona, Tractatus).
E Santo Agostinho, não teme escrever nas Enarrationes in Psalmos: “Existem doze apóstolos porque o Evangelho devia ser pregado aos quatro cantos do mundo em nome da Trindade: ora, quatro e três dão doze”.
 
 O DEZ é o número sagrado do Universal Secreto e esotérico em relação à Unidade quanto ao Zero. Os números pitagóricos tinham no “1” e no “0” o primeiro e o último algarismo

  Antes do “Princípio” já existia o Zero (0). No “Princípio”, surgiu o Um (l). A representação simbólica deste fato, nos é dada pela colocação do Um à direita do Zero (0), assim: “01”. É a manifestação do Absoluto, acionando a força latente no Círculo, através do raio (Um) que é a projeção do Ponto central de onde brota a Energia e este raio desce para criar todas as formas materiais e mentais simbolizadas nos diversos números, até o Nove, depois do qual, tendo o raio completado a sua trajetória descendente (Involução), retoma (Evolução) ao Circulo e, agora, se coloca à sua direita “10” (“à direita do Pai” segundo a expressão bíblica) simbolizando que a obra foi acabada.
 
 
 As proposições científicas são, em sua maioria, efêmeras. Assim, a Terra pôde ser considerada, por muito tempo, o centro do universo. O mesmo não podemos dizer sobre as descobertas no campo da Matemática, que têm, de modo geral, caráter permanente. Basta verificar que uma vez feita uma descoberta matemática, ela ganha vida, supera seu descobridor, tornando-se acessível para que os demais possam usá-la, servindo de base para novas possibilidades de conhecimento. Métodos de resolução de problemas matemáticos que foram descobertos pelos babilônios há milhares de anos ainda são ensinados nas escolas. A notação, obviamente, é distinta daquela utilizada em tempos tão remotos, mas o vínculo histórico é inegável (Guicciardini, 2018; Stewart & Ian, 2014)
 
Do Treze ao Quarenta

O número treze é quase sempre considerado de mau augúrio. Hesíodo (século 8º a.C.) prevenia os camponeses para não começarem a semeadura no dia 13 do mês. No ano bissexto dos babilônios existia um 13º mês colocado sob o signo do “corvo de mau augúrio”.
 
O Diabo teria sido o décimo terceiroJudas, o décimo segundo apóstolo e portanto o décimo terceiro participante da Ceia, na instituição da eucaristia pelo Cristo, trairia seu mestre por trinta dinheiros e acabaria por se enforcar ao se consumar o sacrifício de Jesus na cruz. Como é necessário, no entanto, que os apóstolos permaneçam doze, ele será substituído por Saulo, que passará a ser chamado de Paulo após sua iluminação.
 
Outras interpretações, que vão além da falta e da infelicidade, aparecem igualmente para o treze. Enquanto número da morte, pode também significar a morte simbólica que muda o Ser de nível, que leva portanto ao renascimento e leva o homem a alcançar os mistério do céu: parece ser este o sentido mais profundo da carta 13 do Tarô.
convidado ao sabá dos doze feiticeiros.
          

 No território onde anteriormente fora a Tchecoslováquia, um osso de lobo foi encontrado com 57 profundos entalhes dispostos em série e em agrupamentos ordenados. Tal artefato data de 30 mil anos, o que indica que a ideia de número precede a civilização e a escrita (Boyer, 1974; Stewart & Ian, 2014). No complexo de cavernas do Rio Klasies, localizado no distrito de Humansdorp, África do Sul, foi encontrado um fragmento de Ocre gravado com uma série de incisões. No artefato, os entalhes descrevem um padrão geométrico semelhante à letra "X" que se repete por uma série conectada e parece ser uma fração de um desenho maior. A peça tem 25 linhas e data de 100 mil anos. Também é notável um fragmento de osso bovídeo encontrado no mesmo sítio. Esse fragmento é dotado de linhas paralelas traçadas com cuidado, evidenciando o conhecimento da noção de paralelismo, um conceito matemático (Almeida, 2013).
 
No que tange particularmente à criação do homem, o simbolismo nos revela que o ponto central do circulo dá origem à Mônada, que é a parte imortal do homem, que se involui, no fenômeno da encarnação, para formar o ser humano, inicialmente imperfeito, constituído de matéria carnal densa que envolve a centelha Divina. Através do processo da Evolução ele se vai aprimorando, corrigindo seus erros, amoldando os seus defeitos, burilando seu caráter, exercitando a sua inteligência, elevando o seu espírito até atingir a
Pureza que o levará de novo para junto do Criador, de onde partira.


Assim como o 5 era a unidade central do 4, e o 9 a do 8, pode o 13 ser considerado para o 12 como o Cristo em relação aos apóstolos ou Iahweh para seus profetas. O treze pode, enfim, completar o doze introduzindo-o em uma outra dimensão: é assim que aos doze descendentes de Jacó se junta uma décima-terceira criança, sua filha Diná, do mesmo modo que, nos Evangelhos, vem juntar-se aos doze apóstolos a misteriosa figura de Maria Madalena.
 
 O princípio da influência dos astros, sobre a Terra e o homem, já foi explicado quando estudamos o número Sete. Apenas para recordar vamos dizer que as esferas celestes recebem quantidade de vibrações, luminosas e sonoras, partidas do Sol, na razão inversa das distâncias que dele guardam. Estas vibrações, partidas do Sol, compreendem uma gama extremamente grande de freqüências vibratórias e, cada esfera tem a propriedade de vibrar em uníssono com uma ou algumas destas freqüências. Como qualquer esfera recebe a gama vibratória integral, ela absorve as freqüências que lhe são harmônicas e reflete as demais que irão interferir nas outras esferas. Assim, a Terra recebe e absorve as vibrações que lhe são próprias, mas, além daquelas que lhe vêm diretamente do Sol e que com ela não se harmonizam ela recebe, das outras esferas o reflexo destas mesmas vibrações e isto influi no seu equilíbrio vibratório próprio, causando benefícios ou distúrbios que os astrólogos denominam de influências astrais.
Como sabemos que o Sol, em sua mancha aparente pela eclíptica, “visita”, durante os 365 dias do ano, por determinado tempo (30 dias), as DOZE constelações, ele envia para a constelação que está sendo “visitada” por ele uma quantidade maior de suas vibrações.
 
Vinte e quatro é o número das horas de um dia e dos anciãos no Apocalipse de São João (4,4). Ele está intimamente ligado ao doze por ser evidentemente o seu dobro, mas também, segundo os cálculos da aritmosofia, a metade: 24 --> 2 + 4 = 6, que é a metade de doze. O vinte e quatro é assim um “enquadramento” do doze, e é sem dúvida por isso que, no sistema de cálculo senário (de base 6) e em relação aos doze signos do zodíaco que eles conheciam perfeitamente, os astrólogos babilônios introduziram os 24 “Juízes do Universo”, ou seja, 24 estrelas, das quais 12 se encontram ao sul e doze ao norte”.
 
 Gostaríamos de ter maiores conhecimentos, de praticar melhores incursões pelos campos da Cabala, da Teosofia, da Astrologia, da Astronomia, da Numerologia, da História antiga e outros que se fizeram necessários para o desenvolvimento do assunto! Em todos eles bordejamos, mas faltou-nos fôlego para um maior adentramento. Os compêndios foram a nossa grande ajuda. Neles, procuramos nos abeberar com alguns conhecimentos para poder aplicá-lo nas necessidades do nosso trabalho
 
O vinte e seis representa na Cabala a soma das cifras do tetragrama sagrado (as quatro letras do nome de Deus JHVH, ou seja: 10 + 5 + 6 + 5 = 26). Vinte e oito, que representa um mês lunar e corresponde igualmente ao número de letras do alfabeto árabe, é evidentemente 4 x 7 e 2 x 14, o que explica por quê Osíris, deus da Lua, reinou por 28 anos antes de ser desmembrado por seu irmão Set em quatorze pedaços. Mais tarde ressuscitado por Isis, ganhou o Amenti, que é composto por quatorze regiões, para lá julgar as almas dos defuntos cercado por 42 deuses.


Trinta e três recebeu um significado particular no cristianismo por ser a idade de Jesus no momento de sua morte. Indica o número de cantos na Divina Comédia de Dante, bem como os degraus da “escada mística” na teologia bizantina.
 
Quarenta é o número da prova, do jejum e da solidão. Segundo os preceitos bíblicos, a mulher que acaba de dar à luz deve permanecer 40 dias no isolamento. Entre os gregos, o repasto fúnebre se desenrolava por quarenta dias e quarenta noite. Moisés esperou pelo mesmo lapso de tempo no Monte Sinai que Deus proclamasse seus mandamentos. A travessia dos filhos de Israel pelo deserto durou quarenta anos, bem como o jejum de Jesus após o batismo durou 40 dias, tal qual a quaresma do ano religioso. 

Sto. Agostinho considerava quarenta como o próprio número da peregrinação neste mundo inferior e da espera pelo Reino. A alquimia retomou esse significado ao indicar que tanto a obra em negro (nigredo: prova e sofrimento) quanto o conjunto da obra (peregrinação da alma e a espera do ouro filosofal) exigem a duração de quarenta dias.
 
 A partir do diálogo entre Jung (2011b; 2011c) e Pauli (1996), podemos dizer que quatro grandes fatores atuam na formulação do conhecimento: a empiria, o raciocínio lógico-matemático, as predisposições psicológicas do sujeito e as imagens arquetípicas. Desse modo, o conhecimento pode ser lido como uma conjunção entre natureza e psique (Jung, 2011b). Essas concepções foram utilizadas por Pauli (1996, pp. 279-280) na análise da gênese das ideias científicas de Kepler.

    O processo de compreensão da natureza, assim como o júbilo que o homem apresenta ao compreendê-la, isto é, a verificação consciente do novo conhecimento, parece estar baseada em uma correspondência, em uma germinação das imagens internas preexistentes na psique com os objetos externos e o seu comportamento. [...] Essas imagens primárias que a alma pode perceber com a ajuda de um "instinto" inato são as que Kepler denomina arquetípicas - archetypallis.3 (Tradução nossa)


O par e o ímpar

Do ponto de vista da simbólica dos números, o par e o ímpar constituem um “casal” de opostos. O melhor exemplo talvez seja uma passagem da Metafísica de Aristóteles, em que ele se inspira em certas considerações de Pitágoras: “Os elementos dos números são o par e o ímpar. O par é inacabado, o ímpar é completo. O Um participa do dois, por ele ser ao mesmo tempo par e ímpar”
 
Esta oposição não é a única, pois Aristóteles cita em relação ao ímpar atributos ou idéias como o Um – o repouso ou o bem – enquanto que o par tem a ver com o múltiplo (todo número par é um múltiplo de dois, e o dois representa uma adição do um consigo mesmo), com o movimento e com o mal.
 
É nesse linha de considerações que reencontramos a temática do Diabo, o “dia-bolos”, que quebrou a unidade e começa por isso mesmo o trabalho do múltiplo e de seus antagonismos. [Já num sentido oposto, "sim-bolo" traduz a idéia de reconhecimento, de nexo.]
 
Mas como se pode explicar que o Um está ao lado do ímpar e que participa do par e do ímpar?
A distinção que se pode introduzir aqui é, de um lado, a do Um que de acordo com a aritmética participa do par e do ímpar, visto que ambos procedem desse um, e de outro lado o Um metafísico, ou Mônada, que só pode estar ao lado do completo e do bem, ou seja, da perfeição, portanto do ímpar.

Para representar o número cinco, por exemplo, pode-se dispor dois pontos na vertical de um “ponto de origem”, o um, e dois outros pontos na horizontal. Tem-se assim cinco pontos que se articulam em torno do um original, num fenômeno de simetria. Por essa razão o um era considerado como equilibrado e completo.

Com relação ao primeiro “casal” de opostos podemos acrescentar um segundo, que é o do Um (ímpar) com o quatro (par), na medida em que Pitágoras sempre afirmou que a tétrade era a própria figura da perfeição. Para compreender esta afirmação, é necessário saber que a tétrade é essencialmente compreendida no plano metafísico no qual ela designa a completude de todas as possibilidades de existência ou, dito de outro modo, a estrutura da manifestação do Um no universo sensível.
 
 Na medida em que as imagens são "expressão de um obscuro estado das coisas, suspeitado, mas ainda não desconhecido", podem ser denominadas simbólicas, segundo o conceito de simbólico proposto por C. G. Jung. Por conseguinte, enquanto operadores de ordenação e formadores de imagem nesse mundo simbólico, os arquétipos funcionam como o vínculo perdido entre as percepções sensórias e as ideias, sendo, em consequência, uma pressuposição que é inclusive necessária para o desenvolvimento de uma teoria científica da natureza.5 (Pauli, 1996, p. 280, tradução nossa)
 
Já a mentalidade moderna, ao contrário, tem a tendência de valorizar o par que é simétrico por definição, divisível por dois (6 = 3 + 3), enquanto que o ímpar é sempre desequilibrado (7 = 6 + 1 ou 5 + 2 ou 4 + 3).
 
Segundo os comentários de Teão de Esmirna, um é o ponto do partida do qual tudo é gerado, o dois corresponde à linha, o três à superfície e o quatro ao volume
 
No plano da psicologia das profundezas, C.G. Jung retomou essas intuições pitagóricas em sua utilização do quaternário, ao afirmar que traduz a manifestação da unidade primordial. Ele se apóia, nessa firmação, sobre o axioma alquímico de Maria Profetisa: “O um torna-se dois, o dois torna-se três e do terceiro nasce o um como o quatro”. Nos dois casos estamos diante de uma conjunção de opostos, ainda se levarmos em conta que em todos os sistemas simbólicos conhecidos, da China às Américas, o ímpar é tradicionalmente masculino e o par, feminino. que engloba definitivamente e recapitula as três outras figuras. Pelo fato de gerar as categorias metafísicas das coisas, o um é assim perfeito; e porque essas categorias estão todas compreendidas no quatro, torna este número perfeito enquanto manifestação do Um.

O conteúdo apresentado a partir de diferentes verbetes extraídos de:
Encyclopédie des Symboles, sous la direction de Michel Cazenave, France, la Pachothèque, 1996,
ed. original Knaurs Lexikon der Symbole, de Hans Biedermann, München, Ed. Garzanti, 1989.
As fontes das ilustrações reproduzidas aparecem nas respectivas legendas.

 

Numerologia sagrada e a criação

 


  O Dez, o Onze e o Doze

O dez é o símbolo da realização e da perfeição que remete à unidade primordial. É a tetraktys dos pitagóricos que se resolve sempre no Um. Podemos somar 1 + 2 + 3 + 4 = 10, e este nos dá, segundo a aritmologia, 1 + 0 = 1. O mesmo ocorre com a soma de todos os elementos do 10, que dá: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 8+ 9 + 10 = 55 e se reduz a 5 + 5 = 10 e 1 + 0 = 1. Além disso, se somarmos os quatro primeiros números do seguinte modo: (1 + 2) + (3 + 4), perceberemos que o 10 é também a soma dos dois primeiros pares masculino-feminino e que é, portanto, um duplo andrógino, o que o reconecta ao quatro como unidade da manifestação.

 Na vida de Buda encontramos estranhas relações com a Numerologia: Ele era nobre e rico, casado com uma mulher virtuosa e pai de um filho. Sai um dia para uma viagem durante a qual encontra um velho, um doente e um cadáver. Estes três encontros modificaram inteiramente a vida de Siddartha e levaram-no a abandonar sua riqueza e a própria família para, de cabeça raspada e pobremente vestido, entregar-se a uma vida ascética durante seis anos, no fim dos quais, meditou durante quatro e depois, sete dias, sob uma árvore - a árvore Bó - que se tomou sagrada para os budistas e, sob ela, recebeu a “iluminação”. E em virtude disto, aquela árvore, tomou-se conhecida como “árvore da Sabedoria”. Partindo para iniciar suas pregações, Buda profere, na cidade de Benares, um discurso que aponta para a humanidade o que ele denominou de “Quatro Virtudes e Verdades Nobres”. São elas


De todos os modos que considerarmos, o dez representa ao mesmo tempo o Todo e o Um, o Um-todas-as-coisas sobre o qual tanto refletiram os últimos neoplatônicos da Antiguidade, conceito que foi amplamente retomado pela meditação alquímica. Esse conceito foi tão rico que o filósofo matemático Nicômaco denomina o Dez, no primeiro século de nossa era, com o nome de Pan (Todo), pois “serviu de medida para o Todo como o esquadro e o prumo nas mãos Daquele que tudo ordenou”.


No judaísmo, nesse mesmo sentido de revelação do divino ou de seus poderes, encontram-se os Dez Mandamentos entregues a Moisés e as dez pragas do Egito que permitiram a fuga dos hebreus, enquanto que o Templo construído por Salomão tem a necessidade de dez véus para ocultar o Santo dos Santos. Do ponto de vista esotérico, considera-se, enfim, que os dez sefirot da Cabala são como uma árvore invertida que tem suas raízes no céu e sua copa na terra, de acordo com os dez nomes misteriosos de Deus

 É provável que a interpretação dada ao símbolo como sendo a representação do Sol, tenha vindo de uma figura, em forma de estrela (uma estrela de diorito) descoberta por Morgan, em Susa, no ano de 1901, e que mostra, no vértice de estrela o deus Xamaxe (o deus Sol dos babilônios) sentado no trono, entregando a um rei, em atitude de oração, as leis do império. É, pois, evidente que o símbolo não se refere ao Sol, mas a uma cena que descreve a origem da lei Pouco simbolismo pode ser encontrado no fato de que o número OITO corresponda ao nosso “H”, OITAVA letra do alfabeto, mas atente-se ao fato de ter sido ele formado de dois quadrados que formam o quadrilongo do Templo. A idéia de perfeição dada pelo cubo de dois, é simbólica.


Numerologia e o poder da Criaçao

 


  As estrelas de oito pontas da arte romana, as rosáceas com oito pétalas e a cruz de malta com oito braços têm o mesmo significado. O budismo repousa sobre o “caminho com oito direções” e o oito é, na China, a assinatura da ordem e da harmonia das coisas. É assim que a rosa dos ventos indica as oito direções, enquanto o Buda se mantém no centro do lótus de oito pétalas ou no cubo da roda de oito raios, do mesmo modo que existem oito caminhos para seguir o Tao. 

Eis algumas ligações extraordinárias do número SETE com o desenvolvimento do ser humano! Como se pode deduzir, não são meras coincidências, mas, etapas reais e gerais que não permitem considerações outras que não aceitar-se como intervenção misteriosa de forças superiores que presidem o processo vital da espécie humana.

 No Ming-tang, o quadrado com nove casas, que é equivalente à rosa dos ventos, os quadrados por intermédio dos quais se indicam os pontos cardinais, o quadrado do meio designa o eixo do mundo vertical entre o Céu e a Terra.

Como o quatro simboliza a Terra, a manifestação (os quatro elementos, os quatro pontos cardinais, etc), quando ela é projetada sobre um plano forma então um quadrado e representa uma superfície (quatro é a potência quadrada do dois, o feminino e o passivo). Desse modo, o oito pode também simbolizar a Terra, se for descrito no espaço que ela ocupa, pois o oito é o cubo de dois (23 = 8) e designa por isso mesmo um volume. Nesse sentido, o I Ching pode ser considerado perfeito, pois seus 64 hexagramas pertencem à ordem do oito multiplicado por si mesmo.

O número nove tem por base o número três, do qual é o quadrado, e designa o coro dos anjos e as nove esferas sucessivas do cosmo medieval. Do mesmo modo que o cinco é, na China, o centro dos elementos, o nove é o centro da terra e das oito direções, onde se estabelece a conjunção da Terra e do Céu.

O apóstolo João, inicia o seu Apocalipse com uma dedicatória às SETE Igrejas
da Ásia:
Aps. I, 4 - “João, às SETE igrejas que se encontram na Ásia: Graça e paz a vós
outros, da parte daquele que é, que era e que há de vir, da parte dos SETE espíritos
que se acham diante de seu trono”.

O número OITO está no limiar do caminho para a cognição dos mistérios do Plano Espiritual e, por isto mesmo, o campo de trabalho do estudante está ligado á esfera da Moral, onde ele terá de perscrutar, com paciência, todos os aspectos da vida superior, onde o homem, por seu desenvolvimento espiritual e intelectual, se situa a cavaleiro das questões menos elevadas que se apresentam no Plano Material. Como ficou dito, o número OITO está ligado, estritamente, ao procedimento moral do homem e seu simbolismo foi muito bem caracterizado por Buda através dos ensinamentos que ele legou à humanidade e que são perfeitamente adaptáveis às necessidades do conhecimento que o Iniciado, que se conscientizou sobre o número SETE, precisa ter.

Siddhartha Gautama, cognominado “Saquia Múni”, ou seja, o “Sábio de Sakyas” (o Buda), nasceu, aproximadamente, no ano 563 a.C. e morreu, também aproximadamente, no ano 483 a.C. Estes números, por si, já são interessantes, pois, segundo eles, o Iluminado viveu 80 anos (10 x 8)! Mais curioso, ainda, é saber-se que, OITO dias depois de sua morte, seu corpo foi cremado e as cinzas foram depositadas em OITO urnas que foram mandadas para OITO diferentes cidades da Índia!


O Poder dos números sagrados

 


 Infelizmente não podemos hoje aceitar os termos filosóficos dos conhecimentos antigos com a mesma conceituação que lhes era atribuída. Por isto seremos forçados a esclarecimentos e comparações que possamos justapor estes conceitos - antigos e modernos - afim de que não seja prejudicada a nossa interpretação. É necessário, porém, que, ainda que às vezes possam parecer absurdos certos conceitos, não devemos perder de vista o fato de que as nossas cogitações são filosóficas e não materiais.

 

  Os diversos significados do setenário são com freqüência entremeados, criando uma infinidade de sentidos possíveis. Os sete dias da semana cristã trazem nomes dos deuses antigos ligados à astrologia (exceto no português). O Selo de Salomão corresponde ao mesmo tempo aos sete planetas e à estruturação em seis elementos exteriores mais o elemento central que é o ouro. Um dos significados do sete, quando associado à “sétima casa” do horóscopo, referente ao casamento, pode ser o da esposa “megera”, como Xantipa, mulher de Sócrates, pois os aspectos astrológicos tensos nesta casa indicam disputas.


Do ponto de vista aritmológico, o sete lunar está inscrito na série 7 – 14 – 28 e, eventualmente, 42 (um mês lunar mais sua metade) enquanto que o sete ligado à adivinhação, ao Além e à unidade encontra sua mais alta perfeição em sua potência quadrada, ou seja, 7 x 7 = 49. São utilizadas 49 varetas para o sorteio do I Ching, ao mesmo tempo em que este é o número axial do Bardo Todol (O Livro Tibetano dos Mortos). Na aritmosofia, o sete participa ao mesmo tempo do princípio lunar (pois 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 = 28) e do princípio da unidade através do dez ou da tetraktys de Pitágoras, visto que 28 –> 2 + 8 = 10 –> 1 + 0 = 1.

Os versículos 26 e 27 do Capítulo 1, do Gênesis nos informam que: Gen. 1, 26 - “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança: tenha ele, etc., etc. 27 - Criou, Deus, pois o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.


O Oito e o Nove

O número sete, embora tenha um simbolismo bastante rico, muitas vezes é menos levado em conta que o oito. Considera-se, de fato, que a Ressurreição do Cristo e o início da nova era teve início no oitavo dia da Criação, o que explica por que os batistérios têm com freqüência uma forma octogonal. 

Gen. 11, 6 - “Mas uma neblina (AR e ÁGUA) subia da TERRA (pela ação do calor, ou seja FOGO) e regava toda a superfície do solo 7 - “Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e o homem passou a ser uma alma vivente”. (Os parêntesis são nossos)

A Quinta Essência é o hálito, a respiração que mantêm a Vida, que permite ao ser manifestar-se como um ser vivo e que une o Espírito de Deus que, simbolicamente, conforme narra a Bíblia, lhe foi transmitido através de um “soro” em suas narinas, “sopro” este que constitui o “fôlego da vida”. Feito de barro ele era matéria inerte. Recebido o “soro” do “fôlego da vida”, tornou-se uma “alma vivente”


“O Aprendiz inicia suas meditações pela Unidade e pelo Binário para demorar no Temário, antes de conhecer o Quaternário, cujo estudo é reservado ao Companheiro. Este parte do número quatro para deter-se no cinco, antes de abordar o seis e preparar-se para o estudo do Sete. Pertence ao Mestre o estudo detalhado do Setenário aplicando o método Pitagórico aos números mais elevados.”
(Do Ritual Moderno)

 Chegamos agora a um número verdadeiramente sagrado e misterioso, o “número dos números” número perfeito a que “Deus abençoou e amou mais do que todas as coisas sob o Seu trono”, conforme ensina a doutrina hebraica e que a Cabala e o Ocultismo consideram como o maior e o mais importante de todos os números.

As SETE enxilharias estavam, cada uma delas, dedicada a um dos luzeiros celestes principais até então conhecidos: Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno, que, segundo acreditavam os Magos, constituíam os SETE Ministérios que compartilhavam do governo do mundo. A importância destes luzeiros (preferimos este termo a “astros”, porque hoje sabemos que deles, apenas o Sol é um astro, sendo os outros cinco, planetas e a Lua um satélite) se assentava no fato de que eles eram móveis, enquanto que as outras estrelas quedavam-se fixas no firmamento. O simbolismo da Torre de Babel e dos Luzeiros nela representados pelas SETE enxilharias, ou cômodos cúbicos, pode ser interpretado como sendo: a torre, a “causa primeira”, de onde tudo provém e os seus planos (cômodos superpostos), as “causas secundárias” que organizam o Universo.


Os versículos de número 5 a 31, do Capítulo I, e versículo 2, do Capítulo II, do Gênesis, nos informam que a criação do mundo foi feita em seis dias, tendo sido reservado o SÉTIMO dia para o descanso do Criador. Estes SETE dias, correspondem a SETE épocas de duração indeterminada, durante as quais a Energia do Absoluto agiu sobre os quatro elementos para construir toda a matéria que hoje conhecemos.

O corpo físico do homem está, pois, inteiramente vulnerável às coisas más e é por isto que ele necessita de estarem permanente vigília! O número SETE é um número sagrado porque representa a reunião da Trindade Superior que age sobre o Quaternário elemental. Assim, ele simboliza o homem com todas as suas possibilidades de evolução. O Iniciado pode e deve persistir para que se desenvolvam nele os SETE centros magnéticos que lhe permitirão atuar nos SETE mundos. Estes SETE centros magnéticos correspondem à idade maçônica do Mestre e eles são chamados no Apocalipse de SETE igrejas sob a
proteção dos SETE anjos do Senhor

O poder dos números e o Sagrado

 


 Entre os judeus, o setenário oriental se manifesta no candelabro com sete braços (a Menorá) que remete à divisão das quatro fases da revolução lunar (28 ÷ 4 = 7), bem como aos sete planetas. No Apocalipse de São João, o sete representa um elemento de estruturação do texto (sete igrejas, sete cornos da besta, sete manifestações da cólera no “livro dos sete selos”).

 Anjos, Arcanjos, Serafins, Querubins, Tronos, Potestades, Dominações, Espíritos, Almas, Gnomos, etc. e ele, são, pois, entidades “materiais” constituídas de matéria muito mais sutil, muito mais fina do que o tipo de matéria que conhecemos e que afeta ao estado sólido, líquido e gasoso. Por esta razão, não são por nós percebidos, não obstante estarem junto de nós, trabalhando conosco, orientando-nos, ensinando-nos a todo o momento!

 A Bíblia é cheia de relatos de “aparições” de anjos e outras entidades do mundo Espiritual que mantinham palestras, davam conselhos ou exprobravam aos homens. Ainda hoje os espiritistas afirmam que os “médiuns” entram em contato visual com as entidades do mundo espiritual. Não são todos os “médiuns” que têm esta capacidade. Apenas alguns, ditos “médiuns videntes” é que podem fazê-lo. Talvez se possa explicar cientificamente esta possibilidade que têm algumas pessoas de “verem” os espíritos e outras entidades, por uma transitória alteração na química dos fluidos corporais que possa predispor a retina a vibrar de forma a perceber as vibrações abaixo ou acima da escala luminosa normal à percepção dos olhos da maioria dos humanos.


Uma cena célebre do Antigo Testamento, baseada no setenário, trata igualmente de destruições realizadas pela cólera divina: sete sacerdotes, munidos de sete cornos de carneiros (schofar) rodearam as muralhas de Jericó durante seis dias. No sétimo dia, “ele contornaram sete vezes a cidade” e, quando as trombetas soaram e os israelitas gritaram com força, as muralhas ruíram por terra. Na Europa, durante a Idade Média, também se apreciavam essas séries. Havia os sete dons do Espírito Santo, representados na época gótica sob a forma de pombas, sete virtudes, sete artes e ciências, sete sacramentos, sete idades da vida humana, sete pecados capitais, sete preces dirigida ao Senhor no Pai Nosso.

Os Elohim emanados da TRINDADE foram aqueles a que os antigos denominavam de QUATRO elementos, ou sejam A Água, o Fogo, a Terra e o Ar. Os conhecimentos que hoje possuímos nos informam de que a Água nada mais e do que a combinação do Hidrogênio com o oxigênio; a Terra, uma combustão do Hidrogênio com o Oxigênio; o Fogo, uma combustão de Hidrogênio em presença do Oxigênio; a Terra, um complexo de rochas formado das mais variadas combinações e misturas de sais minerais e o Ar, é uma mistura do Oxigênio com o Nitrogênio. Assim, hoje, não podemos, segundo os conceitos modernos de Química, considerar aqueles corpos como “elementos”. Mas, sob o ponto de vista filosófico, esta conceituação é perfeitamente normal para indicar que tais elementos são Forças da Natureza e não componentes dos corpos. É sob este aspecto que os temos de considerar em nosso estudo.

Pode-se mesmo perguntar se não foi sob o peso dessa tradição que se reconheceram naturalmente sete tonalidades no arco-íris, quando na verdade sabemos, hoje, que o espectro luminoso é contínuo. Na China, enquanto número ímpar, o sete está associado ao princípio masculino, yang, mas representa a sucessão de anos da vida da mulher: ao cabo de 2 x 7 anos começa “a vida yin” (primeira menstruação), que termina após 7 x 7 anos (menopausa). O quarenta e nove (7 x 7) aparece também no culto aos mortos, pois a partir do sétimo dia do falecimento e até o quadragésimo nono, eram feitas festas de oferecimentos em memória do defunto. A série de sete planetas é, na China, menos tradicional que a série mais antiga que comporta apenas os cinco planetas e à qual se atribui influência indiana.


O sete responde a algumas temáticas ou a algumas regras de composição muito precisas. É o caso em relação às quatro fases do mês lunar (crescente, cheia, decrescente e nova), bem como em relação ao número dos céus e dos planetas tradicionais da astrologia (os dois luminares, Sol e Lua, e os cinco planetas visíveis a olho nu, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno). Existem ainda os sete círculos do inferno ou do paraíso de Dante, na Divina Comédia.


É também o número que unifica os seis elementos anteriores, ultrapassando-os, como pode ser visto na descrição bíblica da criação do mundo, em que Deus repousa no sétimo dia, o que significa o coroamento de seu trabalho. Representa, enfim, a soma do três e do quatro, a trindade e o quaternário, indicando a totalidade do universo em sua dialética do dinamismo que percorre o desenvolvimento de sua manifestação, bem como a união do céu e da terra, do masculino e do feminino. 

Numerologia e o poder dos números - sagrado

 


  O Cinco e o Seis


O número cinco desempenha um papel importante enquanto princípio da ordem, como mostra por exemplo o pentagrama ou pentáculo. Quando uma de suas pontas está voltada para o alto, pode nele ser inscrito o homem com sua cabeça, braços e pernas. Já o pentagrama invertido é considerado como signo da magia negra.

A Torá do Antigo Testamento é constituída do Pentateuco, os cinco livros de Moisés. Jesus com cinco pães alimentou quatro mil pessoas. Cinco cruzes são gravadas nas pedras dos altares como lembrança dos cinco estigmas. Para os autores medievais que tratam da simbólica, os cinco sentidos do homem se refletem nas cinco pétalas de inúmeras flores. O cinco representa assim o princípio do centro, não só geográfico, mas energético e espiritual. É ele que permite equilibrar e regular o jogo constante do yin e do yangtotalidade do universo. em suas diferentes manifestações e assegurar a unidade do fluxo perpétuo das coisas. O cinco representa a adição do dois, de essência feminina, ao três, de essência masculina. 

O cinco (wu) era, na China antiga, um número sagrado em razão dos cinco pontos cardinais (o quinto no centro), aos quais correspondiam cinco tons ou notas, cinco costumes, cinco especiarias, cinco classes de animais, cinco relações humanas e os “cinco clássicos”. Os chineses estabeleciam ainda a correspondência dos cinco pontos cardinais com os cinco elementos (madeira, fogo, terra, metal e água), aos quais eram atribuídas cinco cores fundamentais. Os cinco bens da felicidade eram a riqueza, a longevidade, a paz, a virtude e a santidade.
Na alquimia, por fim, através da quinta-essência, o cinco indica a unidade da Obra além de seus quatro estágios, bem como a unidade espiritual da criação além de seus quatro elementos que constituem a manifestação visível.

O seis é um número com menor carga simbólica. Designa-se a criação do mundo pelo nome Hexameron (criação em seis dias), pois no sétimo dia Deus repousa após concluir sua obra. (Gênese, 2,3). Santo Agostinho considerava o seis significativo, desse ponto de vista, pois representa a soma dos três primeiros números (1 + 2 + 3), mas sem tirar conclusões a respeito. A descrição das seis obras de misericórdia, no Evangelho segundo Mateus (25,35-37), é uma referência relativamente rara com relação ao número seis.


O único símbolo verdadeiramente importante no Ocidente, baseado no seis, é o hexagrama ou a estrela do “Selo de Salomão”, composta de dois triângulos, com seis pontas que correspondem aos 7 planetas da Astrologia tradicional, menos o Sol. Neste caso é importante lembrar que o Sol ocupa o centro do hexagrama, instituindo o sete como unidade do seis, o que simboliza a multiplicidade da criação.


“Como Companheiro, deveis prosseguir neste estudo, partindo do QUATRO para chegar, sucessivamente ao CINCO, ao SEIS e mesmo ao SETE”.
(Do Ritual Antigo)


O Sete

O sete é o número sagrado mais importante, após o três, nas tradições das civilizações orientais. Nas literaturas suméria e acadiana encontram-se sete demônios representados pelos sete pontos que aparecem na constelação das Plêiades.

 O DELTA SAGRADO, também chamado DELTA LUMINOSO, é o triângulo eqüilátero que se vê no painel situado atrás do Trono do Venerável e que possui, em seu centro, um “olho” humano ou simplesmente a letra “G” ou, mais raramente, a letra hebraica YOD que se apresenta graficamente como uma pequena vírgula. O nome DELTA, dado ao Triângulo, vem da quarta letra do alfabeto grego que é representada graficamente por um triângulo.

 Segundo relato histórico inserido no livro “Os Templários” de Adelino de Figueiredo Lima, o DELTA SAGRADO foi visto, pela primeira vez, no primeiro quartel do Século XII, por Hugo de Payns e mais oito cavaleiros franceses, nas ruínas do Templo de Salomão, em uma câmara subterrânea. Vamos dar aqui, sobre o DELTA SAGRADO, um pequeno trecho daquele autor, cuja leitura recomendamos

 “O Triângulo, encontrado no Templo de Jerusalém, era uma figura geométrica constituída pela junção de três linhas e a letra YOD, no centro, significava a sua origem divina. Deus presidia os três reinos da natureza: o ‘mineral’, o ‘vegetal’, e o ‘animal’. O primeiro era a escola dos Aprendizes, o segundo, a dos Companheiros e o terceiro a dos Mestres. No mineral, era ‘Tubalkain’, o símbolo primário; no vegetal, ‘Schilbolet’ representava o progresso do Aprendiz; e no animal ‘Moabom’, que marcava a etapa final do gênero humano como filho que era da putrefação”.

 A idéia de Deus, ligada indestrutivelmente à de onisciência, trouxe uma nova transformação gráfica do símbolo. Esta, sim, foi drástica e vazada na interpretação simplista de uma figura que mais diretamente causasse impacto à primeira vista. O “G” foi substituído por um “olho”! A intenção, sem dúvida, se baseou na onisciência Divina traduzida na linguagem popular pelo “Deus vê tudo!” Foi por isto que se colocou dentro do DELTA SAGRADO a figura de “olho”. A idéia, sem dúvida brilhante, possuiu um cunho prático de levar o espírito do observador a alcançar, rapidamente, a idéia central da presença de Deus.


A imagem de um “olho” vigilante, sempre aberto, sempre perquiridor conduz o Aprendiz, infalivelmente, ao entendimento de que por trás daquela figura há uma invisível presença! É, além disto, embora não acreditemos que tenha havido este propósito, uma forma de relembrar o período em que o homem, segundo nos relatam os estudiosos, possuía apenas um olho no meio da testa.

 

 

Numerologia: Deus e a criação com a matemática celeste

 


 No Novo Mundo igualmente o número quatro faz parte dos conceitos cosmológicos essenciais. Entre os maias, os pontos cardinais estão associados às cores e aos “dias que representam o ano” no calendário. Quatro árvores do mundo suportam o céu, na cosmologia asteca. “Os quatro pontos cardinais representam o lugar de origem dos ventos, onde também se encontram os quatro grandes cântaros de onde caem as chuvas”, a exemplo dos quatro Bacab, os deuses dos pontos cardinais que também sobreviveram à “destruição do mundo pelo Dilúvio”. Há também quatro letras no nome de Deus, o tetragrama JHVH, grafado ou vocalizado como Yahweh ou Javé ou, ainda, “Jeová”, enquanto que os crentes judeus o deixam sob sua forma de consoantes.


Na China, encontramos as quatro portas da residência imperial, considerada o “centro do mundo”, os quatro mares lendários ao redor do império e as quatro montanhas (que correspondiam igualmente aos nomes dos suseranos), e as quatro estações eram divididas de tal modo que se marcava o início delas com quatro seções de quinze dias. Quatro grandes rios lendários protegiam o imperador de jade Yu-houang-ti, a divindade suprema da religião popular; quatro amuletos afastavam as influências demoníacas; as quatro artes eram simbolizadas pelo livro, a pintura, a viola e o jogo de xadrez, enquanto que os quatro tesouros dos sábios eram a paleta, o pincel, a tinta e o papel. 

É importante atentar-se aqui para a existência de duas situações perfeitamente definidas: antes do PRINCÍPIO e no PRINCÍPIO. A Bíblia fixa, com muita precisão, estas situações quando declara, textualmente: “No princípio...”. Temos, pois, de considerar, a partir de agora, não um tempo indefinido, incompreensível, incompreendido, sem qualquer ponto de balizamento, mas há, a partir de então, uma definição precisa, um marco inicial de tempo que nos informa quanto se iniciou a formação de todas as coisas, ou seja, no PRINCÍPIO, quando então o UM surgiu no centro do círculo (ZERO)

Todas as civilizações conceberam seus sistemas de orientação e de representação espacial como conjuntos de quatro elementos. A fim de representar as posições no espaço e no tempo onde se desenvolvem as funções, os matemáticos apelam à estrutura das coordenadas cartesianas (abscissas e ordenadas), que é fundamentalmente idêntica ao cruzamento dos eixos norte-sul e leste-oeste. Além dessa estruturação do espaço, que é a própria realidade do universo manifestado, o quatro é em quase todas as civilizações a cifra da perfeição e da completude. É por essa razão que o texto sagrado dos Vedas é dividido em quatro partes, e que “os quatro quartos de Brama” designam a totalidade do conhecimento que se pode adquirir.

Não só a Mitologia, mas também a Bíblia estão cheias de exemplos destas descensões e ascensões: Lúcifer “cai” dos céus, Adão “cai” no Paraíso; Prometheu “desce” do Olimpo e o próprio Senhor Jesus “desce” do céu. Todos eles, mais cedo ou mais tarde, “sobem” novamente para junto de Deus! Estas “quedas” e “ascensões” são, simbolicamente, representadas pela interação dos números ZERO e UM.

Para C.G. Jung, os números seriam esquemas de ordenação do mundo, tanto do ponto de vista físico (matemático) como do ponto de vista psíquico (simbolismo numérico). Em outros termos, como diriam os platônicos da Antiguidade, os números estariam ligados às potências da alma, tanto em sua realização quanto em sua manifestação. De fato, o quatro comporta a dupla idéia de unidade e de totalidade ou, se preferirmos, o conceito de que a totalidade das coisas se oferece sob o signo do quaternário e que essa totalidade é una em seu princípio, razão pela qual deveríamos falar estritamente de uni-totalidade.

Como ficou dito a Involução se faz até a forma mais densa - o mineral - e aí, o Espírito de Deus, a chama da Vida, trabalha, compõe, combina, reage quimicamente, manifesta-se às vezes por fenômenos de radioatividade, para evoluir aos poucos em formas cada vez menos densas, através dos indivíduos dos reinos vegetal, animal e humano, onde explode em forma mais puras, e em estágios materiais mais sutis, de inteligência, alma, espírito, numa ascensão constante até coloca-se “à direita do Pai”, isto é, o Espaço Absoluto onde se travaram todas as refregas da Involução e da Evolução, e que se coloca, agora, à direita do UM! É o 10, número cabalístico de transcendental importância que reflete todos os estágios da Perfeição Absoluta, adquirida, através de todas as fases involutivas e evolutivas, isto é, através de todos os números!

É importante lembrar que ao quatro se junta freqüentemente o cinco, na medida em que este representa o centro, seja o da cruz, do qual partem os quatro braços, seja o do quadrado, no qual se cruzam as diagonais. O cinco não é tanto a unidade do quatro, mas sim o lugar por onde passa o eixo perpendicular (zênite-nadir) que completa a manifestação horizontal do quatro e remete ao que está aquém e além dele: a quinta-essência da alquimia ou o quinto elemento da figuração chinesa. Esse centro oferece a particularidade de ser ao mesmo tempo pleno (ele é a totalidade potencial do quatro) e perfeitamente vazio (pois transcende o quatro). 

Tal é a Vida, o Mundo e o simbolismo do número UM. De tudo o que foi dito conclui-se que a UNIDADE é imaterial, infinita e incognoscível. O UM é a unidade de tudo. Isto posto, compreende-se que tudo foi elaborado e realizado sob os influxos da UNIDADE ABSOLUTA. Ela é quem rege a mecânica de toda a fenomenologia. Ela é, então a Lei Divina!

No século 20, C.G. Jung retomou esse conceito do quatro, aplicado às quatro funções psíquicas (pensamento, sentimento, intuição e sensação) e às quatro figuras da anima: Eva, Helena, Maria e Sofia. Todos os quaternários que enuncia estão em relação com o que ele chama de Si (Self), ou imago Dei, arquétipo do pleno e do vazio e, como ele explica em várias passagens, supra-ordenador do conjunto da psique na medida em que, ao mesmo tempo, participa e não participa das manifestações da psique. Nesse sentido é semelhante ao Si-mesmo do hinduísmo ou ao Atma-Brama. Tudo brota dele e tudo se reabsorve nele, num sentido próximo ao do zero ativo, na medida em que o zero é a cifra que as tradições denominaram como o Um-que-não-é (o Um antes da revelação do Um), o Nada supra-essencial, o Deus absconditus de onde emerge o Deus revelatus, a deitas ou deidade, o Nada ou o abismo do divino; em suma, aquele do qual nada se pode dizer sem traí-lo.


Numerologia e magia: o poder dos números

 


 É notável, aqui, mais um paralelo que se pode estabelecer com a numerologia cristã, já que o quatro, que é o signo da materia prima, pode equivaler a Maria, que, nas especulações alquímicas, é o próprio símbolo do corpo humano, ou do corpo primeiro do mundo, ou seja, da materia prima, cuja coroação ou Assunção marca as núpcias celebradas com a Trindade (Speculum Trinitatis de Reusner)

 
A forma geométrica do círculo (ZERO) é a que mais se presta para nos dar a idéia de infinito porque, enquanto qualquer outro tipo de linha traçada nos mostra sempre um princípio e um fim, o círculo (ZERO) é perfeitamente contínuo. É o ZERO que simboliza o Espaço, o Absoluto, ainda imanifestado, o princípio latente de todas as coisas, de que provêm todos os SEPHIROT (números de que se compõe a escala numérica da Cabala) ou seja, deste ABSOLUTO imanifestado é que se originam todas as coisas. Na Maçonaria, a letra “G”, que é, como veremos, uma modificação do círculo (ZERO) e representa o Grande Arquiteto do Universo, representa o “ciclo do Tempo, perpetuamente emanado e, devorado pela Eternidade, imagem da Força Criadora que se manifesta do estado potencial latente”. Em uma última palavra, o ZERO é o símbolo esotérico que representa, Deus, Criador incriado, a Causa sem Causa, de onde tudo se origina e que ainda é imanifestado, “paira” no Espaço Absoluto! 

O primeiro versículo do Capítulo 1, do Gênesis, diz:
Gen. I,1- “No princípio Deus criou os céus e a Terra”.
Isto significa que a CAUSA sem CAUSA (Deus) se manifesta agora, tornando-se, através de Sua criação (o céu e a terra), compreensível, palpável e capaz de ser entendido como uma forma real da qual advirão todas as outras formas. Simbolicamente, o Espaço Absoluto (o Absoluto imanifestado) é representado por um círculo branco (ZERO) traçado sobre um fundo inteiramente negro. A primeira manifestação da CAUSA sem CAUSA, cujo Espírito, segundo a descrição bíblica, “pairava” sobre (ou dentro) daquele Espaço Absoluto (que era o mesmo Deus ainda imanifestado) é simbolicamente representada por um “ponto” (YOD), situado no centro do circulo (ZERO).


 

O Quatro

Do ponto de vista simbólico, o quatro se encontra entre os números considerados mais importantes. O quatro está, de fato, relacionado à cruz e ao quadrado; existem quatro estações, quatro rios no Paraíso, quatro temperamento, quatro humores, quatro pontos cardinais, quatro evangelistas, quatro grandes profetas – Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel –, quatro doutores da Igreja – Agostinho, Ambrósio, Jerônimo e Gregório o Grande.

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