A magia astrológica de Umbanda e dos orixás
Com o domínio do cristianismo, religiões espiritualistas como a Umbanda e o Candomblé deixou de lado ou diminuiu muito seu caráter ritualístico. Atacou-se muito a parte ritualística dos cultos afros, baseando-se em dogmas bíblicos, como se os orixás, tivessem alguma coisa haver com a tradição dos hebreus! E pais de santo, se curvaram mais as práticas de louvores e passes, pela grande influência do Kardecismo, como se isso revolvesse tudo. Por isso, temos nos terreiros país a fora, pessoas com décadas de terreiro, que sequer sabe o são certos procedimentos litúrgicos, ritualísticos e magísticos.
Nem mesmo os antigos magos do Astral conseguem passar alguma coisa aos médiuns encarnados, pois eles bloquearam a mente com todo dogma cristão, se encheram de preconceitos e medos. Então temos uma parte muito fetichista, cheios de pirotencias, querendo que as entidades resolvam suas dúvidas, pois se renegou ou ignorou-se toda parte orácular e magística, como temos os que se dizem "brancos" ou seja, promovem gira por cima de gira, só pra rezar, cantar, bater tambor e incorporar, sem cumprir nenhum preceito! Mas, não adianta, só louvar, rodar e rodar, cada mago enviado tem sua missão, cada médium tem seu papel. Não se tem firmeza, não se tem axé, sem cumprir o que cada odu quer de seus regidos! Não terá firmeza, nenhuma casa de santo ou terreiro e nem mesmo quem tem mãos de magia, sem acessar o axé! E mesmo entre os poucos que ainda tenta fazer sua parte, falta conhecimento, interesse por estudar e ficam perdidos apenas no campo da superstição, tradição oral confusa e ditorcida, ou correndo atrás de falsos mestres que escrevem romances, alegando serem livros inspirados por esta ou aquela entidade.
E pra piorar, ainda tem os que buscam a parte magística mais de forma errada. Uma coisa que eles não aprendem é que tudo tem ordem, hierarquia e comando. Não são coisas feitas na hora e como qualquer um pensa não. Até o Diabo, que tem tanta vontade de fazer as coisa rapidamente e por cima de tudo, sabe respeitar o tempo e sabe que tudo tem o seu momento. Por isso essa história de mago negro achar que pode fazer tudo e ir contra todos, não passa de balela.
Os antigos magos sabiam observar os ciclos da Lua, as estações do ano, os alinhamentos planetários e todos os elementos atuantes na natureza. eles sabiam que em certas ocasiões teriam que fazer isso ou aquilo, de acordo com o que o céu lhe apresentava! Mas, hoje em dia não! Muitos pensam que só porque riscam um ponto com pemba, ascende uma vela e recebe uma entidade, pode prometer "amor em 24 horas", magia que resolve tudo e previsões a qualquer hora! Só que não é bem assim. Tudo tem seu tempo e tem coisas que está fora de nosso tempo, propósitos e ordem.
Por isso os oráculos não podem ser consultados todo dia, a magia não pode ser acessada todo dia, as entidades não podem ser evocadas ou invocadas todo dia, não podemos incorporar rotineiramente e não podemos tá ofertando a orixá como se tivesse comprando cachorro quente na praia. Cada orixá, tem seus deveres, ele pede as obrigações! Não adianta se tornar fiel de um orixá e achar que só por que agrada ele, quando quer, que ele teria a obrigação de te ajudar. Tem gente que abusa tanto Ogum, Iemanjá, Oxóssi, Xangô e Oxum, além de Exu e Pombagira, que é mais fácil serem castigados que beneficiados.
Temos que ter noção, de deveres e funções. Não podemos buscar os orixás só pra pedir, mas, também pra agradecer. Não podemos imitar os cristãos da moda, que abrem uma igreja em cada esquina como se fosse uma franquia de hambúrguer! A fé e a magia não pode ser banalizadas. Temos que ter prudência, descência e código de ética, como tem os verdadeiros babalaôs.
Estou trabalhando o meu segundo livro, que espero poder colocar nas livrarias assim que estiver pronto, mais voltando agora para o campo da magia. Falar de regras e especialmente do quanto a magia astrológica é indispensável pra qualquer mago. Um mago que não conhece e não respeita os ciclos astrológicos, não sabe o que é magia e sequer é mago!
No meu primeiro livro abordei os Senhores do Destino, os quais os homens tentam acessar por meio dos oráculos. Nesse livro, na verdade uma introdução a filosofia de Umbanda Astrológica ou um ensaio sobre uma Umbanda mais livre de dogmatismos e clichês, passei a mensagem do quanto o homem deu importância ao longo de sua existência aos oráculos e o por quê os criou ou recebeu dos deuses. Essa importância, surge a partir do momento da aparição ou surgimento do pensamento mágico do homem, que a meu ver é o primeiro de todos os pensamentos do homem. Justamente um pensamento inclinado a compreender o mundo a nossa volta, a nossa própria alma e aos nossos sentimentos. Além de tentar compreender ou ter contato com o que está em cima. Pois algumas religiões, especialmente quando mau interpretadas ou direcionadas, como as monoteístas e patriarcais, tentam passar uma imagem ou dogmas, de que a divindade se revela quando e como quer. Assim ela não pode ser importunada. Só que ao tempo em que tenta afirmar isso e que o homem siga líderes religiosos, na maior parte das vezes apenas sectários despreparados e cínicos, eles importunam o tempo todo Deus com orações, venda de milagres e força uma subserviência a todos os que se deixam envolver pelas teologias marqueteiras.
Mas, a verdadeira história das religiões verdadeiramente iluminadas e sem distorções, é não de abuso ao Sagrado, mas, de tentar ligar-se a ele. E assim nasce os oráculos na maior parte delas. Sempre instruídos pelos próprios guias de luz do Astral Superior. Uma porta de acesso, para orientações, pois os sentidos e percepções do homem são muito limitados e por isso, sempre buscamos auxílio. O próprio Moisés e Aarão e outros sacerdotes, buscavam os conselhos divinos com oráculos ou por meio de sua mediunidade. Na verdade a mediunidade, torna o homem num oráculo vivo. Muitas pessoas, mesmo sem incorporações, tem um poder extrassensorial muito aguçado e são capazes de ver ou prever acontecimentos importantes.
O que as pessoas tem que entender é que oráculo quando é acessado por meio apenas da intuição é que pode ser chamado de adivinhação. Porém se é em caso de interpretação de dados, de códigos e leituras do tempo, como é o caso da astrologia, na verdade estamos falando em previsão divinatória. Mas, não sejamos radicais em dizer que adivinhação não existe, pois o tempo tem suas marcações e tem sim quem tenha essa capacidade. O que temos que entender é que mesmo pra os que tenham essa capacidade, ele não terá controle pra acessar quando e como quiser. Por isso, consultorias indiscriminadas, a qualquer hora, em qualquer dia, todo dia e em qualquer lugar ou para qualquer um, não passa de abuso e engodos. Não se pode abusar dos oráculos, mesmo não sendo diretamente advinhação. Os senhores do tempo e do destino, não interferem nas coisas o tempo todo, então não tentem interferir nos mistérios e no sagrado sem saber onde tá se enfiando.
Em meu próximo livro, trarei a ampliação de informações que não deram pra entrar no primeiro livro e falarei agora mais inclinado a magia. Metodologias novas, a observação de ciclos e a magia cerimonial. Além disso, discutirei mais alguns pontos polêmicos, e seguiremos vendo códigos de Exu, pombagiras, caboclos, orixás, encantados e toda ligação dele com a astrologia e acima de tudo com o nosso próprio horóscopo.
Quando se fala em firmeza, em assentamento, oferenda ou qualquer outro ritual, fala-se em magia sagrada. E essa magia, que deve está embasada na sagrada Lei de Pemba ou Lei Maior, deve ter preceitos, conceitos éticos, códigos morais e profundo respeito aos ciclos dos senhores do destino. E pra ser um mago, escolhido ou iniciado, é preciso conhecer as leis dos ancestrais, a filosofia dos orixás, a tradição dos magos e os segredos dos astros. Não se fala em Lei de Pemba, apenas na Raiz de Guiné, mas, esses conhecimentos são parte dessa lei. Porém a verdadeira gráfia sagrada dos orixás ou dos ancestrais, é mais que apenas as raizes encontradas na Guiné! A verdade é que a grafia e as chaves ou códigos ancestrais, mágicos e sagrados, estão presentes não só nas flechas, chaves e raizes, mas, na simbologia oculta do Oponifá, do Itanifá e do alfabeto sagrado astrológico.
O certo é que toda magia nasce em conjunto ou da astrologia. O livro zodiacal, da vida ou ancestral, tem em todas as Bíblias de todas as religiões, seus códigos e suas mensagens, que na maior parte é ignorado ou muito mal interpretado principalmente por quem tem sede de poder e arrogância, aliados a uma vaidade religiosa que é muito perigosa. Pessoas que são mestres e abandonam sua humildade, passando a se ver como semi-deuses e caem na própria arrogância e soberba.
Assim meus irmão, não se deve acessar a magia, sem conhecimento e sem outorga, como também não se deve utilizar-se dela, sem observar o tempo, os ciclos e a necessidade. Não podemos usar a magia pra tentar resolver os problemas de todo mundo, vender milagres, traçar guerras, atacar inimigos, ganhar status, vender amor e muito menos, aprisionar as pessoas, como muitos idiotas inconsequentes tentam fazer mundo a fora. Coerência, ética, amor, respeito e moral, essas são as ferramentas mais importantes e as principais chaves da magia divina.
Axé a todos!
Carlinhos Lima
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