Embora na África haja registro de culto a cerca de 600 orixás, apenas vinte e poucos deles são bem conhecidos no Brasil. A cada um destes cabe o papel de reger e controlar forças da natureza e aspectos do mundo, da sociedade e da pessoa humana.
Cada um tem características próprias , elementos naturais, cores simbólicas, vestuário, músicas, alimentos, bebidas, além de se caracterizar por ênfase em certos traços de personalidade, desejos, defeitos, etc. Nenhum orixá é inteiramente bom ou inteiramente mau, tudo depende da adaptação carmica necessaria e de como a pessoa recebe aquela energia vibratoria.
Noções ocidentais de bem e mal estão ausentes da religião dos orixás no Brasil, mas, também não se pode exagerar. Esse desculpa de não ser bom nem mal, pra que tem ética, moral e prudencia, não cola. Pois, no bem, não tem lugar pra maldades.
E os devotos acreditam que os homens e mulheres herdam muitos dos atributos de personalidade dos seus orixás, de modo que em muitas situações, a conduta de alguém pode ser espelhada em passagens míticas que relatam as aventuras dos orixás. Isto evidentemente legitima, aos olhos da comunidade do culto, tanto as realizações, como as faltas de cada um. “Tal pai, tal filho.” Assim, cada orixá tem um tipo mítico que é religiosamente atribuído aos seus descendentes, os seus filhos e filhas. Mas, uma coisa que aprendi com a Umbanda-Astrologica, é que não recebemos só as caracteristicas de um unico orixa, além de ter nosso Pai e Mãe de Cabeça, temos outrar influencias importantes.
De facto, o seguidor do candomblé e Umbanda, pode simplesmente tomar os atributos do seu orixá como se fossem os seus próprios e tentar parecer-se com ele, ou reconhecer através dos atributos da divindade bases que justificam a sua conduta. Mas, tudo depende do grau de harmonia desse filho com o orixá, porque nem todos demonstram as caracteristicas.
Os padrões apresentados pelos mitos dos orixás podem assim ser usados como modelo a ser seguido, ou como validação social para um modo de conduta já presente. Um iniciado pode, ao familiarizar-se com seus estereótipos míticos, identificar-se com eles e reforçar certos comportamentos, ou simplesmente chamar a atenção dos demais para este ou aquele traço que sela a sua identidade mítica. Tambem, o individuo poderá demonstrar traços do temperamento da Mãe, da Personalidade do Pai e o carater de outro orixá que domine seu carma. Tudo tem que ser bem analisado. Pois um Odú, não se faz com um unico orixá.
Mudar ou não o comportamento não é importante; o que conta é sentir-se próximo do modelo divino. Além do seu orixá dono da cabeça, cada pessoa tem um segundo orixá, que actua como uma divindade associada (juntó) que complementa o primeiro. Diz-se, por exemplo: “sou filho de Oxalá e Iemanjá”. Geralmente, se o primeiro é masculino, o segundo é feminino, e vice-versa, tendo cada um pai e mãe de cabeça espirituais. Mas, na verdade pais adotivos do Astral, para nossa evolução, porque o unico Pai é o Grande Criador Olorum.
A segunda divindade tem papel importante na definição do comportamento, permitindo funcionar com combinações muito ricas. Como cada orixá particular da pessoa deriva de uma qualidade do orixá geral, que pode ser o orixá em idade jovem ou já idoso, ou o orixá em tempo de paz ou de guerra, como rei ou como súbdito etc. etc., as variações que servem como modelos são quase inesgotáveis. Tambem vemos em Umbanda-Astrologica a importancia dos entrecruzamentos, que mudam muito as caracteristicas dos orixás.
Às vezes, quando certas características incontestáveis de um orixá não se ajustam a uma pessoa tida como seu filho, não é invulgar nos meios do candomblé duvidar-se daquela filiação, suspeitando-se que aquele iniciado está com o “santo errado”, ou seja, mal identificado pela mãe ou pai-de-santo responsável pela iniciação. Neste caso, o verdadeiro orixá tem que ser descoberto e o processo de iniciação reordenado. E tenho encontrado mais de 70% de pessoas com o orixá errado.
Pode acontecer também a suspeita de que o santo está certo, mas que certas passagens míticas da sua biografia, que explicariam aqueles comportamentos, estão erradas. No candomblé sempre se tem a ideia de que parte do conhecimento mítico e ritual foi perdido na transposição da África para o Brasil, e de que nalgum lugar existe uma verdade perdida, um conhecimento esquecido, uma revelação escondida. E eu tenho certeza disso, sei que muito ainda vai ser revelado em seu tempo exato.
Pode-se mudar de santo, ou encetar interminável busca deste conhecimento “em falta”, busca que vai de terreiro em terreiro, de cidade em cidade, na rota final para Salvador — reconhecidamente o grande centro do conhecimento sacerdotal, do axé —, e às vezes até a África e não raro à mera etnografia académica. Mas, o melhor é que todos se unissem por um bem comum e não deixasse tanto o ego mandar no campo da fé.
Reconhece-se que falta alguma coisa que precisa ser recuperada, completada. A construção da religião, dos seus deuses, símbolos e significados estará sempre longe de ter se completado. Os seguidores, evidentemente, nunca se dão conta disso. Porque tem que entender que a busca nao deve ser pelas divindades, mas, pela filosofia espiritual dos Grandes Mestres, não por idolatria, mas, por verdadeira adoração.
Cada um tem características próprias , elementos naturais, cores simbólicas, vestuário, músicas, alimentos, bebidas, além de se caracterizar por ênfase em certos traços de personalidade, desejos, defeitos, etc. Nenhum orixá é inteiramente bom ou inteiramente mau, tudo depende da adaptação carmica necessaria e de como a pessoa recebe aquela energia vibratoria.
Noções ocidentais de bem e mal estão ausentes da religião dos orixás no Brasil, mas, também não se pode exagerar. Esse desculpa de não ser bom nem mal, pra que tem ética, moral e prudencia, não cola. Pois, no bem, não tem lugar pra maldades.
E os devotos acreditam que os homens e mulheres herdam muitos dos atributos de personalidade dos seus orixás, de modo que em muitas situações, a conduta de alguém pode ser espelhada em passagens míticas que relatam as aventuras dos orixás. Isto evidentemente legitima, aos olhos da comunidade do culto, tanto as realizações, como as faltas de cada um. “Tal pai, tal filho.” Assim, cada orixá tem um tipo mítico que é religiosamente atribuído aos seus descendentes, os seus filhos e filhas. Mas, uma coisa que aprendi com a Umbanda-Astrologica, é que não recebemos só as caracteristicas de um unico orixa, além de ter nosso Pai e Mãe de Cabeça, temos outrar influencias importantes.
De facto, o seguidor do candomblé e Umbanda, pode simplesmente tomar os atributos do seu orixá como se fossem os seus próprios e tentar parecer-se com ele, ou reconhecer através dos atributos da divindade bases que justificam a sua conduta. Mas, tudo depende do grau de harmonia desse filho com o orixá, porque nem todos demonstram as caracteristicas.
Os padrões apresentados pelos mitos dos orixás podem assim ser usados como modelo a ser seguido, ou como validação social para um modo de conduta já presente. Um iniciado pode, ao familiarizar-se com seus estereótipos míticos, identificar-se com eles e reforçar certos comportamentos, ou simplesmente chamar a atenção dos demais para este ou aquele traço que sela a sua identidade mítica. Tambem, o individuo poderá demonstrar traços do temperamento da Mãe, da Personalidade do Pai e o carater de outro orixá que domine seu carma. Tudo tem que ser bem analisado. Pois um Odú, não se faz com um unico orixá.
Mudar ou não o comportamento não é importante; o que conta é sentir-se próximo do modelo divino. Além do seu orixá dono da cabeça, cada pessoa tem um segundo orixá, que actua como uma divindade associada (juntó) que complementa o primeiro. Diz-se, por exemplo: “sou filho de Oxalá e Iemanjá”. Geralmente, se o primeiro é masculino, o segundo é feminino, e vice-versa, tendo cada um pai e mãe de cabeça espirituais. Mas, na verdade pais adotivos do Astral, para nossa evolução, porque o unico Pai é o Grande Criador Olorum.
A segunda divindade tem papel importante na definição do comportamento, permitindo funcionar com combinações muito ricas. Como cada orixá particular da pessoa deriva de uma qualidade do orixá geral, que pode ser o orixá em idade jovem ou já idoso, ou o orixá em tempo de paz ou de guerra, como rei ou como súbdito etc. etc., as variações que servem como modelos são quase inesgotáveis. Tambem vemos em Umbanda-Astrologica a importancia dos entrecruzamentos, que mudam muito as caracteristicas dos orixás.
Às vezes, quando certas características incontestáveis de um orixá não se ajustam a uma pessoa tida como seu filho, não é invulgar nos meios do candomblé duvidar-se daquela filiação, suspeitando-se que aquele iniciado está com o “santo errado”, ou seja, mal identificado pela mãe ou pai-de-santo responsável pela iniciação. Neste caso, o verdadeiro orixá tem que ser descoberto e o processo de iniciação reordenado. E tenho encontrado mais de 70% de pessoas com o orixá errado.
Pode acontecer também a suspeita de que o santo está certo, mas que certas passagens míticas da sua biografia, que explicariam aqueles comportamentos, estão erradas. No candomblé sempre se tem a ideia de que parte do conhecimento mítico e ritual foi perdido na transposição da África para o Brasil, e de que nalgum lugar existe uma verdade perdida, um conhecimento esquecido, uma revelação escondida. E eu tenho certeza disso, sei que muito ainda vai ser revelado em seu tempo exato.
Pode-se mudar de santo, ou encetar interminável busca deste conhecimento “em falta”, busca que vai de terreiro em terreiro, de cidade em cidade, na rota final para Salvador — reconhecidamente o grande centro do conhecimento sacerdotal, do axé —, e às vezes até a África e não raro à mera etnografia académica. Mas, o melhor é que todos se unissem por um bem comum e não deixasse tanto o ego mandar no campo da fé.
Reconhece-se que falta alguma coisa que precisa ser recuperada, completada. A construção da religião, dos seus deuses, símbolos e significados estará sempre longe de ter se completado. Os seguidores, evidentemente, nunca se dão conta disso. Porque tem que entender que a busca nao deve ser pelas divindades, mas, pela filosofia espiritual dos Grandes Mestres, não por idolatria, mas, por verdadeira adoração.
Carlinhos Lima - Astrologo, Tarologo e Pesquisador.