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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Cometas e asteroides, podem, no futuro, colidir com a Terra: “Cometas gigantes” podem ameaçar vida na Terra, diz estudo

De acordo com pesquisadores britânicos, os centauros, corpos celestes com características de cometas e asteroides, podem, no futuro, colidir com a Terra

Segundo os astrônomos, os centauros podem ter causado extinções em massa do passado
Segundo os astrônomos, os centauros podem ter causado extinções em massa do passado, como a dos dinossauros, há 65 milhões de anos(VEJA.com/Divulgação)
"Cometas" gigantescos poderão, em milhares de anos, colidir com a Terra e acabar com a vida no planeta, alerta um estudo publicado na última edição da Astronomy & Geophysics, revista da Sociedade Real de Astronomia da Inglaterra. Segundo os pesquisadores da Universidade de Buckingham e do Observatório Arnagh, centenas desses corpos celestes que costumam viajar além da órbita de Júpiter foram descobertos nas últimas duas décadas - o que significa que existem em grande quantidade no espaço e podem representar uma ameaça à vida terrestre.
"Se estivermos certos, esses cometas longínquos podem ser um sério perigo e chegou a hora de entendê-los melhor", disse o astrônomo Bill Napier, um dos autores do estudo, em comunicado. De acordo com os cientistas, o número desses corpos celestes era subestimado pelos astrônomos.
 
Os enormes "cometas" são objetos que reúnem as características de asteroides e cometas - têm entre 50 a 100 quilômetros de diâmetro e possuem órbitas instáveis que se aproximam de planetas como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Por apresentarem um comportamento duplo, essas rochas foram batizadas pelos astrônomos de "centauros", alusão aos seres mitológicos que eram metade humano e metade cavalo.
Objetos próximos à Terra - Os astrônomos costumam vasculhar a região do espaço entre Marte e Júpiter em busca de objetos capazes de colidir com a Terra, os chamados Neo (Near Earth Objects, na sigla em inglês), mas, de acordo com o novo estudo, olhar para os limites do Sistema Solar em busca de rochas capazes de colidir com nosso planeta também é importante.
Segundo os cálculos dos cientistas, os centauros costumam circular por regiões do espaço afastadas da superfície terrestre, mas cruzam a órbita de nosso planeta uma vez a cada 40.000 ou 100.000 anos - ou seja, ainda não há motivo para se preocupar com eles. O "encontro" ocorre porque os campos gravitacionais dos planetas gigantes ao redor dos quais circulam os centauros podem alterar sua órbita e desviá-los em direção à Terra. Uma vez próximos de nosso planeta, eles devem se desintegrar em pó e fragmentos maiores, que podem colidir com a superfície.
Os pesquisadores acreditam que vestígios dos centauros atingiram a Terra em 10.800 a.C. e em 2.300 a. C. e podem ter causado a extinções em massa, como a dos dinossauros, há 65 milhões de anos.
"Nosso trabalho sugere que precisamos olhar além de nossa vizinhança imediata e estarmos atentos ao que existe além da órbita de Júpiter para encontrarmos centauros e analisar o risco de colisões", afirma Napier.

Astrofisica: Conheça a ASASSN-15lh, a supernova mais brilhante do céu

Pronunciada como "assassin" (ou assassino, em inglês), a supernova chegou, em seu pico, a uma luminosidade de 570 bilhões de vezes a do Sol

Batizada de ASASSN-15lh, a supernova
Batizada de ASASSN-15lh, a supernova
Batizada de ASASSN-15lh, a supernova é tão potente que sua luminosidade supera em 20 vezes a da Via Láctea(Divulgação/MPIA/NASA/Calar Alto Observatory/VEJA)
Astrônomos descobriram o que pode ser a supernova mais poderosa já encontrada. Publicado na última edição da revista Science, o estudo revelou que, em seu auge, a potência reportada pela grande explosão de estrelas foi 200 vezes maior que a de uma supernova comum e com luminosidade de 570 bilhões de vezes a do Sol.

Rara - Batizada de ASASSN-15lh, a supernova é especialmente rara uma vez que é duas vezes mais luminosa que qualquer outra explosão já vista. Os autores acreditam que esta é uma supernova tão poderosa que sua luminosidade supera em 20 vezes a de toda nossa Via Láctea.
Os pesquisadores estimam que a estrela que originou a ASSASN-15lh deve ter sido "colossal", com cerca de 50 a 100 vezes da massa do nosso Sol. Mesmo assim, é comum que ao longo do seu tempo de vida, as estrelas percam parte de sua massa. Por isso, acredita-se que, ao explodir, esta estrela deveria estar bem menor do que quando surgiu. "A estrela deveria ter um tamanho não muito maior do que o da Terra", informou à rede britânica BBC o professor Christopher Kochanek, da Ohio State University, nos Estados Unidos, um dos autores do estudo.
Mistérios - O projeto polonês All Sky Automated Survey for SuperNovae (ASA-SN, na sigla em inglês) identificou que a supernova "superiluminada" está localizada em uma galáxia a, aproximadamente, 3.8 bilhões de anos-luz (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros) do nosso planeta. No entanto, a real posição da ASASSN-15lh (que se pronuncia "assassin", ou "assassino", em inglês) ainda é desconhecida, assim como seu mecanismo explosivo e a fonte de potência de sua iluminação. Estas informações continuam um mistério, conforme explicou Subo Dong, professor de astronomia da Universidade de Pequim, parque da equipe de pesquisadores.
Nas próximas semanas, os cientistas tentarão entender os mecanismos relacionados à supernova por meio do telescópio espacial Hubble e esperam que o fenômeno revele novas informações sobre supernovas "superluminosas".
Explosão estelar - Supernova é o nome dado à explosão de estrelas com dez vezes (ou mais) a massa do Sol. É um evento raro, previsto para ocorrer a cada 50 anos na Via Láctea. Uma supernova pode ser tão brilhante quanto uma galáxia mas, com o passar do tempo, a luminosidade diminui até ela se tornar invisível. O processo todo geralmente ocorre em semanas ou meses. Durante a explosão, cerca de 90% da massa estelar é expulsa. Por causa do brilho intenso, são comumente usadas como pontos de referência no universo para cálculo de distância entre os corpos.
Mesmo com curto "período de vida", o estudo destas supernovas são importantes para trazer mais informações sobre o Universo em qeu vivemos

Astrofísica: Luz visível de buraco negro V404 Cygni é detectada pela primeira vez

Segundo pesquisadores, o brilho observável por um telescópio comum é resultado da explosão liberada por gases de estrela ao serem sugados pelo buraco negro V404 Cygni

massa deste buraco negro é de 9 massas solares
massa deste buraco negro é de 9 massas solares

"É interessante notar que a massa deste buraco negro é de 9 massas solares, o que o torna bem diferente dos buracos supermassivos que existem no centro das galáxias", explicou o físico Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)(VEJA/Divulgação)
Durante anos se pensou que os buracos negros pudessem ser observados apenas com telescópios sensíveis a raio-x e raios gama. No entanto, uma recente descoberta mostrou, pela primeira vez, que telescópios comuns, como aqueles que entusiastas da astronomia costumam ter em casa, podem detectar um buraco negro quando a matéria ao seu redor emite flashes de luz ao ser sugada.


O fenômeno foi detectado por pesquisadores japoneses que observavam o buraco negro V404 Cygni, localizado a 7.800 anos-luz da Terra. O V404 Cygni possui uma estrela vizinha menor que o nosso Sol e ambos se rodeiam em um movimento que se completa a cada seis dias e meio. Essa trajetória circular da estrela deixa um "rastro" de gás.
Em artigo publicado na revista Nature, Mariko Kimura, da Universidade de Kyoto, explicou que a gravidade causada pelo buraco negro foi tão grande que parte do material deixado pela estrela foi sugado, liberando uma explosão radioativa que produziu luz visível - que pôde ser capturada pelos telescópios comuns na Terra.
"É interessante notar que a massa deste buraco negro é de 9 massas solares, o que o torna bem diferente dos buracos supermassivos que existem no centro das galáxias, que possuem massas milhões de vezes maiores que o Sol", explicou o físico Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Devoradores? - A descoberta veio quando astrônomos discutem a reputação dos buracos negros diante de novas observações. Recentemente, os cientistas detectaram um buraco negro localizado no coração da galáxia NGC 5195 expelindo duas grandes nuvens de gás - em uma curiosa inversão da natureza "devoradora" dos buracos negros.
De acordo com os astrônomos, as grandes nuvens foram resultado de uma súbita ingestão do material que estava ao redor do buraco negro, em uma galáxia vizinha, muito maior que a NGC 5195. "Aparentemente, buracos negros podem 'arrotar' após suas refeições", explicou o astrônomo que liderou as pesquisas, Eric Schlegel, da Universidade do Texas, à NASA (agência espacial americana). Segundo os pesquisadores, a explosão gerou material suficiente para a formação de novas estrelas.
"É comum aos grandes buracos negros expelirem gases, mas é raro ter uma visão tão próxima destes acontecimentos", afirmou Schlegel. Utilizando imagens de raio-x do Observatório Chandra, da NASA, e imagens óticas do Observatório Nacional Litt Peak, o astrônomo e sua equipe conseguiram ver os dois arcos de gás, seguido de uma fina camada de um frio gás de hidrogênio. Segundo eles, isto sugere que um gás mais quente tenha varrido o hidrogênio mais frio de dentro da galáxia.
O fenômeno parece indicar que, ao contrário de sua fama, o buraco negro também é capaz de criar estrelas, ao invés de apenas destruí-las

Astrofísica e o movimento dos planetas: "Alinhamento" de cinco planetas será visível durante 1 mês. Saiba como observar

De acordo com o astrônomo André Luiz da Silva, do Observatório Dietrich Schiel, da USP de São Carlos, o melhor dia para observar o movimento dos planetas será 7 de fevereiro

Vênus e Júpiter são os planetas mais facilmente identificados por causa de seu brilho intenso.
Vênus e Júpiter são os planetas mais facilmente identificados por causa de seu brilho intenso.
De acordo com o astrônomo André Luiz da Silva, do Observatório Dietrich Schiel, da USP de São Carlos, Vênus e Júpiter são os planetas mais facilmente identificados por causa de seu brilho intenso.(Museum Victoria/Stellarium/Reprodução)
Um "alinhamento" entre cinco planetas do nosso Sistema Solar poderá ser visto a olho nu até 20 de fevereiro. Algumas pessoas publicaram em suas contas nas redes sociais fotos do arco formado entre Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, que poderá ser observado até 20 de fevereiro, pouco antes de o Sol nascer, entre o Leste e Norte do horizonte.
De acordo com o astrônomo André Luiz da Silva, do Observatório Dietrich Schiel, da USP de São Carlos, o melhor dia para observar o movimento dos planetas será 7 de fevereiro, quando Mercúrio estará no ponto mais distante do Sol e, portanto, ficará mais aparente no céu.

Dicas - Este não é um alinhamento "clássico", em que as órbitas dos planetas se aproximam e eles parecem estar "chegando mais perto" no céu, quando vistos da Terra - a aproximação é sempre aparente, pois os planetas estão a milhões de quilômetros de nós. Dessa vez, os planetas vão parecer estar "enfileirados", um efeito visual causado pela perspectiva que temos do Sistema Solar.
Como o fenômeno se estende por um grande espaço no céu, Silva explica que aparelhos como os telescópios não são capazes de captar todos os planetas, muito menos fotografar toda a "grandeza" do alinhamento. A dica do astrônomo para conseguir capturar o movimento planetário é utilizar uma câmera com lente grande angular ou a chamada "olho de peixe", que garante maior campo de visão.
O fenômeno começou a ser observado do Brasil na noite desta quarta-feira (20) O primeiro planeta a aparecer no horizonte foi Júpiter, por volta das 23 horas. Em seguida, vieram Marte, às 2 horas, Saturno, que aparece às 3 horas, Vênus, por volta das 4 horas e, por último, Mercúrio que só desponta no horizonte por volta das 5h40.
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