Geólogos acreditam que, há 2,2 bilhões de anos, um asteroide teria mudado o clima da Terra após se chocar com nosso planeta.
Aborígenes australianos mantêm até hoje a tradição de fabricar instrumentos a partir de pedras. Esta prática não mudou muito desde que a Austrália passou a ser povoada por europeus. Ao observar os instrumentos, os geólogos se surpreenderam não com sua fabricação, mas sim com a origem de sua matéria-prima.
A descoberta
Ao analisar as pedras, os pesquisadores descobriram que eram originárias de um asteroide que se chocou com a Terra há 2,2 bilhões de anos atrás. O choque teria dado origem à cratera de 70 km de diâmetro Yarrabubba, situada no interior desértico australiano.
O achado fez com que os pesquisadores chegassem à conclusão de que o choque seria a colisão mais antiga de um asteroide com a Terra. O impacto teria ocorrido em um período em que o nosso planeta seria muito mais frio do que é agora. No entanto, a colisão teria mudado tal cenário.
Mudança climática
Os pesquisadores dizem que o impacto do asteroide teria ajudado no degelo da Terra. A vaporização das camadas de gelo teria gerado vapor que, ao subir para a estratosfera, fez a Terra virar uma espécie de estufa.
"É intrigante pensar o que um evento de impacto moderado a grande poderia fazer neste período de tempo", disse Timmons Erickson, geocronologista do Centro Espacial Johnson da NASA em Houston, Estados Unidos, e pesquisador-chefe do estudo, ao site sciencemag.com.
Os pesquisadores ressaltam a concomitância entre a colisão do asteroide na Terra e o período no qual se iniciou seu degelo. No entanto, nem todos os cientistas estão totalmente de acordo com Erickson.
Eva Stueken, geobióloga da Universidade de St. Andrew no Reino Unido, acredita que o diâmetro de Yarrabubba corresponde a um terço da cratera que teria sido formada pelo impacto de outro asteroide, o que foi responsável pela extinção dos dinossauros 66 milhões de anos atrás. Com um impacto comparativamente mais pequeno, tal asteroide não poderia ter influenciado o clima em tamanha escala.
Mesmo assim, Stueken acredita que os estudos paleoclimáticos devem considerar o papel de tais impactos violentos no clima.