A Energia da Lua Sobre a Mulher
“Também a Lua, e não só o Sol é o legítimo cronômetro do alvorecer dos tempos, especialmente para as mulheres e para os homens se faz presente na manifestação da vida e atua na manifestação dos sentimentos".
A Lua sempre foi o marcador de
tempo natural das mudanças periódicas que ocorriam em todos os reinos,
era ela também que assinalava todas as etapas e padrões do eterno ciclo
da vida e da morte. Sua misteriosa luz prateada apontava o momento certo
para o plantio, para a colheita, para o acasalamento e para as mudanças
climáticas. Os antigos gregos a representavam como um cálice vazio que
se enchia e esvaziava-se lentamente, representando as alterações
cíclicas das emoções, reações e necessidades humanas. Alem disso era
usada na busca da magia e no uso ritualístico.
O símbolo escolhido
para representar a esfera matriarcal é a Lua, em sua correlação com a
noite e com a Grande Mãe do céu noturno. A Lua é o astro que ilumina a
noite e é o símbolo do princípio feminino, representando
potencialidades, estados de alma, valores do inconsciente, humores e
emoções, receptividade e fertilidade, mutação e transmutação. E, as
fases da Lua, caracterizam os aspectos da natureza feminina, assim como
representam os estágios e as transformações na vida da mulher. Por isso
aquelas que não estão em harmonia com a energia lunar nem entende os
seus significados não conseguem equilibrar seus sentimentos nem ter uma
vida cheia de prazer.
O Mundo da Lua aparece na qualidade de um
nascimento ou renascimento. Onde quer que se visualize seu símbolo,
sempre estaremos diante de um mistério de transformação matriarcal,
mesmo que algumas vezes, mostre-se camuflado no mundo patriarcal. Esse
mistério nos chama atenção e nos deixa curiosos, mas mexe muito mais com
a mulher.
Em especial os astros luminosos em sua dimensão
arquetípica, sempre são símbolos da consciência e do espírito da psique
humana. É por isso que sua posição nas religiões e ritos é
característica das constelações psíquicas dominantes no grupo que, a
partir do seu inconsciente, projetou-os no céu. Para ilustrar, o Sol tem
sua correspondência na consciência patriarcal, enquanto a Lua na
consciência matriarcal. Pois ela esta mais ligada à sujeição a
passividade e a feminilidade presente no Universo.
O aspecto lunar do
matriarcado não se refere ao espírito invisível e imaterial, bandeira
defendida pelo patriarcado, mas foi à razão pela qual fez com que a Lua
acabasse depreciada, assim como o Feminino a que ela corresponde. Todos
seus princípios marginalizados levaram à conceituação abstrata da
consciência moderna e, que hoje ameaça a existência da humanidade
ocidental, pois a unilateralidade masculina acarreta uma hipertrofia da
consciência, às custas da totalidade do homem. Mas isso vem tem uma
transformação nos últimos tempos com uma forte penetração do poder
feminino na sociedade moderna.
Atualmente, o conhecimento abstraído
pela consciência coletiva da humanidade encontra-se nas mãos de
representantes masculinos, que nem sequer são capazes de incorporar o
princípio solar imaterial e puro. São poucos que conseguem aproveitar a
positividade gerada pelo Sol em sua vida.
O Mundo da Lua está longe
de ser, como supunha o mundo patriarcal, somente um nível de matéria
inferior, de fugacidade telúrica e escuridão.
Nos mistérios do renascimento ocorre a iluminação e a imortalizarão do homem, mas isso só está acessível aos mais iluminados, pois muitos se deixam levar pelos desejos e entram em contato com a energia inferior desse astro. Este mesmo homem, que é iniciado e iluminado pela Grande Mãe, como demonstra os mistérios eleusinos e o seu renascimento acontece como um nascimento luminoso no céu noturno, onde as ondas de energias criadoras vibram em perfeito equilíbrio com o Cosmos.
Ele brilhará como um ponto de luz no
manto negro da noite, iluminando o mundo noturno, mas mesmo tornando-se
deste modo, imortal, a Mãe não o libera, mas o carrega para perto de si
na mandala celeste, pois uma Mãe jamais abandona seu filho. E essa
proteção e essencial, para a existência de seus descendentes e honra de
seus ancestrais.
A LUA E A MENSTRUAÇÃO
A cada 28 dias a Lua
completa seu ciclo de crescente a minguante. A Lua Nova marca a primeira
iluminação e um fiapo fica visível no céu noturno.
A Lua então cresce até o primeiro quarto, quando se pode visualizar a metade de seu disco. Continua a crescer e completa-se até atingir a Lua Cheia. Neste ponto, começa a diminuir de tamanho até o terceiro quarto, quando novamente só se vê a metade do disco e continua assim até que não se veja mais seu disco. Em quinta fase, esta Lua Escura dura três noites e esta, é este é o mais poderoso de todos os ciclos da Lua. Porque representa a verdadeira fusão da sombra com a luz universal.
Com seu ciclo de
nascimento, á Lua de crescimento e morte, é um lembrete poderoso, todos
os meses, da natureza dos ciclos. Em épocas remotas, os ciclos
menstruais das mulheres eram perfeitamente alinhados com os da Lua. A
mulher ovulava na Lua Cheia e menstruava na Lua Escura. A Lua Cheia era o
ápice do ciclo da criação, era quando o óvulo era liberado. Nos 14 dias
que antecedem esta liberação, as energias da criação reúnem tudo que é
necessário para constituir o óvulo. Quando passava a Lua Cheia e o óvulo
não era fertilizado, tornava-se maduro demais e se decompunha,
derramando-se no fluxo natural de sangue na Lua Escura.
Quando a mulher vive em perfeita harmonia com a Terra, ela só sangra os três dias da Lua Escura. Quando a Lua Nova emerge, seu fluxo naturalmente deve cessar e o ciclo da criação é reiniciado dentro dela. Mas o contato com a magia e uma sexualidade desregrada, drogas e mal uso de seu corpo desequilibrou o organismo da maioria delas.
Em nossa sociedade atual, o uso de
pílulas anticoncepcionais, fez com que a mulher deixasse de incorporar e
compreender este ciclo de criação e destruição dentro de si. Alguns
índios norte-americanos consideravam a Lua uma mulher, a primeira Mulher
e, no seu quarto minguante ela ficava "doente", palavra que definiam
como menstruação.
Camponeses europeus acreditavam que a Lua menstruava e que estava "adoentada" no período minguante, sendo que a chuva vermelha que o folclore afirma cair do céu era o "sangue da Lua". Pois, em várias línguas as palavras menstruação e Lua são as mesmas ou estão associadas. A palavra menstruação significa "mudança da Lua" e "mens" é Lua. Alguns camponeses alemães chamam o período menstrual de "a Lua". Na França é chamado de "le moment de la luna".
Entre muitos povos em
todas as partes do mundo as mulheres eram consideradas “tabus” durante o
período da menstruação. Este período para algumas tribos indígenas era
considerado um estado tão peculiar que a mulher deveria recolher-se à
uma "tenda menstrual" escura, pois a luz da Lua não deveria bater sobre
ela.
O isolamento mensal da mulher tinha o mesmo significado que os ritos de puberdade dos homens. Durante este curto espaço de tempo de solidão forçada, as mulheres mantinham um contato mais íntimo com as forças instintivas dentro de si, com uma meditação profunda e dedicação a higiene de corpo e mente.
Já em tribos mais primitivas, nenhum homem
podia se aproximar de uma mulher menstruada, pois até sua sombra era
poluidora, sobre isso encontramos relatos na Bíblia sobre instruções de
Moises sobre a higiene da mulher e vemos que nesse período ela era
considerada imunda. O sangue menstrual, nesta época, era tido como
contaminador. Acreditavam também, que a mulher menstruada tinha um
efeito poluente sobre o fogo e se por algum motivo se aproximasse dele,
esse se extinguiria. Ainda, de acordo com o Talmude, se uma mulher no
início da menstruação passasse por dois homens, certamente um deles
morreria.
Se estivesse no término de seu período, provavelmente causaria uma violenta discussão entre eles, isso seria a ação da sobra da Terra em seu estado mais inferior agindo através da mulher. Isso se daria pelo processo refletor da mulher naquele período.
Por vários motivos as
mulheres acabaram impondo à si mesmas uma abstinência, muito embora,
tanto nelas como nos animais, o período de maior desejo sexual é
imediatamente anterior ou posterior a menstruação. Isso acontece pela
energia atuante ser extremamente mutável e provocar mudanças hormonais
profundas e intensas.
Na Índia, acredita-se ainda hoje, que a
Deusa-Mãe menstrua. Durante essa época, as estátuas da deusa são
afastadas e panos manchados de sangue são considerados como "remédio"
para a maior parte das doenças. Também na Babilônia, pensava-se que
Istar, a Deusa Lua, menstruava na época da Lua Cheia, quando o "sabattu"
de Istar, ou dia do mal, era observado.
A palavra "sabattu" vem de sabat e significa o descanso do coração. É o dia de descanso que a Lua tem quando está cheia. Este dia é um percussor direto do sabá e considerava-se desfavorável qualquer trabalho, comer comida cozida ou viajar. Essas eram as coisas proibidas para a mulher menstruada. O sabá era primeiramente observado somente uma vez por mês e depois passou a ser observado em cada uma das fases da Lua.
Hoje, uma compreensão
científica e objetiva já nos livrou de todos estes tabus, mas é bom
lembrar que em certo momento histórico, inconscientemente, a natureza
instintiva feminina podia provocar a anulação dos homens. E esse poder
certamente está ligado a Lua.
C7 Consultoria UMBANDA ASTROLÓGICA – Centro de Estudos Astrológicos, Místicos e Esotéricos.
Astrólogo Responsável: Carlinhos Lima.
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