De acordo com a NASA, no último ano cerca de 1.000 asteroides se aproximaram da Terra. No entanto, todos passaram a uma distância segura do nosso planeta. Mesmo assim, nem sempre a Terra se livrou de colisões com
asteroides massivos.
Com a ajuda de tecnologias e muita análise, cientistas já encontraram vestígios de
impactos com asteroides que mudaram o clima, a topografia e o ecossistema de diversas partes da Terra.
Mortandade de insetos
Na Antártica, mais precisamente na Terra de Wilkes, encontra-se uma cratera com diâmetro de cerca de 500 km. A formação geológica foi achada ainda na década de 1960, o que despertou a curiosidade de pesquisadores.
Com a ajuda de imagens do satélite GRACE, cientistas americanos descobriram por um estudo em 2009 que a cratera foi o resultado do choque com um asteroide ocorrido 250 milhões de anos atrás.
Segundo o estudo,
publicado pelo portal científico AGU 100, o impacto trouxe a morte de
milhões de animais do período Permiano. Por volta de 96% das espécies marinhas e 73% dos vertebrados terrestres foram vítimas fatais do asteroide.
© SPUTNIK / PAVEL LISITSYN
Fragmento do meteorito de Chelyabinsk que caiu na Rússia em 15 de fevereiro de 2013
Além disso, o evento causou uma mortandade de insetos nunca vista na história. Acredita-se que 83% destes animais foram exterminados.
Os animais não sucumbiram instantaneamente, mas as consequências do impacto como erupções vulcânicas, efeito estufa e o aumento da acidez da água do mar levaram à morte deles ao longo de milhares de anos, conforme estudo
publicado pela Inquéritos Científicos da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos (PNAS).
Extinção dos dinossauros
Da mesma forma, muitas
espécies de dinossauros teriam sumido da Terra devido ao choque com um asteroide massivo cerca de 66 milhões de anos atrás.
O impacto teria ocorrido na península de Yucatán, no México. Até então, a profundidade do mar na região não seria maior do que 30 metros.
© FOTO / DIVULGAÇÃO/CENTRO DE APOIO A PESQUISA PALEONTOLÓGICA
Fóssil do dinossauro de pescoço longo mais antigo do mundo é achado no Brasil, batizado de Macrocollum itaquii
De acordo com outro estudo
publicado pela PNAS, o impacto foi equivalente à explosão de várias
bombas nucleares juntas. Tsunamis de centenas de metros de altura teriam entrado nos continentes, ao passo que florestas foram acometidas de grandes incêndios.
Além disso, minerais sulfurosos teriam se evaporado, resultando no esfriamento da
superfície terrestre. Quase todos os dinossauros teriam morrido, assim como 16% das espécies marinhas e 18% dos vertebrados terrestres.
Choque duplo
Há 34 milhões de anos, a Terra perdeu em torno de 15% de todas as espécies de animais. A tragédia teria sido o resultado de um brusco esfriamento da superfície do planeta.
Segundo Sergei Vishnevsky, acadêmico do Instituto de Mineralogia e Petrografia da filial siberiana da Academia Russa de Ciências, a mortandade foi o resultado da colisão com dois asteroides, um na América do Norte e outro na Sibéria.
De início, a
temperatura média do ar estava subindo, mas logo registrou uma queda brusca, causando o esfriamento da superfície do planeta. Isso seria explicado pelo bloqueio aos raios do Sol provocado pela
concentração de poeira que subiu após as colisões.
Com a menor incidência dos raios solares, a temperatura do ar caiu e nem todos os animais puderam sobreviver o frio.
Fim dos mamutes
Outra grande extinção ocorreu 13.000 anos atrás. Na ocasião
se extinguiram os mamutes, assim como os bisontes e preguiças gigantes.
© SPUTNIK / KONSTANTIN CHALABOV
Esqueleto de mamute em museu da cidade russa de São Petersburgo (imagem referencial)
A razão teria sido o impacto de um asteroide rico em platina, material comumente encontrado em meteoritos.
Procurando concentrações de platina no mundo, cientistas descobriram grande acúmulo do material na África do Sul, Groenlândia, Oeste da Ásia, América do Sul, América do Norte e Europa. Todas as amostras datavam de 12.680 anos atrás.