Segundo cientistas, a descoberta é uma evidência de que planetas potencialmente habitáveis em nossa galáxia são "tão comuns quanto grãos de areia na praia"
Cientistas acreditam que a estrela Kapteyn (ponto vermelho
à esquerda) foi ejetada de uma galáxia anã que se integrou à Via Láctea
(Victor Robles, James
Bullock, and Miguel Rocha at University of California Irvine and Joel
Primack at University of California Santa Cruz)
Uma equipe internacional de astrônomos descobriu dois novos
planetas orbitando uma estrela muito antiga e próxima do Sistema Solar.
Um deles, denominado Kapteyn b, está uma distância da estrela que
permite a existência de água líquida em sua superfície – um ingrediente
essencial para a formação da vida. A pesquisa que descreve as
descobertas foi publicada nesta terça-feira no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Two planets around Kapteyn's star: a cold and a temperate super-Earth orbiting the nearest halo red-dwarf
Onde foi divulgada: periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Quem fez: Anglada-Escude, Guillem; Arriagada, Pamela; Tuomi, Mikko; Zechmeister, Mathias; Jenkins, James; Ofir, Aviv e outros
Instituição: Instituto Carnegie, nos Estados Unidos, e outras
Resultado: Os pesquisadores descobriram dois novos planetas orbitando uma estrela muito antiga e próxima do Sol. Um deles, denominado Kapteyn b, está uma distância da estrela que permite a existência de água líquida em sua superfície
Título original: Two planets around Kapteyn's star: a cold and a temperate super-Earth orbiting the nearest halo red-dwarf
Onde foi divulgada: periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Quem fez: Anglada-Escude, Guillem; Arriagada, Pamela; Tuomi, Mikko; Zechmeister, Mathias; Jenkins, James; Ofir, Aviv e outros
Instituição: Instituto Carnegie, nos Estados Unidos, e outras
Resultado: Os pesquisadores descobriram dois novos planetas orbitando uma estrela muito antiga e próxima do Sol. Um deles, denominado Kapteyn b, está uma distância da estrela que permite a existência de água líquida em sua superfície
A estrela ao redor da qual os novos exoplanetas orbitam é denominada
Kapteyn, em homenagem ao astrônomo alemão Jacobus Kapteyn, que a
descobriu no fim do século XIX. Ela tem um terço na massa do Sol e se
localiza nos limites da Via Láctea.
O planeta Kapteyn b, candidato a ter água líquida, possui cinco vezes
a massa da Terra e dá uma volta completa ao redor de sua estrela a cada
48 dias. O segundo planeta, Kapteyn c, é mais massivo, com um ano
correspondente a 121 dias terrestres e, provavelmente, frio demais para
ter água líquida.
Instrumentos que estão sendo desenvolvidos atualmente poderão, em breve, analisar a atmosfera desses planetas e verificar a presença de água, acreditam cientistas. "Essa é mais uma evidência de que quase todas as estrelas possuem planetas, e que planetas potencialmente habitáveis em nossa galáxia são tão comuns quanto grãos de areia na praia", afirma Pamela Arriagada, pesquisadora dos Observatórios Carnegie, nos Estados Unidos.
Instrumentos que estão sendo desenvolvidos atualmente poderão, em breve, analisar a atmosfera desses planetas e verificar a presença de água, acreditam cientistas. "Essa é mais uma evidência de que quase todas as estrelas possuem planetas, e que planetas potencialmente habitáveis em nossa galáxia são tão comuns quanto grãos de areia na praia", afirma Pamela Arriagada, pesquisadora dos Observatórios Carnegie, nos Estados Unidos.
Os planetas foram descobertos a partir de instrumentos do
Observatório La Silla, no Chile, parte do Observatório Europeu do Sul
(ESO, na sigla em inglês); do Obervatório Las Campanas, também no Chile,
operado pelo Instituto Científico Carnegie (CIS, na sigla em inglês), e
do Observatório W. M. Keck, no Havaí, da Associação de Pesquisa em
Astronomia da Califórnia.
Proximidade — A estrela Kapteyn é a
25.ª mais próxima do Sol, a 'apenas' 13 anos-luz da Terra. Os
cientistas acreditam que ela tenha se originado em uma galáxia anã que
se desfez e foi absorvida pela Via Láctea. Esse 'canibalismo
galáctico' mudou a estrela de direção, fazendo com que ela acabasse nas
proximidades da Via Láctea.
Estima-se que essa estrela e seus planetas tenham cerca de 11,5
bilhões de anos, 2,5 vezes mais do que a Terra e apenas dois bilhões de
anos a menos do que a formação do Universo. "Isso faz com que a gente se
pergunte que tipo de vida pode ter evoluído nesses planetas em um
período tão longo de tempo", diz Guillem Anglada-Escude, pesquisador da
Queen Mary University of London e um dos autores do estudo.