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sábado, 16 de janeiro de 2021

Astrônomos registram dobra ondulada de nossa galáxia pela 1ª vez

 


Os cientistas do projeto Levantamento Digital do Céu Sloan (SDSS, na sigla em inglês) apresentaram durante a 237ª reunião da Sociedade Astronômica Americana uma nova visão sobre a forma de nossa galáxia. A galáxia foi mostrada pela primeira vez na forma de um disco em espiral com uma flexão ondulada transversal.

Os cientistas do projeto SDSS estudaram a dobra de nossa galáxia, estudando a posição e movimento das estrelas dentro da Via Láctea. Os resultados mostraram que o disco é curvado e que a dobra contornando a galáxia muda uma vez em cada 440 milhões de anos.

"Imagine que você está nas bancadas de um estádio em um jogo de futebol e a multidão começa a fazer uma onda", sugere o autor do estudo Xinlun Cheng, astrônomo da Universidade da Virgínia. "Tudo o que você faz é levantar-se e sentar-se, mas o efeito é o de uma onda passando ao redor do estádio. O mesmo ocorre com a curvatura galáctica, as estrelas se movem apenas para cima e para baixo, mas a onda se espalha por toda a galáxia."

Em seu estudo os pesquisadores usaram o espectrógrafo infravermelho de alta precisão do observatório APOGEE, que faz parte do SDSS.

"Os espectros do APOGEE fornecem informação sobre a composição química e o movimento de estrelas individuais", explicou outro autor da pesquisa, dr. Borja Anguiano, da Universidade da Virgínia. "Isso nos permite dividi-las em grupos e observar a curva separadamente dentro de cada grupo."

No entanto, além dos espectros é preciso estudar a curva, de acordo com os cientistas. Para observar as curvas galácticas é preciso realizar medições precisas das distâncias estelares, e para isso os pesquisadores usaram dados do satélite Gaia da Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês).

Unificando os dados do APOGEE e do Gaia, os cientistas criaram mapas tridimensionais completos das estrelas da Via Láctea com informação detalhada sobre a localização, velocidade e composição química de cada estrela.estrela

A análise revelou que a deformação causada pela onda, e que passa pela Via Láctea, faz as estrelas individuais se moverem para cima e para baixo relativamente ao plano da galáxia.

Os autores mediram a velocidade e comprimento desta onda, a qual teria surgido devido à interação com uma galáxia-satélite, sugeriram os cientistas. A deformação em forma de ondulação gravitacional continua se movendo pela galáxia, criando uma onda.

"Nosso modelo pressupõe que há cerca de três bilhões de anos ocorreu um encontro com uma galáxia-satélite. Para os astrônomos galácticos isso é um acontecimento recente", afirmou Cheng.

Segundo dados dos cientistas, dentro de quatro bilhões de anos a Via Láctea colidirá com outra galáxia, a Andrômeda, e mudará sua forma de novo.

 

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