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domingo, 12 de março de 2023

Numerologia: Deus e a criação com a matemática celeste

 


 No Novo Mundo igualmente o número quatro faz parte dos conceitos cosmológicos essenciais. Entre os maias, os pontos cardinais estão associados às cores e aos “dias que representam o ano” no calendário. Quatro árvores do mundo suportam o céu, na cosmologia asteca. “Os quatro pontos cardinais representam o lugar de origem dos ventos, onde também se encontram os quatro grandes cântaros de onde caem as chuvas”, a exemplo dos quatro Bacab, os deuses dos pontos cardinais que também sobreviveram à “destruição do mundo pelo Dilúvio”. Há também quatro letras no nome de Deus, o tetragrama JHVH, grafado ou vocalizado como Yahweh ou Javé ou, ainda, “Jeová”, enquanto que os crentes judeus o deixam sob sua forma de consoantes.


Na China, encontramos as quatro portas da residência imperial, considerada o “centro do mundo”, os quatro mares lendários ao redor do império e as quatro montanhas (que correspondiam igualmente aos nomes dos suseranos), e as quatro estações eram divididas de tal modo que se marcava o início delas com quatro seções de quinze dias. Quatro grandes rios lendários protegiam o imperador de jade Yu-houang-ti, a divindade suprema da religião popular; quatro amuletos afastavam as influências demoníacas; as quatro artes eram simbolizadas pelo livro, a pintura, a viola e o jogo de xadrez, enquanto que os quatro tesouros dos sábios eram a paleta, o pincel, a tinta e o papel. 

É importante atentar-se aqui para a existência de duas situações perfeitamente definidas: antes do PRINCÍPIO e no PRINCÍPIO. A Bíblia fixa, com muita precisão, estas situações quando declara, textualmente: “No princípio...”. Temos, pois, de considerar, a partir de agora, não um tempo indefinido, incompreensível, incompreendido, sem qualquer ponto de balizamento, mas há, a partir de então, uma definição precisa, um marco inicial de tempo que nos informa quanto se iniciou a formação de todas as coisas, ou seja, no PRINCÍPIO, quando então o UM surgiu no centro do círculo (ZERO)

Todas as civilizações conceberam seus sistemas de orientação e de representação espacial como conjuntos de quatro elementos. A fim de representar as posições no espaço e no tempo onde se desenvolvem as funções, os matemáticos apelam à estrutura das coordenadas cartesianas (abscissas e ordenadas), que é fundamentalmente idêntica ao cruzamento dos eixos norte-sul e leste-oeste. Além dessa estruturação do espaço, que é a própria realidade do universo manifestado, o quatro é em quase todas as civilizações a cifra da perfeição e da completude. É por essa razão que o texto sagrado dos Vedas é dividido em quatro partes, e que “os quatro quartos de Brama” designam a totalidade do conhecimento que se pode adquirir.

Não só a Mitologia, mas também a Bíblia estão cheias de exemplos destas descensões e ascensões: Lúcifer “cai” dos céus, Adão “cai” no Paraíso; Prometheu “desce” do Olimpo e o próprio Senhor Jesus “desce” do céu. Todos eles, mais cedo ou mais tarde, “sobem” novamente para junto de Deus! Estas “quedas” e “ascensões” são, simbolicamente, representadas pela interação dos números ZERO e UM.

Para C.G. Jung, os números seriam esquemas de ordenação do mundo, tanto do ponto de vista físico (matemático) como do ponto de vista psíquico (simbolismo numérico). Em outros termos, como diriam os platônicos da Antiguidade, os números estariam ligados às potências da alma, tanto em sua realização quanto em sua manifestação. De fato, o quatro comporta a dupla idéia de unidade e de totalidade ou, se preferirmos, o conceito de que a totalidade das coisas se oferece sob o signo do quaternário e que essa totalidade é una em seu princípio, razão pela qual deveríamos falar estritamente de uni-totalidade.

Como ficou dito a Involução se faz até a forma mais densa - o mineral - e aí, o Espírito de Deus, a chama da Vida, trabalha, compõe, combina, reage quimicamente, manifesta-se às vezes por fenômenos de radioatividade, para evoluir aos poucos em formas cada vez menos densas, através dos indivíduos dos reinos vegetal, animal e humano, onde explode em forma mais puras, e em estágios materiais mais sutis, de inteligência, alma, espírito, numa ascensão constante até coloca-se “à direita do Pai”, isto é, o Espaço Absoluto onde se travaram todas as refregas da Involução e da Evolução, e que se coloca, agora, à direita do UM! É o 10, número cabalístico de transcendental importância que reflete todos os estágios da Perfeição Absoluta, adquirida, através de todas as fases involutivas e evolutivas, isto é, através de todos os números!

É importante lembrar que ao quatro se junta freqüentemente o cinco, na medida em que este representa o centro, seja o da cruz, do qual partem os quatro braços, seja o do quadrado, no qual se cruzam as diagonais. O cinco não é tanto a unidade do quatro, mas sim o lugar por onde passa o eixo perpendicular (zênite-nadir) que completa a manifestação horizontal do quatro e remete ao que está aquém e além dele: a quinta-essência da alquimia ou o quinto elemento da figuração chinesa. Esse centro oferece a particularidade de ser ao mesmo tempo pleno (ele é a totalidade potencial do quatro) e perfeitamente vazio (pois transcende o quatro). 

Tal é a Vida, o Mundo e o simbolismo do número UM. De tudo o que foi dito conclui-se que a UNIDADE é imaterial, infinita e incognoscível. O UM é a unidade de tudo. Isto posto, compreende-se que tudo foi elaborado e realizado sob os influxos da UNIDADE ABSOLUTA. Ela é quem rege a mecânica de toda a fenomenologia. Ela é, então a Lei Divina!

No século 20, C.G. Jung retomou esse conceito do quatro, aplicado às quatro funções psíquicas (pensamento, sentimento, intuição e sensação) e às quatro figuras da anima: Eva, Helena, Maria e Sofia. Todos os quaternários que enuncia estão em relação com o que ele chama de Si (Self), ou imago Dei, arquétipo do pleno e do vazio e, como ele explica em várias passagens, supra-ordenador do conjunto da psique na medida em que, ao mesmo tempo, participa e não participa das manifestações da psique. Nesse sentido é semelhante ao Si-mesmo do hinduísmo ou ao Atma-Brama. Tudo brota dele e tudo se reabsorve nele, num sentido próximo ao do zero ativo, na medida em que o zero é a cifra que as tradições denominaram como o Um-que-não-é (o Um antes da revelação do Um), o Nada supra-essencial, o Deus absconditus de onde emerge o Deus revelatus, a deitas ou deidade, o Nada ou o abismo do divino; em suma, aquele do qual nada se pode dizer sem traí-lo.


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