O Dez, o Onze e o Doze
O dez é o símbolo da realização e da perfeição que remete à unidade primordial. É a tetraktys dos pitagóricos que se resolve sempre no Um. Podemos somar 1 + 2 + 3 + 4 = 10, e este nos dá, segundo a aritmologia, 1 + 0 = 1. O mesmo ocorre com a soma de todos os elementos do 10, que dá: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 8+ 9 + 10 = 55 e se reduz a 5 + 5 = 10 e 1 + 0 = 1. Além disso, se somarmos os quatro primeiros números do seguinte modo: (1 + 2) + (3 + 4), perceberemos que o 10 é também a soma dos dois primeiros pares masculino-feminino e que é, portanto, um duplo andrógino, o que o reconecta ao quatro como unidade da manifestação.
Na vida de Buda encontramos estranhas relações com a Numerologia: Ele era nobre e rico, casado com uma mulher virtuosa e pai de um filho. Sai um dia para uma viagem durante a qual encontra um velho, um doente e um cadáver. Estes três encontros modificaram inteiramente a vida de Siddartha e levaram-no a abandonar sua riqueza e a própria família para, de cabeça raspada e pobremente vestido, entregar-se a uma vida ascética durante seis anos, no fim dos quais, meditou durante quatro e depois, sete dias, sob uma árvore - a árvore Bó - que se tomou sagrada para os budistas e, sob ela, recebeu a “iluminação”. E em virtude disto, aquela árvore, tomou-se conhecida como “árvore da Sabedoria”. Partindo para iniciar suas pregações, Buda profere, na cidade de Benares, um discurso que aponta para a humanidade o que ele denominou de “Quatro Virtudes e Verdades Nobres”. São elas
De todos os modos que considerarmos, o dez representa ao mesmo tempo o Todo e o Um, o Um-todas-as-coisas sobre o qual tanto refletiram os últimos neoplatônicos da Antiguidade, conceito que foi amplamente retomado pela meditação alquímica. Esse conceito foi tão rico que o filósofo matemático Nicômaco denomina o Dez, no primeiro século de nossa era, com o nome de Pan (Todo), pois “serviu de medida para o Todo como o esquadro e o prumo nas mãos Daquele que tudo ordenou”.
No judaísmo, nesse mesmo sentido de revelação do divino ou de seus poderes, encontram-se os Dez Mandamentos entregues a Moisés e as dez pragas do Egito que permitiram a fuga dos hebreus, enquanto que o Templo construído por Salomão tem a necessidade de dez véus para ocultar o Santo dos Santos. Do ponto de vista esotérico, considera-se, enfim, que os dez sefirot da Cabala são como uma árvore invertida que tem suas raízes no céu e sua copa na terra, de acordo com os dez nomes misteriosos de Deus
É provável que a interpretação dada ao símbolo como sendo a representação do Sol, tenha vindo de uma figura, em forma de estrela (uma estrela de diorito) descoberta por Morgan, em Susa, no ano de 1901, e que mostra, no vértice de estrela o deus Xamaxe (o deus Sol dos babilônios) sentado no trono, entregando a um rei, em atitude de oração, as leis do império. É, pois, evidente que o símbolo não se refere ao Sol, mas a uma cena que descreve a origem da lei Pouco simbolismo pode ser encontrado no fato de que o número OITO corresponda ao nosso “H”, OITAVA letra do alfabeto, mas atente-se ao fato de ter sido ele formado de dois quadrados que formam o quadrilongo do Templo. A idéia de perfeição dada pelo cubo de dois, é simbólica.
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