Sistema bizarro com 3 anéis de formação planetária 'desalinhados' é detalhado (FOTO)
Uma configuração
de anéis irregular no anel mais próximo de um sistema composto por três
estrelas, descoberta ainda em 2017, e confirmada por um novo estudo,
levou cientistas a propor teorias.
O
rádio-observatório ALMA, no Chile, e o telescópio VLT do Observatório
Europeu do Sul ajudaram uma equipe internacional a detalhar uma
configuração de disco de formação planetária pouco comum em um sistema,
localizado na constelação Orion, segundo um comunicado do ALMA.
O sistema, localizado a 1.300 anos-luz
do Sistema Solar, consiste em duas estrelas, orbitando uma em torno da
outra a uma distância de aproximadamente uma unidade astronômica (a
distância média entre a Terra e o Sol), com uma terceira estrela
orbitando as outras duas em uma órbita desalinhada a uma distância de
oito unidades astronômicas, e é conhecido desde 1949.
Os discos protoplanetários, como o nome sugere, são o material a partir do qual se formam os planetas em torno de uma estrela, explica
o portal Science Alert. A estrela necessita primeiro se formar e
crescer em um viveiro estelar. Depois um nó de material em uma nuvem
protoestelar colapsa gravitacionalmente, e começa a girar, criando, assim, um disco gigante de gás e poeira, que se alimenta da estrela em crescimento.
Quando este processo de formação é concluído, o material restante do
disco começa a se aglomerar, e eventualmente forma planetas e outros
corpos menores. É por isso que, em sistemas planetários como nosso
Sistema Solar, os planetas e cinturões de asteroides são alinhados de
forma mais ou menos plana, contornando a linha do equador da estrela.
Ao redor de sistemas de múltiplas
estrelas, no entanto, o plano planetário é muitas vezes desalinhado com
as órbitas de suas estrelas. O estudo dos discos protoplanetários ao
redor de sistemas de múltiplas estrelas pode nos ajudar a entender como
este desalinhamento acontece.
Os três anéis possuem uma gigante nuvem protoplanetária de poeira e
gás, com os anéis a distâncias de 46, 185 e 340 unidades astronômicas a
partir do centro do sistema. O último anel é o maior já encontrado. Em
comparação, a distância média entre Plutão e o Sol é de 39,5 unidades
astronômicas.
Descobertas realizadas
"Em nossas imagens, vemos a sombra do anel interno
no disco externo", disse o astrônomo Stefan Kraus, da Universidade de
Exeter, Reino Unido, uma descoberta anteriormente observada pelo ALMA em
2017.
Imagem de GW Orionis, sistema de três estrelas com uma peculiar área interna
Kraus e sua equipe realizaram simulações computadorizadas em 3D do GW
Orion, chegando à conclusão de que as influências gravitacionais
conflitantes das estrelas ao longo de diferentes planos foram capazes de
produzir o pronunciado rasgo de disco no sistema.
No entanto, a astrônoma Nienke van der
Marel, da Universidade de Victoria, Austrália, cuja equipe é liderada
por Jiaqing Bi, crê que deve haver outro fator que leva ao fenômeno.
"Pensamos que a presença de um planeta
entre estes anéis é necessária para explicar por que o disco foi
rasgado. Este planeta provavelmente esculpiu uma fenda de poeira e
quebrou o disco onde estavam os anéis internos e externos atuais."
Os estudo foi publicado nas revista The Astrophysical Journal Letters e também na Science.
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