INICIAÇÃO NO CANDOMBLÉ
Primeiro o santo indica a pessoa a ser iniciada, depois, é preciso cumprir os outros passos. Bolar no santo é o mesmo que cair no santo, este é o sinal que indica a necessidade de iniciação de uma pessoa no candomblé. Acontece sem previsão, normalmente numa festa: durante as danças e os cânticos, o orixá se manifesta no futuro filho de santo, que é agitado por tremores e sobressaltos violentos. Quem já bolou, conta que já sentiu arrepios, calor, fraqueza e sensação de desmaio. Quando acorda no roncó (o quarto do terreiro reservado a pessoa que bolou), o Abiã não consegue se lembrar de nada que aconteceu. O BORY é a cerimonia que reforça a ligação entre o orixá e o iniciado. O Abiãs se senta numa esteira, rodeado de alimentos secos, aves, velas e objetos de seu orixá. Ajudado pelos filhos já feitos, o pai ou mãe de santo sacrifica aves. O sangue é usado para marcar o corpo do noviço e para banhar as oferendas ao orixá. A cerimonia só termina quando as aves são servidas aos membros da família de santo. Depois do Bori, o futuro filho de santo passa a assistir as cerimonias a preparar o enxoval (a roupa e os adereços do seu orixá) para terminar a iniciação, como as saídas de Iaô. As Iaôs são apresentadas a comunidade, como num baile. Na primeira saída, as Iaôs vestem branco em homenagem a Oxalá, pai de todos. Saúdam o pai de santo, os atabaques e os pontos principais do barracão e vão-se embora. Na Segunda saída os Iaôs voltam com roupas coloridas e a cabeça pintada, segundo seus orixás. Dançam e deixam o barracão, em seguida. Na terceira saída, os orixás anunciam oficialmente seus nomes. Os Iaôs entram em transe e se retiram para vestir as roupas de santo incorporado. ORÔ - Confinado ao quarto de recolhimento (roncó) por no mínimo 21 dias, o noviço conhece a hierarquia da casa, os preceitos, as orações, os cânticos, a dança de seu orixá, os mitos e suas obrigações. Durante esse tempo ele toma infusões de ervas, que o deixam num estado de entorpecimento e abrem espaço na sua mente para o orixá. A cabeça é raspada e o crânio marcado com navalha: é por esses cortes que o orixá vai entrar, quando for incorporado. No final, o iniciado é batizado com sangue de um animal quadrúpede, sacrificado.
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