Nos interessa estudar sobre mitologia, porque queremos saber como o mundo foi criado e desejamos entender o processo de desenvolvimento interior do homem.
A visão extrovertida da mitologia preconiza que o homem inventou os deuses; a partir da projeção de suas próprias características, manifestações no mundo e anseios interiores. Mas, numa visão mais profunda e espiritualista, as Divindades, não foram criadas pelo homem, mas, sim por uma Divindade Maior, que não foi criada e que surgiu por si só.
A visão introvertida, por sua vez, diz: os deuses existem porque são uma verdade; são verdades primordiais dos arquétipos. Projeções ou verdade, as duas versões estão falando do indivíduo, de como ele nasceu e se desenvolveu. Mas, trata-se de uma verdade simbólica, subjetiva, que pertence à psique (à alma) e não ao mundo físico. E assim é algo mais elevado, onde a mente tem total ligação com o espírito.
Cada deus, seja da mitologia grega, egípcia, romana, asteca, africana ou qualquer outra, representa aspectos nossos; os deuses são representações das características dos seres humanos. Temos dentro de nós um panteão de deuses. E predomina em cada um de nós um tipo de expressão mítica simbolizado por um deus específico. Há quem tenha mais de Oxóssi; em outra pessoa Iemanjá se expressa com mais vigor; há quem tenha mais semelhanças com Ogum e por aí vai. E essa visão não deve ser vista como um ataque ou contradição à crença em um deus único, defendida sobretudo pela teologia judaico-cristã. Porque estamos falando de deuses, os responsáveis pela revelação de nosso arquétipo. Mas, se engana, quem pensa que esses deuses são apenas obra de nossa mente ou que são criações nossas, na verdade os deuses internos, são reflexos dos deuses ou ate´demônios externos.
A bem da verdade, mesmo essas religiões reconhecem a existência de outros deuses além do Deus supremo e criador do universo. O que é Maria Santíssima senão uma deusa? E Jesus Cristo? O Espírito Santo, os santos e anjos? São divindades. E todos esses Deuses têm em si representações de arquétipos. Maria é a Grande Mãe. Jesus é o Salvador, assim como Oxóssi que para os estudiosos do Candomblé é o Grande Caçador. À propósito, a interessante obra de Edward F. Edinger, O Arquétipo Cristão, faz uma analogia com as várias fases da vida de Cristo e o processo de individuação do homem.
Outro livro que mostra a mitologia entrelaçada com nossa realidade é Deuses e o Homem, de Jean Shinoda Bolen. A relação entre mitologia e a forma arquetípica no homem, o que pode ser melhor compreendido com a leitura das obras citadas, puxando a atenção do buscador, para uma analise mais voltada a psicologia.
Na verdade, o homem tem um leque muito grande para incrementar suas buscas, não podendo descartar nenhuma ferramenta, para tal processo de saciação de conhecimento. É por isso que a Umbanda se encaixa muito bem a Astrologia, pelos vários contextos apresentados nela sobre a personalidade humana. Pois com as varias personificações de cada orixá ja muito a forma como são apresentados os arquétipos de cada nativo.
Carlinhos Lima - Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador.
- ...
-
No início da nossa peregrinação pelos 4 estágios As 4 figuras dos 4 naipes (Rei, Dama, Cavaleiro e Valete) se ...
-
Extremamente difícil, porque o indivíduo sente que todas as coisas que tenta fazer estão bloqueadas pelas circunstâncias ou oposição dos ou...
-
Dos maçons e plenamente egípcios No século XVIII, um maçom egiptólogo ganhou notoriedade com a sua tese controversa. Antoine Court de Ge...
-
I. O povo hebreu para a pesquisa atual apresenta algumas das perguntas mais inquietantes da antiguidade, fazendo sua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário