Total de visualizações de página

Planetas e Orixás regentes de 2023

sexta-feira, 5 de julho de 2013

O Ifá nos revela a mensagem divina por meio dos códigos sagrados


O Ifá fala também através do eerindinlogun. Mas existem certas restrição conceitual a isso e apenas a prática pode separa uma coisa da outra. Por esses motivos não existe razão para que pessoas pré-estabeleçam que o eerindinlogun não é Ifá. Essa afirmação pura e simples ao meu ver mostra apenas desinformação e ignorância. O que temos que examinar de fato são questões de prática que podem desconectar o uso do eerindinlogun de Ifá e faremos um analise disso a seguir.

As pessoas que sejam de Candomblé e que estejam interessadas em resgatar no Candomblé o eerindinlogun baseado em Ifá e de também harmonizar o culto de Orixá do Candomblé com o culto de Ifá, assim como isso já é feito com o culto de egungun.  Claro que existe para o Candomblé o desafio de se harmonizar com a Umbanda. No Candomblé, o Jogo de Búzios, abandonou as histórias associadas aos Odù. Ninguém sabe e nem procura saber quais são (poucos e experientes sacerdotes, ainda estudam os búzios observando os odus). No Dillogun cubano essas histórias são muito bem organizadas e colecionadas.

As pessoas, atualmente, nem mesmo procuram saber os mitos históricos associados aos Orixá, que não fazem parte de Ifá e sim do próprio culto de Orixá, e que são importantíssimos na transmissão dos valores da religião. As pessoas se orgulham de dizer que o Candomblé é uma tradição oral. Mas, só fazem isso para justificar a sua preguiça ou incapacidade de estudar e ler. Tradição oral é obter os conhecimentos nas estórias. No jogo de búzios, as histórias foram substituídas por significados. Para cada Odú foram pré-estabelecidos significados e o máximo que a pessoa aprende são esses significados pré-interpretados. Não existe interação entre o olhador e o consulente na análise das histórias e nem as explicações dos valores morais da religião. 

Sem a determina a orientação também não existe a determinação de qual o tipo de Ire e Ibi. Novamente, o olhador fala o que sua mediunidade indica. Arquétipo de Orixá: Pela falta de conhecimento do que é Odù, e de sua interpretação, ocorreu um processo simples e direto de associar búzios a um número, este a um odu e por fim (o que interessa mesmo) este a um orixá. O que importa é este orixá. Pelo arquétipo do Orixá a pessoa diz o problema da pessoa ou a quem deve recorrer para solucionar.

Não se usa os Ìbò: a maior parte das pessoas nem sabe o que é. Sem o uso de Ibô acabou a interação entre o olhador e o Ori do consulente. O Olhador responde o que a sua mediunidade indica. Igualmente acabou com isso a seleção das oferendas e ebós usando o oráculo. Ao invés de usar o Ibô para determinar o que será feito, o olhador de forma arbitrária e questionável, diz e detalha o que vai ser feito.

O eerindinlogun é Ifá, feito com os 16 Odù méjì. Desta maneira os nomes de odù tem que ser os mesmos de Ifá. Os nomes usados no jogo de búzios variam e incluem nomes de omon odù (ofun karan, obeogunda) e outros que não existem (alaafia (?), ejilaxeborá). No Jogo de Búzios não se determina se o Odù esta em Ire ou Ibi e isso é muito básico em Ifá. Depois de determinar o Odù a primeira coisa que fazemos e saber sua orientação e intensidade. Isso é parte da interpretação. No jogo de búzios isso não é feito.

No Candomblé muitos até fazem as 4 caídas, mas, duvido que entendam porque fazem. O motivo das 4 caídas é o mesmo de Ifá, mas, foi mantida apenas as quantidade de caídas sem o seu significado, porque não se determina o estado do Odù. Vejam, dizer que tem um oráculo com Odù que não se determina a orientação e o tipo de influência, é o mesmo que não ter um oráculo de Odù. Só essa razão estrutural já seria o bastante para dizer que o Jogo de Búzios não tem nenhuma relação com Odù. Após esta sequencia estruturada, em Ifá pode se iniciar uma outra respondendo a questionamentos do consulente, através do seu Ori e usando os Ibô. Assim a quantidade de interações desta fase não estruturada é indefinida, mas, a fase relativa ao Odù se encerra com a determinação completa do seu estado.

Uso de objetos: É muito comum usar objetos colocados na peneira para traduzir significados. Este é um aspecto animista que não faz parte de Ifá e muito menos do eerindinlogun. Quantidade de caídas: Em ifá usa-se uma sequencia de 4 Odù para se interpretar o problema e a solução para o consulente. Esta sequencia se inicia com o Odù principal segue pelos seus testemunhos, que foram usados para se determinar o seu estado e é complementado pela sombra ou um odu combinado. Cada Odù tem seu signifcado nisso e utilidade, complementando o principal.

O que liga um Ebó a um odu é geralmente a quantidade de elementos. Assim, de novo a neurose da numerologia influencia o jogo de búzios, como se Exu fosse contar o número de coisas para saber qual o Odù. A maior parte das pessoas faz a escolha do Ebó estritamente ligado a um Orixá. Assim, eles definem como ebó uma comida votiva ligada ao Orixá que ele entendeu que falou no jogo. Como expliquei a quantidade de búzios determina o Orixá e assim a saída é então oferecer uma coisa para este Orixá.

Determinação do Ebó: Em Ifá a determinação do Ebó para pelo Ori do consulente. É um processo interativo usando o Ibô. Existem um conjunto de opções e detalhamento disso. No jogo de búzios o olhador normalmente termina a sua consulta dizendo o que vai ser feito, ou então ele faz uma caída, olha para ela e sai passando o que fazer. Dificilmente ele passa por um processo interativo de escolha. O próprio processo de selecionar o que vai ser feito usa critérios pouco objetivos onde um Odù que não fez parte de nenhuma das 4 caídas pode receber um Ebó porque apareceu em sub-formações de búzios.

O merindinlogun (ẹẹ́rìndínlógún) e Ifá. O que esta no núcleo da questão, junto com vários aspectos colaterais e acessórios é se ele representa uma comunicação de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) entre o aìyé e o orun] Sim, na minha opinião o merindinlogun (ẹẹ́rìndínlógún) representa uma comunicação de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) entre o aìyé e o orun. Essa discussão, creio eu ficou mais intensa nos últimos anos devido ao estabelecimento do culto de Ifá no Brasil e com o surgimento dos primeiros Babaláwo brasileiros que, mais do que se preocupar em fazer dinheiro vendendo obrigações, estão inseridos na cultura da religião e participam de fóruns e grupos de discussão virtuais contra o merìndìnlógún.

Em primeiro lugar, temos a questão do culto especializado ao oráculo, que é novo no nosso ambiente cultural e que deu uma nova dimensão a essa discussão. Ifá é um culto diferente do Candomblé. É um culto especializado e orientado a uma divindade, Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), o elerii (ẹlẹ́rií) ìpin, testemunho dos destino de todos nós. Os sacerdotes de Ifá se dedicam a ser os mensageiros de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), que por sua vez é o mensageiro dos orixa (òrìṣà) e de Olódùmarè, o Deus supremo dos Yorùbá. No que pese ser impossível praticar a religião sem que todos os orixa (òrìṣà) estejam envolvidos os sacerdotes de Ifá se dedicam exclusivamente a uma única divindade Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) e tudo deles gira e torno dele. Ifá é Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) e é também o nome do oráculo através do qual Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) fala conosco.

Apesar de Orí ser um nome conhecido, e o Borí a cerimônia mais executada, e talvez mais popular, do Candomblé eu não vejo com clareza as pessoas entendendo de fato o papel de Orí na sua vida ou mesmo o sentido de um Bọrí (Bori). Eu acho que isso se soma aquelas coisas repetidas por imitação ao infinito e digo isso porque apesar de todo mundo conhecer a palavra e o significado do sentido de Orí na vida das pessoas é substituído pelo orixa (òrìṣà), sem conhecimento do valor do culto a ori, o orisá pessoal de cada ser humano. Mas Ifá não o é, e nesse caso Orí assume uma outra proporção e por isso eu tive que iniciar este segmento citando-o. É claro que eu posso estar sendo aqui otimista ou fundamentalista demais, entretanto não dá para falar nisso de forma diferente. Não, antes que concluam isso, Ifá não é um culto a Orí. Ifá é um culto dedicado a Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) uma divindade cujo propósito de existência é ser o mensageiro entre o aiyé e o orun (ọ̀run).

Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) fala através de sinais e de histórias. Suas histórias são metáforas, parábolas e meias verdades que devem ser interpretadas. Orunmila (Ọ̀rúnmìlà) fala sempre através de um Odù. Existem 256 Odù e os sacerdotes de Ifá dedicam a sua vida a aprender a entender as mensagens de orunmilá através desses Odùs, a aprender os versos de Ifá, poemas, os ésés, que contem através de metáforas os ensinamentos e mensagens para os consulentes. Além disso devem aprender a como fazer as rezas, os ébó, as folhas e até sacrifícios que permitirão ao odù atuar na vida das pessoas.

Na nossa teologia, antes de nossos espíritos virem para o aiyé, no orun (ọ̀run) nós nos ajoelhamos perante Olódùmarè para junto a ele pedirmos o nosso destino, que alguns preferem chamar de objetivo de vida. Nesse momento nós escolhemos o que queremos viver nessa vida, o que queremos realizar e qual o nosso objetivo ao nascer no aiyé. Olódùmarè pode concordar com o que pedimos ou não, ou pode ainda definir para nós outros objetivos de vida. Essa conversa é uma das coisas mais importantes para nós e dela poderá depender por exemplo qual será o nosso odù de nascimento, porque ele faz parte do nosso Orí e vai ser definido para nos ajudar na vida que vamos ter aqui no aiye.

Odù é a base da comunicação de Orunmila (Ọ̀rúnmìlà), e como muitas palavras em yoruba ela é usada para várias coisas. Odù são marcas gráficas, assinaturas, que representam um símbolo. A este símbolo estão associadas histórias e versos que formam a famosa e tão pouco conhecida literatura de Ifá, poemas de Ifá, que eram transmitidos oralmente, mas que hoje já encontramos escritos. Esse conjunto não é completo, muita coisa se perdeu, ou uniforme cada escola de Ifá tem o seu que pode ter variações em relação a outras. É interpretação dessas histórias que podem estar na forma de mitos ou de poemas é que vem o significado de um Odù. A mensagem que um odù traz para nossa vida esta contida nas histórias que são associadas a ele.

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Marcadores

magia (343) astrologia (299) signos (205) espiritualidade (194) amor (167) Umbanda (155) umbanda astrológica (145) orixá (139) UMBANDA ASTROLOGICA (127) CONCEITOS (120) mulher (120) religião (94) signo (93) anjos (72) comportamento (66) candomblé (62) mediunidade (50) 2016 (49) horóscopo (43) espaço (42) anjo (36) esoterismo (36) arcanos (35) magia sexual (35) oxum (33) Ogum (31) ancestrais (30) sexualidade (29) 2017 (28) estudos (27) fé religião (27) oxumaré (27) iemanjá (25) Yorimá (12)