Historicamente, as religiões de matriz africana sofreram toda sorte de discriminação e perseguição, inclusive policial. De acordo como antropólogo Raul Lody, os sistemas de fé, devoção e expressões do sagrado dessas religiões trazem memórias de diferentes culturas daquele continente. No Brasil, elas se integraram ao catolicismo, ampliando e oferecendo novas formas de cultuar as divindades. Ainda hoje, nove religiões de matriz africana resistem no Brasil: Candomblé, Tambor-de-Mina, Batuque, Jarê, Babassuê, Umbanda, Quimbanda, Omolocô e Xangô. Segundo Lody, essas religiões expressam um rico conjunto de saberes que vão desde a culinária até a botânica, passando pelo artesanato, dança, música e língua, entre outros elementos. Na Bahia, podemos encontrar três delas: Candomblé, Umbanda e Jarê. Porém, a mais disseminada é o Candomblé.
O Candomblé e suas nações
Originária do termo banto kandombile, significa lugar de culto e oração. A natureza, os elementos terra, água, ar e fogo formam a base dessa religião que, de acordo com o antropólogo Lody, fazem dela uma religião essencialmente ecológica. O Candomblé dialoga de maneira especial e integrada com a vida e a morte, estabelecendo rituais próprios e especiais.
O Candomblé tem suas raízes em várias partes do continente africano. Por isso, pode se expressar de maneira diferente, dependendo do modelo étnico dominante. A maneira de agrupar e identificar os grupos étnicos deu-se, de acordo com Raul Lody, pelo reconhecimento de suas línguas, critério também utilizado hoje para estabelecer as nações de candomblé. Os termos religiosos, os nomes gerais dos alimentos, roupas e deuses, os cânticos e rituais indicam a procedência do Candomblé. Hoje o candomblé apresenta a seguinte divisão: Nação Kêtu-Nagô (Ioruba); Nação Jexá ou Ijexá (Ioruba); Nação Jeje (Fon/Ewe); Nação Angola (Banto); Nação Congo (Banto); e Nação de Caboclo (modelo afro-brasileiro).
Fonte/http://bahia.com.br/atracao/religioes-de-matriz-africana/
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