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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Ciência atômica: “Relógio do Juízo Final”: estamos mais perto do fim do que já estivemos desde 1984

O relógio, que simboliza o risco de sofremos uma catástrofe que possa acabar com a raça humana, ficou com seus ponteiros em 23h57 por causa de ameaças de armas nucleares e mudanças climáticas

Ciência atômica: “Relógio do Juízo Final”: estamos mais perto do fim do que já estivemos desde 1984
Ciência atômica: “Relógio do Juízo Final”: estamos mais perto do fim do que já estivemos desde 1984

O “Relógio do Juízo Final” é uma forma de medirmos quanto perigo sofre a humanidade: quanto mais próximo da meia noite estiver o relógio, significa que maior é o risco que sofremos de uma catástrofe acabar com a raça humana(Thinkstock/VEJA)
O "Relógio do Juízo Final" não moveu seus ponteiros pelo segundo ano consecutivo na última terça-feira (27). De acordo com The Bulletin of the Atomic Scientists (O Boletim dos Cientistas Atômicos, ou BPA na sigla em inglês), grupo de cientistas responsável pela mudança nos "horários" do relógio, as ameaças de armas nucleares e mudanças climáticas fizeram com que os ponteiros continuassem apontando três minutos para a meia noite, o que significa que estamos muito perto do apocalipse.


Segundo os cientistas, esse é o patamar mais próximo do apocalipse que o relógio chegou desde 1984, quando o mundo sofria com o medo constante de destruição com a Guerra Fria. "A decisão de não movermos os ponteiros ainda não é uma boa notícia", anunciaram os pesquisadores.
Além das mudanças climáticas e do perigo das armas nucleares, os cientistas também justificaram a permanência dos ponteiros em 23h57 pelo aumento das ameaças cibernéticas e os ataques terroristas, como os realizados pelo Estado Islâmico. O presidente do Conselho de Patrocinadores do BPA, Lawrence Krauss, informou à BBC que o acordo nuclear do Irã e a reunião climática de Paris foram boas notícias, no entanto, segundo o físico, ainda não está claro se o acordo de Paris realmente irá reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
O mais próximo que o relógio esteve da meia noite na história foi em 1953, quando os cientistas passaram os ponteiros para 23h58 com o surgimento dos testes de bombas de hidrogênio, realizados pela Rússia e Estados Unidos. Em 1991, com o medo das armas nucleares diminuindo em meio ao fim oficial da Guerra Fria, o relógio apontou 17 minutos para a meia-noite, o mais longe do "ponto apocalíptico" da história.
O relógio - The Bulletin of the Atomic Scientists foi criado em 1945 na Universidade de Chicago por um grupo de cientistas que esteve por trás do Manhattan Project, que ajudou a desenvolver as primeiras armas nucleares. Dois anos depois, em 1947, eles criaram a metáfora do "Relógio do Juízo Final", uma forma de medirmos quanto perigo sofre a humanidade. Quanto mais próximo da meia noite estiver o relógio, significa que maior é o risco que sofremos de uma catástrofe acabar com a raça humana. Hoje, o grupo é formado por físicos e cientistas do mundo todo que acumularam 17 prêmios Nobel.
No site do grupo, os cientistas disponibilizam uma linha do tempo com todos os ajustes realizados nos ponteiros do famoso "Relógio do Juízo Final".
(Da redação)

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