Tabuletas
O texto pertence a uma coleção de milhares de tabuletas de argila,
inscritas com a escrita cuneiforme e escavadas no Iraque durante o
século XIX. Ao traduzi-las e estudá-las ao longo do século passado, os
arqueólogos aprenderam muito sobre os babilônios, incluindo o seu
sistema avançado de astronomia, que se desenvolveu a partir do zodíaco em torno de 400 a.C.
Os astrônomos babilônios, que também eram sacerdotes, acreditavam que
todos os acontecimentos terrestres – o clima, o preço dos grãos, o
nível dos rios – estavam ligados ao movimento dos planetas e estrelas. E
de todas as forças que influenciam nosso mundo, nenhuma foi tão
importante como Marduk, o patrono de Babilônia – ele foi associado a
Júpiter.
Marduk, o deus patrono de Babilônia |
Marduk, o deus patrono de Babilônia (via Wikimedia)
Como Ossendrijver explica em seu estudo, cerca de 340 tabuletas de
astronomia babilônica possuem dados sobre as posições planetárias e
lunares, dispostos em linhas e colunas como uma planilha. Outras 110
tabuletas são processuais, com instruções que descrevem as operações
aritméticas (adição, subtração e multiplicação) utilizadas para calcular
as posições dos objetos celestes.
Mas uma coleção – um conjunto de quatro tabuletas sobre a posição de
Júpiter – parece preservar fragmentos de uma técnica para o cálculo da
área abaixo de uma curva. Estes textos são fragmentários, e durante
décadas seu significado astronômico foi desconhecido. Em 2014,
Ossendrijver descobriu o manual de instruções: uma tabuleta que
“simplesmente passou despercebida”, segundo ele, e que acumulava poeira
no Museu Britânico desde 1881.
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