No antigo Egito a ciência e os conceitos mitológicos estavam intimamente ligados e toda a ordem e o caos no mundo dependia do que ocorria com os deuses. A deificação das estrelas decanas para explicar as horas da noite, explicar o simbolismo conectado do amanhecer do dia, do sol, e com o amanhecer heliacal de Sírius.
“...O Céu dourado, céu dourado, é Ísis a mãe dos deuses, senhora do mundo primordial onde nasceram os deuses, tem seu lugar em Denderah...
A astrologia através dos tempos, usou a sensibilidade e intuitividadea, com sensitividade aliada a observação dos astros e com toda essa aplicação previa o destino, porém os astros eram definidos como deuses e deusas que habitavam por toda parte e na época podiam ser contados pela região do crescente fértil no Egito e havia mais de mil deuses. Praticada por todos os povos encontrou crítica pela sociedade romana que via na astrologia a retirada da responsabilidade civil do indivíduo.
Não por acaso, o Sol na forma de Rá, o doador de vida, é o luminar, o “ponto astrológico” mais conhecido e reverenciado na antiguidade e nos dias atuais, basta observar as colunas de jornais e revistas e manuais de astrologia. Funciona como o ponto de partida para todo o mapa. Somente rivaliza com a Lua. Temos então três partes a considerar a Terra, o céu e o submundo, os pontos cardeais, todos estes lugares eram povoados por deuses. Encontramos registros na tumba de Seth I de Júpiter , Saturno, Vênus , Mercúrio e Marte.
Atualmente ao visitar o Egito e os templos, os guias egípcios dão grande ênfase a Amon porque percebem nele correspondências com Allah, enfatizando para os turistas que ali também existia um deus único. Esquecem de afirmar que Amon estava vinculado a sua esposa Mut e a seu filho Konsu, formando com eles uma trindade muito conhecida e cultuada no mundo antigo, entre muitas outras trindades existentes. O deus solitário foi Atom, culto criado por Akhenaton. Aton, assim como Rá também ele um deus solar, era representado pelo disco solar e seus raios, e foi um culto rechaçado pelos sacerdotes egípcios que apenas admitiam sobre o solo egípcio seus múltiplos deuses e deusas. O sinal trino, o triângulo era a designação para o sexo feminino.
Antes de todos eles estava o culto da deusa cobra, a deusa serpente, Uadjet ou Uazit um culto de mulheres tão firme e forte que acabou por incomodar os hebreus, indo até parar num livro muito famoso que todos conhecem (Observe a paleta do rei serpente - 3.000 a C e as fotos do artigo). Esta deusa serpente aparece em todas as representações seja nas coroas do faraó seja nas estátuas de hathor representado que ela, a deusa abutre e hathor são do mesmo período. Julgavam que todas as serpentes fossem fêmeas e porque saíam do ventre da deusa Terra detinham os segredos ocultos desta deusa. Ísis usa uma serpente para fazer magia com Rá. A Íbis que representa Thot se alimentava das cobras que apareciam pelo Nilo depois das cheias protegendo os agricultores e dizia-se que por causa disto Thot absorvia a sabedoria oculta no submundo. Porém também houve a adaptação de deuses e deusas de outras terras, por exemplo, quando da época de Ramsés II adotaram a deusa de Qadesh, também pertencente a um culto da fertilidade. Também adotaram os cultos de Júpiter, Vênus e Ápis, deuses da época grega, já no fim do Império Egípcio, nem por isto foram cultos menos grandiosos.
Uma arte que sobreviveu a milhares de anos e a muitos impérios e civilizações apresenta hoje o desafio de sobreviver em meio a um mundo tecnológico que segue insensível as próprias necessidades. Mas não tenho dúvidas que assim como houve no princípio no futuro também sempre existirão astrólogos para nos orientar sobre nossa passagem na Terra e nos lembrar que somos pequenos deuses, espelhos do macrocosmo. Foi também com estes povos do oriente que os gregos aprenderam a fazer suas anotações astrológicas e criaram o horóscopo. Existem muitas conexões entre a sociedade minóica e os egípcios que os viam como um povo culto e avançado, desde antes da XVIII dinastia. 1.500 a C. A divinação astrológica não tinha objetivo adivinhar o futuro, mas orientar para o futuro e era uma prática muito difundida por todo o mundo antigo.
Enfim, muitas misturas, conexões e influencias que vemos hoje em dia tanto na astrologia como no proprio culto dos orixás tem também muito da mitologia de varios paises antigos e o Egito sem duvida teve muito a contribuir, tanto na busca da magia, quanto na fé na vida após a morte. Ou seja, nem tudo que conhecemos hoje na Umbanda, Candomblé e outros cultos, é exclusivo dos paises tradicionias da Africa ligados aos cultos nagôs ou yorubás. Na verdade muito do que se sabe da Umbanda profundamente esoterica, mistica e astrologica tem muito da influencia dos bramanes, dos egipcios e até do judaismo.
Carlinhos Lima
Carlinhos Lima
Nenhum comentário:
Postar um comentário