As estrelas, quando estão se formando, sempre deixam um sinal |
O espetáculo do Cosmos - a luz
As estrelas, quando estão se formando, sempre deixam um sinal. Algumas
gostam de dar espetáculo, outras são mais discretas e acabam só compondo
um belo retrato. No geral, isso não é exagero de quem estuda formação
de estrelas, que nem eu, basta dar uma olhada nos locais propícios para
estrelas se formarem.
As estrelas se formam em grandes nuvens de gás e poeira frias na galáxia. Com grande quantidade de hidrogênio, monóxido de carbono e outras substâncias químicas, elas são convenientemente chamadas de nuvens moleculares gigantes. Quando há alguma perturbação externa, como uma onda de choque originária de uma explosão de supernova, a nuvem se desestabiliza. Então ocorre sua fragmentação e posterior colapso, quando novas estrelas são criadas. Conforme o colapso progride, a protoestrela acumula matéria, encolhe por causa da força da gravidade e a temperatura do gás aumenta. Isso já a torna uma fonte de radiação infravermelha e telescópios operando nessa faixa podem detectá-las. Com matéria suficiente, o colapso faz com que a temperatura atinja algumas dezenas de milhões de graus e a estrela começa a realizar fusão de átomos de hidrogênio produzindo átomos de hélio e muita energia. Quando realizam fusão nuclear, as estrelas iluminam a nuvem em que estão mergulhadas, dando origem às nebulosas de formação de estrelas, o belo cenário que eu falei ali em cima.
Mas no geral as estrelas gostam de dar show nessa fase da vida. Várias delas emitem jatos, promovem um “transbordamento” de matéria, esculpem as paredes de gás e finalmente dissipam sua nuvem progenitora. Uma dessas estrelas espetaculosas foi flagrada pelo Hubble semana passada.
Trata-se da protoestrela IRAS 14568-6304, que está a 2500 anos-luz de distância, na direção da constelação de Circinus, o compasso. Esse nome pouco simpático indica que essa estrela foi descoberta pelo satélite para o infravermelho IRAS e a sequência de números não representa o RG da estrela, mas sim seu endereço, na verdade suas coordenadas no céu.
Na foto dá para ver manchas escuras, onde parece que não tem estrelas. Essas manchas são a nuvem molecular gigante, onde as estrelas podem se formar, que acaba bloqueando a luz das estrelas mais distantes. As melhores estimativas para essa nuvem gigante dizem que ela tem massa total equivalente a 250 mil vezes a massa do nosso Sol! Isso somando tudo, gás, poeira e as estrelas que já nasceram e estão dentro dela. A recém-nascida IRAS 14568 está em um pedaço dessa nuvem que teria potencial para formar 5 mil sóis, mas como a eficiência na formação de estrelas é muito baixa apenas por volta de mil estrelas, no máximo, devem se formar.
IRAS 14568 está a ponto de romper seu casulo de gás e poeira, que ilumina por dentro e parece criar esse véu meio fantasmagórico. Tudo indica que essa estrela seja da classe das estrelas massivas, ou seja, que ela já tenha agregado pelo menos o equivalente a dez massas do nosso Sol e dentro de uns 500 mil anos, se tanto, ela termina de dissipar o que resta do gás que a formou.
As estrelas se formam em grandes nuvens de gás e poeira frias na galáxia. Com grande quantidade de hidrogênio, monóxido de carbono e outras substâncias químicas, elas são convenientemente chamadas de nuvens moleculares gigantes. Quando há alguma perturbação externa, como uma onda de choque originária de uma explosão de supernova, a nuvem se desestabiliza. Então ocorre sua fragmentação e posterior colapso, quando novas estrelas são criadas. Conforme o colapso progride, a protoestrela acumula matéria, encolhe por causa da força da gravidade e a temperatura do gás aumenta. Isso já a torna uma fonte de radiação infravermelha e telescópios operando nessa faixa podem detectá-las. Com matéria suficiente, o colapso faz com que a temperatura atinja algumas dezenas de milhões de graus e a estrela começa a realizar fusão de átomos de hidrogênio produzindo átomos de hélio e muita energia. Quando realizam fusão nuclear, as estrelas iluminam a nuvem em que estão mergulhadas, dando origem às nebulosas de formação de estrelas, o belo cenário que eu falei ali em cima.
Mas no geral as estrelas gostam de dar show nessa fase da vida. Várias delas emitem jatos, promovem um “transbordamento” de matéria, esculpem as paredes de gás e finalmente dissipam sua nuvem progenitora. Uma dessas estrelas espetaculosas foi flagrada pelo Hubble semana passada.
Trata-se da protoestrela IRAS 14568-6304, que está a 2500 anos-luz de distância, na direção da constelação de Circinus, o compasso. Esse nome pouco simpático indica que essa estrela foi descoberta pelo satélite para o infravermelho IRAS e a sequência de números não representa o RG da estrela, mas sim seu endereço, na verdade suas coordenadas no céu.
Na foto dá para ver manchas escuras, onde parece que não tem estrelas. Essas manchas são a nuvem molecular gigante, onde as estrelas podem se formar, que acaba bloqueando a luz das estrelas mais distantes. As melhores estimativas para essa nuvem gigante dizem que ela tem massa total equivalente a 250 mil vezes a massa do nosso Sol! Isso somando tudo, gás, poeira e as estrelas que já nasceram e estão dentro dela. A recém-nascida IRAS 14568 está em um pedaço dessa nuvem que teria potencial para formar 5 mil sóis, mas como a eficiência na formação de estrelas é muito baixa apenas por volta de mil estrelas, no máximo, devem se formar.
IRAS 14568 está a ponto de romper seu casulo de gás e poeira, que ilumina por dentro e parece criar esse véu meio fantasmagórico. Tudo indica que essa estrela seja da classe das estrelas massivas, ou seja, que ela já tenha agregado pelo menos o equivalente a dez massas do nosso Sol e dentro de uns 500 mil anos, se tanto, ela termina de dissipar o que resta do gás que a formou.
Fonte: g1.globo.com/blog/observatorio/
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