O ex-presidente da Argentina Juan Domingo Péron - Wikimedia Commons |
Um astrólogo muito influente em seu governo pensou que podia reanimar o presidente argentino por meio de suas místicas simpatias
Ao final de sua vida, a saúde do presidente e militar argentino Perón estava debilitando-se cada vez mais por conta de inúmeros problemas cardíacos e também pulmonares. Frequentemente, o político sofria com faltas de ar, mas foi em 1 de julho de 1974 de sua vida parecia chegar ao fim.
Após convulsões que causaram um alvoroço entre os presentes, ele murmurou “estou indo, estou indo embora”, caindo ao chão logo após a surpreendente fala. As tentativas de ressuscitação feitas pelos médicos não tiveram efeito — no entanto, outra pessoa ainda se esforçou para tentar trazer o presidente de volta à vida.
A linha do monitor cardíaco estava reta. Mas El Brujo, como era conhecido o astrólogo José López Rega, muito influente no governo de Perón, decidiu, rapidamente, tentar ressuscitar seu querido presidente, por mais impossível que isso pudesse parecer.
Evita e Juan Perón / Crédito: Wikimedia Commons |
Evita e Juan Perón / Crédito: Wikimedia Commons
O esotérico então afastou, correndo, os médicos e foi até o corpo do político. “O general já morreu uma vez e eu o ressuscitei!”, gritou. Puxando as canelas do homem, caído no chão, ele fechou os olhos e clamou “meu faraó, não vá embora!”. Persistia, ainda dizendo “acorda, meu faraó”.
Como é possível imaginar, López Rega não conseguiu fazer com que seu general voltasse à vida. Os especialistas ficaram incrédulos com a bizarra cena. E Maria Estela Martínez de Perón, esposa do presidente, conhecida como “Isabelita”, estava em silêncio em um canto do quarto.
El Brujo, porém, não aceitou a derrota como sua.
Isabelita e Juan Perón / Crédito: Getty Images |
Culpou as outras pessoas que estavam na sala por seu fracasso, alegando que, ao ficarem observando de maneira atenta à cena, teriam prejudicado sua concentração, sendo assim incapaz de reanimar Juan Perón.
Isabelita e Juan Perón / Crédito: Getty Images
A viúva do presidente, então, tomou posse pouco tempo depois. Impopular na Argentina, o astrólogo também inventou outra “simpatia” para tentar torna-la mais apreciada pelo povo do país.
Foi assim que López Rega fez com que Isabelita deitasse em cima do caixão da falecida Evita Perón, a “Mãe dos Pobres”. Ele acreditava que se a ex-dançarina de cabaré ficasse próxima ao corpo do ícone do populismo argentino, talvez ela conseguisse adquirir as energias necessárias para tornar-se tão amada quanto a anterior esposa de Péron. Novamente, o esotérico fracassou em sua sobrenatural missão.
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