Os signos da nossa existência
Antes
de mais nada, a Astrologia é uma só, é acima de tudo um
instrumento que permite o auto-conhecimento. Através de sua
linguagem simbólica podemos interpretar a psique humana.
A palavra psique é de origem grega e significa alma, também denominada corpo astral. O mapa astral é portanto um conjunto de características da alma.
Alma
e espírito não são a mesma coisa. Explicados de uma forma bem
simplista, poderíamos dizer que enquanto a alma é de natureza
mais emocional, o espírito é de natureza mental.
Partindo
de um princípio espiritualista, a alma é um suporte para o
espírito em evolução na matéria. A evolução espiritual consiste
de sucessivas reencarnações, nas quais o espírito vai
arquivando uma série de experiências, que somadas e
amadurecidas, se torna a Sabedoria a ser alcançada pelo homem
aqui na Terra. Os 12 signos do zodíaco, na sua essência,
traduzem esse caminhar evolutivo.
O
mapa astral interpretado a partir desse ponto de vista, é a
bússola dessa viagem espiritual. Ele apenas acrescenta essa
trajetória, apontando assim um entendimento mais específico dos
nossos padrões psicológicos.
Todos
nós nos perguntamos: "De onde eu vim? Para onde eu vou? O que
estou fazendo nesse aqui-agora? Qual o meu caminho? Qual a
minha missão? Afinal, a vida tem um sentido maior?”
O mapa astral kármico tem, portanto, como objetivo, inserir esse arquivo da
memória de vidas passadas, na interpretação de nossos padrões
psicológicos, para que possamos compreender melhor o sentido e
significado das experiências do nosso presente, bem como os fatos de
nossa vida.
Enquanto
isso o homem investiga cada vez mais o universo. Os físicos
tentam solucionar os paradoxos quânticos da vida. Mergulhamos
no acaso da mudança de paradigma, mas por hora, ainda
precisamos vivenciar essa mudança na própria vida. Por isso as
palavras ainda não estão prontas para explicar o novo homem, que nasce
sempre do resgate do antigo, porque é fruto do revigorar dos
arquétipos coletivos. E dentre esses arquétipos supremos está a
visão evolutiva da espécie humana, não como Darwin explicou,
mas como as civilizações antigas já percebiam, que estamos num
processo cíclico de entradas e saídas da matéria, ou nesse
reciclar de estados vibracionais da nossa energia sutil, nos
revezando da densidade material, que chamamos estar vivos,
portanto encarnados, à morte, estar desencarnados, fora da matéria,
onde apresentamos outra vibração energética, e todo esse processo
para que seja possível o amadurecimento da Alma humana ou a
Evolução Espiritual.
Karma
e dharma são termos originados do sânscrito, língua clássica
da Índia, berço de uma das mais antigas civilizações, e que até
hoje, tendo a evolução espiritual como ponto de partida,
acredita que a Alma precisa passar por muitas experiências para
concluir seu aprendizado aqui na matéria. E, à medida que novos
conhecimentos são conquistados, os valores e as necessidades humanas
vão se modificando, acordando assim as aspirações superiores do
espírito.
O
karma (kar= agir, fazer ; ma= efeito, ação) tem como
significado básico "Ação" ,mas traz em um único vocábulo a
idéia de que ação e reação caminham juntas, o que mais tarde
Newton traduziu como uma das leis básicas da física: "toda ação
corresponde uma reação igual e em sentido contrário". Dessa
forma, o karma pode ser considerado como o destino, a colheita,
consequência do que nós mesmos criamos e semeamos. Expressa portanto ,
o encadeamento das causas e efeitos, garantia da ordem do
universo. O dharma, palavra que significa lei, dever, direito,
justiça, designa a bagagem moral, intelectual e espiritual que o
homem possui na vida presente, fruto do trabalho evolutivo de
encarnações anteriores. É o resultado da aquisição individual
em material pronto para se expandir. É o potencial para a
vivência do karma. Sendo assim, como o passado sempre encontra o
futuro, o karma também pode ser entendido como a consequência
futura da utilização do dharma, evidenciando que o que se
planta hoje, colhe-se amanhã. Por isso o dharma é a tarefa a ser
executada nessa vida, e que foi legada à Alma por seu próprio
arbítrio. É a retidão, conformidade à ordem cósmica, lei que
rege nossa natureza essencial. Caracteriza então a
possibilidade de evolução do homem no presente. Tanto revela o
que foi aprendido e deve ser revisto, como o que inexiste nele,
as qualidades ainda não assimiladas. É portanto a chave para a
compreensão da missão do ser nessa vida.
É
importante desmistificar a idéia de karma como "a pedra no
sapato" que tenho de levar durante toda vida. Pois, assim como
as mais belas flores trazem seus espinhos, o karma não é só o
espinho, nossas provações, nossos fardos, nossos erros, nossas
culpas e promotor dos nossos sofrimentos. O karma é o somatório
das tendências da Alma, bagagem adquirida no trilhar da
Evolução Espiritual durante as várias encarnações, portanto também
são nossos maiores dons, potencialidades já trabalhadas, e que,
estão prontas para serem doadas nessa vida, e por isso pode nos
proporcionar grandes realizações.
O
karma se torna negativo e difícil quando é um vício da Alma,
um padrão cristalizado, um hábito, um caminho que a Alma não
quer deixar de trilhar porque está apegada, seja por
acomodação, ou pelo simples medo do novo. Mas como o karma é a
própria formação do destino(do latim destinare= fixar previamente,
determinar com antecipação), temos nosso destino nas mãos, não
precisamos temer o novo, pois temos o livre-arbítrio para
conquistá-lo.
Não
podemos esquecer, que nesta Era de Peixes, com o acontecimento
Crístico no mundo, a nossa principal lição, é o aprendizado do
livre -arbítrio, o uso sábio da capacidade de fazermos nossas
escolhas, para que possamos aperfeiçoar nosso Ser Crístico. O
termo Cristo é de origem grega (Krestòs), e significa Herói Solar,
designando o Iniciado que, assim como o sol, que no centro do
sistema centraliza os planetas nas suas órbitas, ao seu redor,
tem a capacidade de centralizar seus corpos físico, emocional e
mental, encaminhando assim suas atitudes com equilíbrio,
portanto é um sábio diante do seu destino.
Essa
é a possibilidade que se abre por estarmos nessa roda do
karma, encadeando causas e consequências que podem nos levar à
mestria do Cristo. Por isso é preciso ser consciente do karma,
nossa bagagem. Aceitar o dharma, nossa missão na vida, e se
perdoar diante dos medos e das falhas, pois só assim a Alma se renova e
floresce no seu processo de amadurecimento espiritual.
Mas
como saber o karma e a missão dharmica dessa vida? Existe um
grande instrumento que nos ajuda a compreender o karma e
conhecer nosso dharma, é a Astrologia. Através do mapa astral, o
mapa do corpo astral, portanto o mapa da Alma, podemos
traduzir a partir de sua linguagem simbólica, o que a Alma traz como
bagagem, tanto os padrões cristalizados que nos trazem
sofrimentos, como os dons que temos a missão de desenvolver e
doar nessa vida. Pois quando a Alma conhece a si mesma e se
conscientiza de seu aprendizado e função, aí sim, a vida se
abre como uma flor e transforma-se dentro de nós o nosso
sentido de estar vivos.
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