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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A mulher e o sagrado nos templos em todas as épocas


O fato de nossa civilização desenvolver toda uma concepção psicológica, filosófica e moral tendo como origem a civilização grega acarretou grande desequilíbrio ao feminino. A democracia tão propagada era no mínimo utópica, (ainda o é) mulheres, crianças e escravos, eram seres marginais, não existiam para a sociedade, apesar de existirem em gênero, número e grau.

A "Virgem sagrada" era o título das sacerdotisas de Ishtar/Asherat/Afrodite; e o trabalho destas virgens era devotarem-se á deusa-Mãe, tinha conotação de devoção sexual, de cura, de profecia, envolvia danças sagradas e eram também as noivas do deus (e portanto virgens sagradas). A jovem nas sociedades antigas não se casava , mas limitava-se a mudar de condição de filha para mulher. Em latim diz-se que é levada , ou dada "in matrimonium" para aceder á condição de mater (mãe) .

Em culturas antigas tinham inúmeras imagens de devoção em um museu , estavam lado a lado, esculpidas num só bloco, figura feminina e figura masculina, não eram datadas, mas com certeza provenientes de um período em que a devoção era a mesma para Deus e Deusa. Apesar de venerarem as deusas em templos maravilhosos, os gregos já não compreendiam mais a verdadeira expressão de ser das Deusas lunares, pois se compreendessem seria improvável a existência de comportamento tão mesquinho e desumano com as mulheres.

No mito de Atrahasis, em tempos babilônicos, o autor fala sobre o primeiro casal humano: ..". esposo e esposa se deitem juntos (e ) quando , para instituir o casamento, eles glorifiquem a deusa Ishtar , que a alegria reine nove dias." Numa clara referência ao ato sexual. Também encontrei referências ao casamento com sacerdotisas mesopotâmicas, as de alta posição se chamavam "naditum", as de posição inferior "shugetum".

O patriarcado é uma forma de organização política, seja ao nível da sociedade global ou do grupo familiar, em que a autoridade é detida pelo homem mais velho, o patriarca, que o transmite ao primogênito. A patrilinearidade e a matrilinearidade são reconhecimentos de laços consangüíneos . Os autores se dividem quanto á real existência de uma sociedade matriarca na antiguidade. Mas apontam para um fenômeno atual, o das famílias matricentradas, que ocorre nas sociedades do ocidente, por conta dos inúmeros divórcios. Este mesmo comportamento preconceituoso e patriarcal dos homens gregos é adotado com naturalidade até os dias de hoje e é reforçado pelos preceitos preconceituosos prescritos pela Bíblia.

Sabemos que a vida no campo é uma vida primitiva e estática,contemplativa, meditativa, mesmo nos dias atuais. Vida que é ligada ao princípio da terra, de observar estações e ciclos, nascimento e morte, atributos que são totalmente femininos. O signo Virgem (virgo) é notadamente conhecido pelo seu detalhismo e técnica apurada do que faz..Também existe uma confusão entre o verdadeiro sentido do título "Virgem". Na verdadeira concepção do termo virgem não significa a virgindade física, mas significa antes: "a que não se casou", o que são coisas muito diferentes.

A cultura rural do campesinato, que se desenvolve á margem da vida econômica flutuante das cidades, permanece fiel á padrões de vida estritamente regulados por princípios que são transmitidos de geração em geração, e mesmo na arte camponesa dos tempos modernos observam-se certas características que se relacionam ainda com o estilo geométrico dos tempos pré-históricos, o estilo geométrico é primordialmente um estilo feminino". Interessante esta afirmação porquê sabemos o quanto a astrologia é geométrica. E então no período neolítico pode ter existido o "espaço e tempo" necessários para o nascimento destas idéias de culto lunar, das estações e concepções geométricas.

Orígenes afirmava que as estrelas eram espíritos inteligentes e hábeis em enxergar o futuro e comunicar seu conhecimento através da observação dos seus movimentos. A predição através das luzes dos céu foi outra particular atribuição da Deusa-Lua e suas sibilas, uma palavra cognata de Deusa Cybele (sibila) e possivelmente derivada da palavra Caldeana "subultu"- a Celestial Virgem (da constelação de Virgo). Um termo arcaico para divinação astrológica era "mathesis", "o Aprendizado", (também saber, cultura, erudição), que quer dizer literalmente Mãe -sabedoria. As astrólogas caldéias eram Matemáticas (mathematici), sábias -mães.

Os Caldeus eram "veneradores da lua"; esse povo era simultaneamente astrônomo -astrólogos e baseavam grande parte do seu sistema nos movimentos da Deusa-Lua. Seu zodíaco era conhecido como Casas da Lua. A maioria dos observadores lunares eram mulheres, sacerdotisas encarregadas de determinar o momento correto das estações para plantar, e colher, faziam calendários (lunares), etc... Plínio afirmou que o estudo dos céus, para predizer eventos como eclipses, era tradicionalmente trabalho de mulheres. E em todas as culturas, em todos os tempos e em todos os lugares, a busca pelo sagrado, pelo conhecimento astrológico e pelo saber ancestral, sempre teve ligação com a mulher que sempre foi o baluare dos templos. Assim deixamos nossa reverência e referência a mulher que sempre foi a guerreira incansavel na busca do despertar sagrado na alma dos seres humanos.

Carlinhos Lima - Pesquisador.

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