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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Exu: Bem e Mal

A associação da então divindade Exu com o demônio, com tudo que fosse negativo, ruim, desordeiro soma-se com muitos outros pontos que muitas pessoas ignoram. Especialmente o fato de ele representar o que está oculto, que desafia nossa percepção sensorial, nossos medos e nossa trajetória oculta, pela via das reencarnações. Por isso, o homem tem essa mania de temer aquilo que não está visível ou sob seu domínio ou que parece ser mais poderoso que sua mente física. E como já conhecemos bem a história e sabemos que as ações da Igreja quando esta sentiu-se desafiada e ameaçada em perder fieis quando da maior visibilidade de inúmeras práticas religiosas afro-brasileiras, até então não nominadas como conhecemos hoje, mas perfeitamente vivenciadas. Isso continua acontecendo atualmente, porém, com o discurso e práticas neopentecostais cujos agentes incorporam a ideia de “guerra santa” ou “batalha do bem contra o mal”.

Este dualismo, de Bem contra o Mal, sempre existiu na maioria das religiões, mas, os verdadeiros mestres, qeu tinham uma percepção mais forte dos segredos, sabiam entender que não há apenas dualidade, mas, também caminhos do meio, caminhos mesclados e que nem sempre o mal se apresenta como tal e da mesma forma o bem, as vezes se camufla ou se oculta, enquanto o mal faz o seu papel. Portanto, sabemos que o dualismo comporta muitos outros conceitos opostos como a beleza e a feiura, a limpeza e a impureza, a higiene e a sujeira, saúde x doença, a ordem e a desordem. Mas, que há um ponto entre um oposto e outro, ou um caminho do meio. E ainda caminhos onde duas vertentes se unem. E quem estuda magia sabe do que eue to falando... A Igreja Católica operacionalizou em suas práticas esses conceitos de forma com que os exus fossem associados aos segundos: ao que é feio, impuro, sujo, doente (maculado) e desordeiro. E pensamento moderno ocidental foi desenvolvido nesses termos e formou uma cultura de preconceitos e desigualdades de vários matizes. O cristianismo soube fazer uso dessa construção que, mais que privilegiar apenas algumas formas de interpretação da realidade, soube deturpar tantas outras a fim de excluí-las. Como dissemos sempre, a hegemonia e homogenia.

Percebam no entanto que apesar de nos iludirem esses conceitos, as vezes se revelam teologicamente ou filosoficamente de outra forma. Por exemplo, um Deus de amor e bondade, as vezes mostrando como um Deus que pune, que sente ira e que pode condenar. E se formos analisar também o que pintaram como Diabo, veremos que as vezes o mal é necessário... Mas, este é um debate pra outra ocasião.

O fato é que hoje, os assuntos ligados a pluralidade, multiculturalismo, diversidade étnica, religiosa, sexual, estão cada vez mais em pauta. Claro que ainda há muito a fazer, muita coisa ainda está apenas na teoria, nos papeis, nas leis. Mas, aos poucos sentimos um avanço para um olhar a favor da diversidade. A ideia de diversidade é, hoje, divulgada, teorizada e estamos no caminho de vivenciá-la. Vemos isso repercutir em assuntos vinculados a diversidade étnica, religiosa, sexual.

E pessoas que inventam entidades espirituais para roubar outras pessoas e/ou que criam em suas federações modelos únicos a serem seguidos estão em sentido contrários a tudo o que temos vivenciado, seja em um universo menor do campo religioso afro-brasileiro, seja em uma proporção mais ampla, da sociedade mundial. Infelizmente, são grupos embasados e conceitos distorcidos que continuam a disseminar a ideia do exu em oposição ao bem, reforçam preconceitos dentro do próprio campo religioso afro-brasileiro e criam a cultura das agências mercantis. Portanto, é evidente que tais movimentos compõem uma parcela aproveitadora desse filão mercadológico, capitalista. Sabemos que há muito mais pessoas íntegras nas religiões afro-brasileiras, pais e mães de santo que vivenciam suas práticas com dignidade e responsabilidade. Porém, quase sempre os bons se calam, se encolhem e buscam apenas pra si e não cumprem o papel de esclarecimento, assim se não erram por intenção, erram por omissão.

Axé! Carlinhos Lima.

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