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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Mitologia, religião e fé

A espiritualidade e a mitologia são irmãs, sempre estiveram conectadas. Não existiriam esoterismo e magia sem mitos. A própria Bíblia está repleta de mitos, que são pregados em alto e bom som em milhares de novos templos que surgem a cada dia como se fossem fatos reais! E o pior é que mesmo a Bíblia estando repleta de mitos, metáforas e lendas, alguns iniciantes que só conheceram o Cristo porque sensacionalistas e demagogos lhe enfiaram trechos bíblicos sem explicar direito goela a baixo, querem teimar contra quem tem dons espirituais! Querem dizer que isto ou aquilo é loucura, não existe ou é do demônio! Pobre idiotas, a Bíblia, até mesmo comprovadamente conectada nos atos do próprio Cristo, tem diversas e variadas formas de mitos magisticas, que se revelaram pela simbologia sagrada. Simbologia muito bem mostrada no Arqueômetro. Não existiriam religiões, magia e dogmas sem mitos e simbologias!

 O mito da criação do homem pelo barro, por uma força divina – ao contrário do que muitos crêem, tal concepção não é exclusiva da mitologia hebraico/cristã, podemos encontrá-la, exemplo, na mitologia de um povo africano denominado iorubà, bem como na mitologia grega. Enquanto o deus hebraico Yaveh teria criado o homem da terra, o deus ioruba Oxalá teria criado o homem do barro, mesmo tipo de criação que teria sido efetuada pelos deuses na mitologia grega.

Uma sumária análise de tais mitologias proporciona ao leitor a percepção da existência de elementos similares (de ‘mitos’) nos mais díspares ou distantes grupos humanos. O animal humano vive junto de seus pares tanto por uma necessidade interior de contato com outros de sua espécie quanto para aproveitar a comodidade e segurança que este tipo de vida proporciona. E o mito do dilúvio (impossível de ter ocorrido*), tanto na mitologia hebraica (deus Yaveh) quanto na inca (o deus inca Viracocha teria ordenado aos homens que vivessem em paz/ordem/respeito, mas a desobediência humana teria levado o deus a despejar sobre os homens um dilúvio, no qual todos teriam perecido). 

Na mitologia relativa a um salvador do povo escolhido – podemos encontrá-la na figura de Moisés, essencialmente semelhante à figura de Obaluayé, figura que teria sido atirada a um rio por sua mãe (Nana Buruku) e resgatada por uma outra deusa (Yemója). Em geral as religiões são éticas, mágicas ou a soma de ambas; as éticas buscam estabelecer valores nos quais as ações humanas têm de se pautar, enquanto que as mágicas buscam a manipulação do sobrenatural para modificação da natureza das coisas. 

A ‘criação’ de heróis/deuses, sejam eles ícones religiosos ou não, busca o atendimento da necessidade humana de crer que sua essência é boa, similar à do herói-deus (feito à imagem e semelhança). E a idéia do julgamento dos homens pelos deuses – pode ser encontrada também em várias civilizações, citando como exemplo apenas a hebraico/cristã (os homens seriam julgados por Yaveh, sendo os justos levados ao céu e os injustos jogados ao inferno), quanto na mitologia grega (onde os mortos seriam julgados de acordo com a sua vida passada e, conforme seus erros, eram postos em diferentes lugares. 

No começo não havia separação entre o Orum, o Céu dos orixás, e o Aiê, a Terra dos humanos. Homens e divindades iam e vinham, coabitando e dividindo vidas e aventuras. Conta-se que, quando o Orum fazia limite com o Aiê, um ser humano tocou o Orum com as mãos sujas.O céu imaculado do Orixá fora conspurcado.O branco imaculado de Obatalá se perdera. Oxalá foi reclamar a Olorum.Olorum, Senhor do Céu, Deus Supremo, irado com a sujeira, o desperdício e a displicência dos mortais, soprou enfurecido seu sopro divino e separou para sempre o Céu da Terra. Assim, o Orum separou-se do mundo dos homens e nenhum homem poderia ir ao Orum e retornar de lá com vida.E os orixás também não podiam vir à Terra com seus corpos.Agora havia o mundo dos homens e o dos orixás, separados.Isoladas dos humanos habitantes do Aiê, as divindades entristeceram. Os orixás tinham saudades de suas peripécias entre os humanos e andavam tristes e amuados. Foram queixar-se com Olodumare, que acabou consentindo que os orixás pudessem vez por outra retornar à Terra.Para isso, entretanto, teriam que tomar o corpo material de seus devotos.Foi a condição imposta por Olodumare. Percebam que na história bíblica da criação, o homem também residia no Paraíso, falava com Deus, com anjos e tinha livre acesso.

Algumas mitologias na Umbanda contarão e traduzirão as características dos filhos dos Orixás, ou seja os arquétipos dos Orixás. Outras trarão sobre os “poderes” dos Orixás, suas forças, seus elementos de magia e domínio. Ainda outras trarão a origem da vida, dos espíritos, da morte, do universo. Tentaremos trazer algumas para cada uma dessas três divisões. Os Orixás podem estar com cada um de nós, e que com a permissão de nossos ancestrais possamos desvendar cada vez mais os mistérios da Umbanda. Muito axé, saravá a todos. Assim podemos dizer que a história de Adão e Eva, Caim e Abel, as parábolas de Jesus Cristo fazem parte da Mitologia Judaico-Cristã. Histórias de Júpiter, Marte, Mercúrio fazem parte da Mitologia Romana. História de Vênus, de Zeus, de Posseidon, são da Mitologia Grega. Shiva, Brahman, entre outros são da Mitologia Hindu. Tupã, Nande Jarí, Pa’i Kuara, Jasy, são da Mitologia Guarani (Guarani Kaiova). Oxalá, Oxossi, Xangô entre outros da Mitologia Yorubá. NZambi, Pombo Ngira, entre outros da Mitologia Bantu. Enfim muitas são as histórias de muitas culturas aparentemente distantes e diferentes e que de forma incrível contam, com nomes diferentes, mesmas verdades. A prova de nossa ligação, de nossa irmandade e de como muitas destas histórias retratam a nossa origem e o mundo astral, espiritual.

Mitologia é o estudo dos mitos, ou seja estudo da cultura e das lendas de determinada nação/região/população. É, assim, o estudo das histórias populares ou religiosas de uma cultura. Normalmente é uma narrativa em que se usa uma linguagem simbólica, buscando retratar a origem da vida, das crenças, de Deus, dos Orixás, dos espíritos, daquela cultura ou daquele povo bem como de seus costumes. Geralmente é um artifício, um instrumento usado por todas as culturas para ensinar assuntos complexos e difíceis. Estes mitos acabam por tentar retratar o mundo antes da vida humana. 

É essencial que os Umbandistas conheçam a mitologia africana e não apenas a nagô, mas todas aquelas que se ligam ao "panteão" adotado na Umbanda. Por exemplo: Omolu e Nanan não são Orixás de origem nagô (provavelmente sejam de origem nupê, tapá, ou mahi, não há um consenso), mas foram agregados ao panteão nagô, pela sua importância e força. Falando-se, então, dos mitos: Joseph Campbell, um dos maiores antropólogos, em seus estudos sobre mitos mundiais, descobriu que todos eles são a mesma história, porém contadas com inúmeras variações e adaptadas à realidade de quem a conta. Seus detalhes são diferentes em cada cultura, mas, fundamentalmente, são sempre iguais. Ainda declara Campbell: “...toda cultura antiga e pré-moderna utilizava uma técnica ritmada para contar histórias retratando os protagonistas e antagonistas com certas motivações e traços de personalidade constantes, num padrão que transcende as fronteiras da língua e da cultura”. Assim é fundamental que o umbandista estude, e muito, tudo aquilo que cerca o mundo dos Orixás, Inkices, Voduns e Entidades 

O mito é sempre uma representação coletiva, transmitida aos descendentes para explicar o mundo. Ele é ainda sentido e vivido. Circunscreve um acontecimento, narra uma criação, diz do que não existia e como passou a existir. Segundo Goethe em citação de Campbell (1997), os mitos são as relações permanentes da vida. Fala sempre das relações humanas e não é nem poderia ser lógico, pois se presta a todas as interpretações. A mitologia africana se assemelha e em muito à mitologia grega, com seus casos amorosos, traições, brigas, ciúmes, usurpação do poder etc. É a chamada antropomorfização. Isso aconteceu em todas as culturas. Não é possível nós termos divindades tão longe de nós. Elas têm que se aproximar dos seres humanos. Têm que odiar, amar, pensar, sentir, enfim, serem humanos como nós. Vocês acreditam que realmente Ògún (Ogum) desceu do céu em uma corrente ou teia de aranha, e abriu caminho com seu facão para os demais Orixás poderem andar na Terra? Você acredita que Obà (Obá) cortou sua orelha para cozinhá-la para Sàngó (Xangô), pois Òsún (Oxum) lhe disse que este adorava um ensopado de orelha? Você acredita que Ògún brigou com Sàngó por causa de Oya (Iansã) e ficaram inimigos para sempre? Meus Irmãos isso tudo são lendas para nos fazer pensar nas coisas. São mitos. 

Para Jung, mito é a conscientização de arquétipos do inconsciente coletivo, uma união de consciente e inconsciente coletivo, assim como as formas através das quais o inconsciente se manifesta. O mito é aquele que remete, o rito é sua ação. Na mitologia grega podemos observar o relacionamento dos mitos sobre curas fantásticas e dons cedidos pelos deuses, além da eterna busca de contato com estes por parte do povo. Visitando os templos, fazendo oferendas, erguendo altares e consultando os sacerdotes, estes sim que - em transe - teriam um contato direto com os deuses. 

As "histórias divinas" eram passadas de geração para geração e adquiriam um aspecto religioso, tornando-se mitos ao assumirem um caráter atemporal e eterno, por dizerem respeito aos conflitos e anseios de qualquer ser humano de qualquer tempo ou local”. Vemos, portanto, que a experiência mítica é característica de todos os povos e culturas. É a forma de explicarmos a religião e o sentimento religioso. Dá-nos ferramentas para entender e conceituar nossa experiência religiosa e justificar nossas práticas. 

Na Antigüidade o ser humano não conseguia explicar a Natureza e os fenômenos naturais, então, dava nomes ao que não podia explicar e passava a considerar os fenômenos como deuses. O trovão inspirava um deus, a chuva outro. O céu era um deus pai e a terra, uma deusa mãe e os demais seres, seus filhos. Criava, a partir do Inconsciente, histórias e aventuras que explicavam de forma poética e profunda o mundo que o rodeava.

Tenho como Básico que a Espiritualidade pode se expressar de muitas formas diferentes. Aceito que grupos diferentes que, por diferentes razões, começaram a usar este "feixe de energias" de modos diferentes, agem de modo perfeitamente lógico: simplesmente é um reconhecimento das condições e realidades atuais donde eles praticam as suas convicções. Acredito que todas as Entidades Espirituais Superiores entendem as mudanças de comportamento, meios e palavras que foram impostas aos descendentes de seus antigos fiéis por meios sociais adversos como conquista, escravidão e colonização, não ficando passivas e ferreamente agarradas ao Passado como se fossem seres humanos. Afirmo que Elas são o Eterno Presente, seja de que forma esse Presente se afigure a cada um dos humanos! Decidi que em vez de enfocar meus esforços nas diferenças em ritual, palavras, idioma ou oferendas, prefirei sempre enfocar o fato de que, se o que se pratica é feito com carinho e devoção, com caráter e consideração, os resultados serão realizados! 

A Sabedoria dos Orixás não é algum Mistério Antigo, congelado ou encapsulado no tempo. Ela é eterna e infinita, sempre pertinente ao tempo e condições em que é aplicada.

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