Volto a figura do pelicano. Ela ocorre uma única vez na Escritura, no Salmo 102,7, onde o Salmista se queixa de estar solitário como o pelicano no deserto. Desse verso do salmo nasceu a comparação com Jesus na solidão, seja durante o jejum de 40 dias no deserto, seja no Horto das Oliveiras, quando todos os apóstolos fugiram. Em telas que reproduzem esses dois momentos da vida de Jesus, não raro aparece a figura do pelicano para reforçar o sentimento de solidão e abandono. O pelicano aparece também como símbolo da Igreja, para dizer que ela é mãe dedicada, que se doa inteira para seus filhos, alimenta e faz reviver seus membros. Nesse sentido aparece nos portais da igreja e nas pias batismais. Muitas vezes significa ao mesmo tempo a Igreja e o Cristo misericordioso e eucarístico.
A solidão não é um tema importante apenas no cristianismo, mas também nas religiões espiritualistas como Budismo e Hinduísmo. Meditação e momentos de solidão são sempre importantes na busca espiritualista. Entre os orixás, temos os que mais estão ligados a solidão, como Omulú, Ossaím, Nanã e Iroko. E se a alegria parece ser boa pra alma, ela nem sempre é boa para a busca espiritual. As vezes quando o homem está mais triste, solitário e centrado em si mesmo, é que ele está mais iluminado.
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