Entre os últimos seis papas, o atual sumo pontífice é o que mais fala sobre o combate ao diabo e ao mal, afirmam especialistas em Igreja Católica
Papa Francisco no Vaticano
(Vincenzo Pinto/AFP)
O papa Francisco disse em sua homilia nesta quinta-feira no
Vaticano que “o diabo não é um mito” e a vida cristã é uma "batalha
contra o satanás, o mundo e as paixões da carne”. Não é a primeira vez
que o sumo pontífice fala da existência do diabo e, segundo
especialistas na Igreja Católica ouvidos pelo jornal italiano La Repubblica,
nenhum dos últimos seis papas têm falado tantas vezes das tentações do
mal como o papa argentino. Como bom jesuíta, Francisco têm
constantemente alertado os fiéis sobre "as ciladas do diabo".
"Não se pode pensar em uma vida espiritual, uma vida cristã, sem
resistir às tentações, sem lutar contra o diabo, sem o uso da armadura
de Deus, como disse São Paulo", afirmou o papa. Ele também sublinhou que
a vida em Deus deve ser defendida e a luta contra as tentações e o mal
“não é um simples confronto, mas uma batalha sempre em curso". Em uma
crítica à sociedade contemporânea, o sumo pontífice disse que "esta
geração têm sido levada a acreditar que o diabo é um mito, uma figura,
uma ideia, a ideia do mal. Mas o mal existe e devemos combatê-lo”.
Big Bang – Nesta semana, outra declaração do papa já
tinha sido alvo de especial atenção entre os fiéis e entre a comunidade
científica. Francisco reconheceu as teorias do Big Bang
e da evolução como corretas e disse que elas não são incompatíveis com a
existência de um criador supremo. As declarações foram feitas nesta
segunda em evento na Pontifícia Academia de Ciências, no Vaticano.
"Quando lemos no Gênesis [primeiro livro da Bíblia] sobre a
criação, corremos o risco de imaginar que Deus tenha agido como um mago,
com uma varinha mágica capaz de criar todas as coisas. Mas não é
assim", disse.
Em seguida, ele ressaltou que a Teoria do Big Bang, a explicação mais
aceita pela comunidade científica atualmente para a origem do mundo,
não se opõe à necessidade de existência do criador divino. O papa
demonstrou concordar com a Teoria da Evolução e lembrou, entretanto, que
ela "requer que, antes, os seres tenham sido criados". "Deus criou os
humanos e permitiu que se desenvolvessem seguindo leis internas que deu a
cada um para que alcançassem sua realização", afirmou Francisco.
(Com Estadão Conteúdo