Vento produzido por supermassivos ajuda na formação de astros
Os buracos negros supermassivos são verdadeiros monstros do Universo. Existe um no centro de cada grande galáxia, se formando e crescendo, afetando profundamente outros ao redor. Quando a matéria cai no buraco negro, ela aquece e emite uma enorme quantidade de energia, soprando um vento forte com material de volta à galáxia. Esse evento pode afastar gás e poeira que cairia na anomalia e regularia seu crescimento.
Sob outras condições, esse vento pode comprimir o gás na galáxia, o que pode aumentar o número de estrelas que se formam na região. Mas grande parte desse ar e gás são expelidos. Mesmo em níveis intermediários, ele pode aquecer o gás o suficiente para que a formação de estrelas seja afetada, como uma válvula de pressão da galáxia.
É assim que funciona na maior parte dos casos. Os astrônomos encontraram um grupo compacto de galáxias agrupadas em torno de uma galáxia ativa, e o buraco negro desta é tão poderoso que produz um vento que causa a formação de estrelas nas galáxias ao seu redor. Essa foi a primeira vez que isso foi visto.
Os astrônomos estavam observando uma galáxia distante 12,8 bilhões de anos-luz desse ponto. Eles viram um pequeno nó de galáxias, o que chamou a atenção. Este grupo está a cerca de 10 bilhões de anos-luz de distância da Terra. A galáxia central do grupo é claramente ativa e possui pelo menos oito outras a sua volta.
As galáxias são incomuns no meio desses grupos, por serem compactas e muito azuis, indicando fortes taxas de formação de estrelas. Medindo a luz, os astrônomos calculam que estão formando estrelas de 8 a 60 massas solares por ano, muito mais rápido que a Via Láctea.
Quando observaram esse grupo com o Observatório de Raios-X Chandra, encontraram uma incidência grande de raios-x vindo dele. O buraco negro da galáxia central está expelindo-os, e isso se deve ao acúmulo de material superquente. Mas também está criando o que é chamado de jato, um feixe de matéria lançado no espaço pelo calor e pelos campos magnéticos.
Esse jato é tão energético que cria uma onde de choque no material fino entre as galáxias, um boom sônico cósmico que aquece esse material até milhões de graus e emite raios-x. Isso cria uma nuvem difusa de emissão de raios-x ao redor do jato, e é aí que fica interessante. Quatro das galáxias mais fortes ficam bem na borda dessa nuvem, ao longo de um arco a cerda de 400 mil anos-luz do centro.
Dado que estão todos à beira dessa poderosa onde de choque, e todos formando estrelas a taxas aceleradas, os astrônomos concluem que tudo está conectado. A onda de choque provavelmente está tingindo essas galáxias, comprimindo o material mais frio dentro delas, e esse material entra em colapso para formar estrelas. Enquanto jatos de galáxias ativas já foram vistos atingindo outras antes, está é a primeira vez que afeta o que está acontecendo dentro das galáxias, especialmente o nascimento de estrelas. E isso está acontecendo a grandes distâncias do buraco negro.
Esse tipo de coisa já foi visto internamente em uma galáxia, onde o jato aumenta a formação de estrelas na galáxia supermassiva do buraco negro. Entretanto, há uma taxa moderada de aumento da formação estelar e está próxima, sendo que o jato não é muito poderoso. Nesse caso, a escala é muito maior. Jato mais poderoso, galáxias mais distantes, taxa de formação de estrelas muito mais alta.
Como dito anteriormente, sabe-se que esses buracos negros supermassivos podem regular o crescimento de suas galáxias hospedeiras, mas geralmente é negativo. Buracos negros podem ser considerados destruidores de tudo ao seu redor, mas o oposto é verdadeiro nesse caso.
Via: SyFy Wire
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