Presentes dos Deuses: Magia e Sexo
O poder do sexo sempre foi uma
força motivadora, por toda história registrada do mundo e de suas
religiões mesmo quando não reconhecida como tal. O sexo foi elevado às
alturas e atirado às profundezas mais abjetas da humanidade, mas nunca
deixou de ser, por si mesmo, o dom supremo do Criador. Pois sem ele a
todas as formas de vida desapareceriam e o universo não teria organismos
vivo presentes em forma física materializada.
Em
ramificações de Bruxaria Tradicional e Hereditária ou Stregheria fala-se
bastante e cultuam-se com muita freqüência os nossos ancestrais.
Olha-se para fotos antigas para sentir-se as mãos daqueles que já foram
olhando por nós e abençoando nossos passos. No entanto, geralmente
pensam-se neles como Espíritos, Guias, Deuses, Lares ou qualquer outra
denominação que nos agrade, em especial na Umbanda é assim que se vê a
influencia dos espíritos Ancestrais. - o imagético fica sobre uma forma
etérea energética não densa, mas que vive tanto num plano astral,
mental e espiritual. Se não fosse a sexualidade de nossos ancestrais,
não estaríamos aqui. Então, devemos explorar os hábitos sexuais dos
gregos e romanos e suas implicações devocionais para melhor entrarmos em
contato com o mundo da magia.
O trabalho de
magia/religião e sexo é tão antigo quanto a humanidade. Os orientais
perceberam isso e conceberam diversas formas de explorar mais uma
expressão divina: a da Criação. Com o tempo, os europeus começaram a ver
diferentes formas de canalizar essas energias. Os resultados disso se
mostram nas diversas culturas: dos fenícios aos celtas da Bretanha. Isso
é muito interessante - e saudável - enxergar o sexo como um presente,
um instrumento à nossa disposição. Porém, como uma faca que nos ajuda a
preparar alimentos ou nos defender de inimigos ele pode ser o nosso
carrasco. Sexo é um uma arma forte e destrutiva: de mentes e corações.
Ele demanda de muita energia e muito desprendimento, além da intimidade.
Quando aliamos sexo à magia e ao culto ao divino, todas as
possibilidades aumentam exponencialmente. Logo, penso que sexo, magia e
ética - ou no mínimo, acordos - são companheiros inseparáveis para a
sanidade dos magistas.
Os grandes desequilíbrios que o mundo e a
humanidade enfrentam hoje são em grande parte causados pelo sexo. Tanto
pelo abuso dele, quanto pelo seu bloqueio. Muito se matou por causa de
sexo; muito se traiu por causa de sexo; muito se fez sofrer por causa de
sexo; muito se abusou através do sexo... E a humanidade carrega em seu
DNA todas as marcas de todos esses atos. Muitas pessoas tem dificuldades
na vida por causa de dividas carmicas e mal entendimentos. Pois muitos
precisam ter uma boa relação e aproveitamento com o sexo e o suprimem.
Outros precisam controla-lo e abusam dele sem limites. O pior é que
através dele se encontra iluminação ou morte. E o pior encontra-se
também maldições. Essas podem ser transmitidas por gerações, de pai pra
filho até que alguém consiga quebra-lo.
Este responsável pela
quebra da maldição nasce com uma mediunidade forte e se souber usar vai
quebrar essa maldição. As maldições atingem a família inteira. Assim
como tem famílias prosperas tem também famílias miseráveis, onde nenhum
de seus membros não conseguem progredir em nenhum de seus projetos.
Muitos conseguem maldições por causa de ódio e ganância, mas grande
parte delas é adquirida no caminho perigoso do sexo. O certo é que não
podemos viver sem ele, mas temos que saber viver com ele. Nota-se muito
facilmente no mapa natal de pessoas quem teve problemas com o sexo em
vidas passadas. As posições dos astros se inclinam para uma energia
destrutiva que deveria na verdade ser somente criativa.
Na
Grécia, o sexo podia ser ambíguo. Havia ritos de castração e sacrifício
de rapazes nos Mistérios da Samatrácia. Também poderia ser visto como
uma dádiva divina, exaltado em diferentes rituais como os de Pã e
Priapo. O fato é que a mitologia e os costumes gregos estavam
impregnados por envolvimentos sexuais. Temos hoje ainda mulheres
encarnadas vivendo em nosso meio que pertenciam aquela época ou que tem
ligação ancestral com pessoas daquele tempo. E o pior é que não buscam
resolver seus problemas e exorcizar seus fantasmas. É por isso que temos
tantos divórcios, casamentos mal resolvidos e homossexualidade
descontrolada.
O grande Zeus certamente foi um dos deuses mais
notáveis neste campo da sexualidade. Pai de diversos deuses e
semideuses, ele pode ser entendido como uma força masculina
fertilizadora; uma chuva que caia sobre a Terra a fim de fazer com
crescesse e aflorasse. Uma forma de mostrar a fertilidade espiritual -
pois era o grande Deus - e material, uma vez que seus filhos eram partes
da Criação física. Além disso, mostra um forte aspecto da cultura
grega: a conquista sobre outros povos.
As mulheres, humanas ou deusas, fertilizadas pelo deus são uma representação das nações que os gregos dominaram. Outros deuses também podem nos dar símbolos das visões do sexo. Vale pensarmos em Dionísio, deus da embriaguez e do vinho. Suas festas e ritos tomaram a Grécia e Roma, gerando festas alegres, orgásticas e de fertilidade. Vale também pensar que as Bacantes - sacerdotisas do romano Baco, identificado a Dionísio - levavam o sexo a um ponto animal: mais uma vez o sangue poderia correr juntamente com o gozo em ritos mágicos e religiosos. Sem dúvida o tempo e a "civilidade" dos ocidentais fizeram com que esses ritos chegassem a ser banidos pelos romanos.
No entanto já tinham provocado muitos desequilíbrios carmicos pesadíssimos. Muitas estrelas de cinema e TV pertencem a esse tempo é por isso que a grande maioria tem dificuldade de encontrar seu amor verdadeiro. Muitas conseguem fama e dinheiro, mas são privadas do amor, pensam que estão a usar seus parceiros, no entanto são elas que servem de objetos do prazer como em vidas passadas. Pelo sacrifício que muitas passaram muitas delas sacrificadas brutalmente tiveram créditos de ganhar fama, dinheiro e poder, mas por continuarem sem saber usar os sentimentos e o sexo, são privadas do amor verdadeiro.
Muitas devem
estar dizendo que não se importam com isso, mas não sabem o quanto estão
pesando ainda mais seu carma, as consequências só saberemos depois.
Vemos muitas só preocupando-se com dinheiro e profissão, excluindo o
dever de ser mães. Assim também suprimem a tarefa de esposa, companheira
e perdem a chance de provocar a união dual das duas forças
estabilizadoras da vida: feminino/masculino em união tântrica.
Roma
trouxe uma perspectiva um tanto mais triste para essa questão. Com o
passar das gerações, a adoração deixou de estar no sexo como instrumento
sagrado: ele se tornou um comércio tão complicado como o que existe nas
grandes cidades de hoje. Existiam no auge do Império, pelo menos, 11
diferentes classes de prostitutas. Das mais ricas e influentes, como as
"delicatae"; às filhas e esposas de homens influentes que se deitavam
com diversos parceiros por prazer, estas são as "famosae"; às "copae"
que eram garçonetes de tabernas, que se deitavam por uma pequena quantia
de dinheiro com aquele que pagassem. Uma outra infeliz constatação do
Império era a adoção de bebês para se tornarem escravas ou prostitutas
quando maiores. Um filme que pode retratar essa questão da decadência
sexual e moral de Roma é "Calígula". Mas a culpa não é somente das
mulheres, os homens sempre tiveram papel importante nesse contexto e
dividem a mesma divida que será depurada também com rigor por todos eles
em suas gerações.
Na Grécia também existiam prostitutas. Elas
estavam em três classes diferentes: "hetíaras" que eram semelhantes às
"delicatae"; as "diteríadas" que eram escravas sexuais; "auletríadas"
que eram artistas e agradavam os gregos tanto com dança e música como
com sexo. É conveniente pensar que a prostituição não era
necessariamente uma fonte de problema na antiguidade, pois existiam
sacerdotisas responsáveis pelos cultos sexuais em diversas culturas. A
questão se centra no mau uso que tomou a civilização ocidental. Os
romanos caíram embriagados pelos seus excessos: terra, sangue e sexo. A
divindade, o presente dos Deuses foi esquecido. A experiência espiritual
da união carnal se diminuiu ao comércio, pedofilia e escravidão.
Estamos rumando para o mesmo caminho agora com muito mais poder
destrutivo, pois com o uso da informação em tempo real ainda mais se usa
o sexo como comercio e bem lucrativo com uma enorme abrangência
avassaladora.
Algumas tradições mágickas, incluindo algumas streghe,
têm na união sexual um dos pontos da iniciação de seus neófitos. Ora
feitos com um cunho meramente representativo e de encenação, ou pela
união de corpos, o hierogamos uma das manifestações do poder criador da
divindade, da combinação das essências formadoras da Natureza.
Muitas
mulheres tem dificuldade em casar ou arranjar um amor. é como se a
solidão a envolvesse numa nevoa profundo onde nenhum homem consegue
enxerga-la com toda sua beleza que parece está escondida. Isso é severas
punições carmicas e que por muitas vezes são quebradas de formas
simples e não muito complicadas, as vezes com estímulos magisticos ou
ritualísticos quebrando barreiras mentais impostas ao espírito da
pessoa. Muitas mulheres dependem apenas de banhos, orações, mantras ou
usos de praticas simples para liberarem o poder espiritual que abre os
caminhos do amor. Outras precisam apenas se compreender e mudar a
rotina, mas demônios cegam seu entendimento e as prendem em solidão.
O
sexo é uma necessidade biológica como a de comer e beber. A dádiva está
presente no prazer que temos em satisfazer todas essas necessidades. A
potencialidade dela está no poder de criação. A trindade que o sexo
representa: fertilidade, amor e prazer foram o que manteve o ciclo de
sobrevivência humana. Saber saborear essa necessidade traz a dádiva dos
Deuses. A criatividade e as mil experiências sensórias que o sexo nos
mostra são ferramentas maravilhosas na prática mágica. Apreciar o corpo e
a essência do outro pode ser tão delirantes quanto ritos xamânicos ou
projeções astrais. A responsabilidade reside em preparação mágica,
compreensão do que se faz e uma motivação. O segredo do equilíbrio é
prudência.
O sexo, o prazer, a magia e suas expressões podem ser uma
bela iniciação; além de um doce momento devocional: com os Deuses e com o
nosso parceiro. No entanto não devemos praticar o sexo só como uma
busca ou simplesmente por praticá-lo para tentar domina-lo o sexo assim
como a magia tem que ser descobertos com paciência, e esperar que ele se
revele observando os ciclos naturais. Mas temos a compreensão de nossa
natureza e conseguimos controlar parte de nossos desejos o direcionando a
um caminho de crescimento e evolução certamente isso não vai demorar
muito.
Lua na mente e paz no espírito. E amor nunca deve faltar.
Carlinhos Lima – Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador.
- ..
-
Barabô - Uma das denominações de Exu. O nome tem origem na seguinte frase inicial de um dos cânticos a ele dedicados, no Brasil e em Cuba: ...
-
Ao comparar Jesus com outros grandes líderes religiosos, uma notável distinção aparece. Ravi Zacharias, que cresceu na cultura hind...
-
Existem fortes indícios de que a casa bem preservada datada do século I e escavada em Nazaré, distrito norte de Israel, era casa da infâ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário