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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Astrologia em muitos niveis de avaliação do simbolismo

 
A astrologia é, antes de tudo, uma questão para as imagens. O objeto de estudo do leitor dos céus são as imagens geométricas produzidas pelos astros em sua dança. Este leitor, o astrólogo, lança questões para estas imagens, o que no final das contas é sempre uma questão de aparências, uma vez que lidamos com o que nos parece, com o nosso olhar diante da singularidade de uma geometria. Seria este olhar um olhar objetivo? Objetividade é acreditar que as características do observador não interferem nas descrições de suas observações. Deste modo, as questões lançadas para as imagens, por parte do astrólogo, têm por consequência a criação de universos, de perspectivas, de verdades sempre simultâneos. O astrólogo, ao ler uma imagem, cria um universo e se torna corresponsável pela conversão do símbolo de seu cliente numa manifestação dinâmica - a qual podemos chamar de "destino".

Na Umbanda também os sacerdotes, observam muito a questão das imagens, pois para montar um arquétipo de um indivíduo observa-se muitas questões e quase todas ligadas as imagens. Só por meio de imagens pode se montar configurações na Lei de Pemba e é grande a importância da simbologia em todos os processos. Tanto ritualísticos, como mitológicos e energéticos. Até mesmo a questão de fetiche para assentamentos são importantíssimos.

Enquanto prática perspectivista, a astrologia admite o ponto de vista do observador (o astrólogo) que toma os céus como um cenário através do qual a alma se derrama, e os significados - que não vêm prontos, mas são criados - podem ser construídos em muitos níveis diferentes. Esses níveis dependem muito do observador, assim também como na Umbanda, onde os sacerdotes não devem só levar em conta aspectos mitológicos ou personificações empregadas ritualisticamente. Tudo depende de uma aplicação em varias etapas que devem levar em conta tanto a configuração simbólica quanto a interpretação casual.

Me refiro a ter que observar as condições de vida do indivíduo, pois uma entidade pode atuar de uma forma em uma época e de outra maneira em outra. Tudo depende das necessidades carmicas e das adaptações que precisam serem feitas. Padrões não existem e sim parâmetros que tem que ser observados.

Se você pensa que o que estou dizendo é muito complicado, faça uma experiência: faça seu mapa com três astrólogos diferentes. Eles não cairão em contradição, mas fornecerão visões diferentes para os mesmos símbolos astrais. Todas estas visões estão certas, mas nenhuma delas pode assumir status de "A Visão". Quem está no centro do seu mapa é você. Assim é se lhe parece. A leitura do seu mapa, por parte de outro, tratar-se-á sempre de um olhar a partir de outro céu. Como poderíamos, então, imaginar objetividade por parte de qualquer pessoa que tenha a pretensão de ser "objetiva"? Isso acontece em todas as formas de oráculos, como Búzios, Tarot, numerologia etc. Porque não depende apenas da simbologia dos oráculos, mas da energia do momento e de como o interprete capta essa energia. Não que isso cause confusão, a confusão pode vim do consulente. E com razão. Tudo depende de como essas informações são passadas a ele.

Esta "forma de sentir, de ver, de pensar" a astrologia não é lá muito tradicional - o que não lhe retira o mérito. Os puristas do astral apostam na existência de uma "verdade", de uma "interpretação certa" para as imagens astrológicas. É apenas no florescimento do Romantismo que se abrem as portas de uma filosofia da subjetividade que termina por se desenvolver numa mutação do pensamento, um constante "construir" de perspectivas que se baseiam na verdade do sujeito, assunto de constantes investigações por grandes pensadores como: Hegel, Kierkergaard, Schopenhauer, Nietzsche, Freud, Jung, Sartre, Marx, Hegel, Einstein, dentre tantas outras grandes mentes que, ainda que não necessariamente "conhecedoras da astrologia" (com exceção, talvez, de Jung, que passeou pelo assunto), trouxeram à baila aquilo que a astrologia nos ensina há milhares e milhares de anos: o real é o que nos parece. Afinal de contas, o céu estudado é aquele que se vê, e não o "céu real". No final das contas, a astrologia é mesmo uma questão de imagens. Todos os pensadores relacionados, ainda que ignorantes em astrologia, podem ter suas percepções reduzidas a dois elementos fundamentais: todos versam sobre o espaço e o tempo - os dois elementos fundamentais da astrologia que, combinados, criam a "cruz" dinâmica que chamamos de carta astrológica. Uma imagem permanentemente mutante, apresentando não uma, mas múltiplas verdades.

No entanto isso não interfere em nada, na busca por conhecimento, e é ai que entra a importância do interprete que se antenado em harmonia com os conhecimentos cósmicos vai passar naquele momento com seu estilo de compreensão os ensinamentos verdadeiros e valiosos ao seu consulente. Mas a grande maioria não tem o conhecimento necessário e só lança confusão e isso ocorre em todas as are-as onde se empregam oráculos e ciências preditivas.

O pensamento perspectivista, uma questão de imagem, nos apresenta à possibilidade de uma nova transcendência, ou melhor dizendo: uma transcendência inversa, onde não há um sistema absoluto de medidas, de certezas, de verdades, nada "uniforme" que abarque e pasteurize os elementos numa "mesma coisa". Ao absoluto, o luto. Enquanto desejar-se viabilizar a astrologia por intermédio da estatística (esta fascinante forma de tortura em que se espremem os dados até que os números confessem aquilo que queremos ouvir), do céu pouco ou nada entenderemos.

Na verdade assim como a astrologia a Umbanda também não se deve a ter somente em citações mitologias, lendárias ou magisticas, mas devemos sim tentar entender de que forma os orixás tentam nos ensinar a cada momento. Pois cada um temos uma missão diferente. E assim as energias podem se manifestar de muitas formas. Por isso só a simbologia não nos vai esclarecer tudo, mas deve sim ser usada simultaneamente, com a intuição e com o tempo presente, em cada sessão de busca por conhecimentos. Para termos um melhor uso de conceitos, ensinamentos e energias através de leituras e simbolismos é o uso da Ética e da Prudencial em qualquer área que atuemos.

Carlinhos Lima - Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador.
 
 
 

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