A magia prática é, segundo Novalis, a arte prodigiosa que nos permite
influir, conscientemente, sobre os aspectos interiores do homem e da
Natureza.
O amor é o ingrediente íntimo da magia, a substância maravilhosa do amor obra magicamente.
Também Goethe, o grande iniciado alemão, declarava-se pela existência
mágica do ser criador; por uma magia anímica que atua sobre os corpos. A
lei fundamental de todos os influxos mágicos baseia-se na polaridade.
Todos os seres humanos, sem exceção, têm algo de forças elétricas e
magnéticas e exercem, qual um magneto, uma força atrativa e outra
repulsiva.
Entre os homens e mulheres que se adoram é especialmente poderosa essa força magnética, e sua ação atinge longa distância.
A palavra magia deriva-se da raiz sânscrita Mahas; em latim, Magis;
em persa, Maga; em ariano, Mab; em alemão, Mebr, ou seja, Mas,
significado do próprio sentido de saber e conhecer além da medida comum.
Em nome da verdade devemos dizer-lhes que não são hormônios ou
vitaminas patenteadas o que necessita a humanidade para viver e sim do
completo conhecimento do Tu e Eu e do intercâmbio inteligente de mais
seletas faculdades afetivas entre o homem e a mulher.
A Magia Sexual, o Maithuna, fundamenta-se nas propriedades
polarizadoras do homem e da mulher porque eles têm o seu elemento
potencial no phalo e no útero. A função sexual desprovida de toda
espiritualidade e de todo amor é unicamente um polo da vida.
Ânsia sexual e anelo espiritual em completa fusão mística constituem,
em si mesmos, os dois polos radicais de todo erotismo saudável e
criador. Para os gnósticos o corpo físico é algo assim como alma
materializada, condensada e não um elemento impuro, pecaminoso, como
supõem os tratadistas da ascese absoluta de tipo medieval.
Em oposição, a ascética absoluta com seu caráter negativista da vida
surge, como por encanto, a ascética revolucionária da nova Era de
Aquário: mescla inteligente do sexual e do espiritual.
A Magia Sexual, o Sexo-Yoga, conduz inteligentemente a unidade
mística da alma e da sensualidade, ou seja, a sexualidade vivificada. O
sexual deixa de ser motivo de vergonha, dissimulação ou tabu e torna-se
profundamente religioso.
Da completa fusão do entusiasmo espiritual com a ânsia sexual advém a Consciência Mágica.
É urgente nos emanciparmos do círculo vicioso do acoplamento vulgar e
penetrarmos conscientemente na esfera gloriosa do equilíbrio magnético.
Devemos nos redescobrir no ser amado, encontrar nele a Senda do Fio da
Navalha.
A Magia sexual prepara, ordena, enlaça, ata e desata, também,
novamente em ritmo harmônico, esses milhares de milhões de dispositivos
físicos e psíquicos que constituem nosso próprio universo particular
interior.
Reconhecemos dificuldades, o duplo problema que apresentam as
correntes nervosas e as sutis influências que, consciente ou
inconscientemente, atuam sobre a vontade. Samael Aun Weor (O Parsifal Desvelado)
Intercâmbio Magnético
Em cópula química, no coito metafísico, durante o Sahaja Maithuna, experimenta-se a máxima sensação erótica aos cinco minutos.
Flamas dinâmicas, magnéticas, como ondeante mar de gás vermelho
purpúreo, terrivelmente divino, rodeiam o casal durante o transe sexual.
Tremendo instante é esse em que as correntes masculinas intentam unir-se com as femininas.
Com a pausa magnética criadora, estabelecem-se ritmos sexuais harmônicos e cordenados entre o homem e a mulher.
Tal pausa contém, em si mesma, dois fatores básicos:
a) Determinado período de tempo inteligente e voluntariamente estabelecido entre cópula e cópula.
b) Desfrute prolongado do coito metafísico sem orgasmo, espasmo e sem perda do licor seminal.
Para que o intercâmbio das forças magnéticas seja profundo,
edificante e essencialmente dignificante, é urgente que os mais
importantes centros do corpo façam contato de forma harmônica e
tranquila.
O clitóris que se acha encaixado entre ambos os lábios pequenos da
vulva, representa o ponto mais sensível do organismo feminino.
Qualquer clarividente iluminado poderá perceber as forças centrífugas magnéticas que iniciam sua marcha desde o clitóris.
É, pois, o clitóris o ponto centrífugo magnético que provê a aura da mulher de convenientes correntes de energia.
Entretanto, nós devemos estudar tudo isto não de forma parcial, senão
total; seria absurdo supor que o clitóris que se encontra ante a saída
vaginal, separado desta pelo canal condutor da uretra, seja o único
portador e gerador da superior sensação para o sexo feminino.
Devemos pensar e compreender que também o útero e partes isoladas do
interior da vagina podem ser portadoras e geradoras da máxima sensação
sexual.
É inquestionável que o tecido cavernoso e os corpúsculos terminais se encontram no clitóris.
Sem tais tecidos e corpúsculos, a idoneidade fisiológica feminina e a
possibilidade de alcançar a máxima sensação sexual ficariam excluídas.
Depois do contato com o varão, o clitóris, provido de corpos
cavernosos, entra em ereção, como o falo masculino, inflamando-se ao
par.
No instante extraordinário em que também incham os corpos cavernosos
na região dos lábios da vulva, a entrada da vagina se reveste de uma
espécie de acolchoado esponjoso que envolve, maravilhosamente, o falo
masculino.
Quanto mais se umedece, agora, a entrada da vagina pela secreção
glandular, tanto maior é a possibilidade de levar os finos condensadores
magnéticos que ali se encontram situados, a uma afinidade elétrica com o
falo que, na organização da tensão do corpo humano, representa, por
assim dizer, o emissor primário de energia, para intercambiar uma
corrente alternada físico-psíquica.
O sábio Waldemar diz: “Não o olvidemos; nosso corpo será
invariavelmente tanto mais completo quanto mais desenvolvido e sob
controle consciente se ache o sistema nervoso simpático”.
“Quando o homem e a mulher, com o mínimo possível de movimentos, isto
é, só com os que são necessários para a manutenção e prolongamento do
contato, fazem da união sexual, também, uma união psíquica, só então se
procurará a oportunidade de que sejam carregados de eletricidade os
gânglios cérebro-espinhais que se acham ligados à glândula pineal, a
soberana do corpo, e, ademais, também ao plexo solar (plexus coeliacus) com os numerosos plexos radiadores para fígado, intestino, rins e baço.”
O abominável espasmo sexual é, certamente, um curto-circuito que nos
descarrega espantosamente; por isso devemos evitá-lo sempre.
A força maravilhosa de Od se acha especificada nos diversos órgãos em
qualidade diversa; assim, o melhor e mais fecundo intercâmbio magnético
criador se fundamenta no seguinte procedimento revolucionário: o lado
do coração do varão repousa ao lado direito da fêmea, unindo-se sua mão
esquerda com a direita dela e estabelecendo contato de seu pé direito
com o esquerdo da mulher.
Os órgãos sexuais podem, então, dedicar-se a uma tarefa da qual, com
grande frequência, são subtraídos, ou seja, a de servir ao princípio
físico da assimilação e depuração da matéria, primariamente, mediante a
atuação sobre o plexo situado embaixo do diafragma (parte ventral do
sistema nervoso simpático), o que é imprescindivelmente necessário, como
base para o desenvolvimento da sensação mais refinada.
A cópula metafísica, com todo seu refinamento erótico, nos coloca em
uma posição privilegiada, mediante a qual dispomos de forças
maravilhosas que nos permitem reduzir a poeira cósmica cada uma dessas
entidades tenebrosas que personificam nossos defeitos psicológicos.
(SAW, O Mistério do Áureo Florescer)
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