Estamos numa Era complicada, nos portais de Aquário, onde religiões tentam ser o que não são, por sensacionalismo de seus líderes e proclamadores. Geram divisão, e certos espertos, tentam se mostrar puritanos, reformadores e seguir a maioria. Tentam aqui no Brasil seguir a porta mais larga, pois é mais fácil se dizer cristão, num país de predominância cristã, onde até os feriados são cristãos. Por isso, muitos querem se passar por bonzinhos e alvos, se dizendo seguidores de Cristo. Mas, pra dizer que a Umbanda segue o Evangelho, tem que abrir mão de toda prática espírita, pois a Bíblia, em especial o Evangelho é terminantemente contra, mesmo com as adaptações que Kardec tentou fazer! Isso porque a Bíblia é um documento escrito por muitas mãos, foi formulada, copiada e recopiada e não é a verdade abosoluta. Mas, as pessoas preferem se dobrar a ditadura cristã, renegam os orixás, a tradição ancestral e espiritual, pra seguir no marketing da fé. Pois é mais fácil conseguir adeptos com o fetichismo, com o puritanismo, com o branco, como se renegar os pilares que são a magia e a ritualistica, fizesse bem a Umbanda.
A Umbanda não surgiu no Brasil, apenas regurgiu. Foi revelado, retrazida a era por revelações a médiuns importantes. Fatos históricos, citam eventos bem antes de Zélio! Será que o Caboclo das 7 Encruzilhadas pairava no espaço? Será que não tinha falange? Claro que tinha! O termo Umbanda, não surgiu do nada. Mas, todos que renegam seu caráter iniciatico, fazem como os falsos cristãos do marketing da fé, preferem passar pela porta mais larg.
Por isso, preferem professar o evangelho e não cumprir sua missão. E a missão de um médium, não é apenas incorporar e dar sopa em abrigos ou falar de caridade o tempo todo. Mas, muito mais que isso. Existe o carma familiar, pessoal, social, além de ter compromissos, sacerdócios, comprometimento com a magia sagrada, com a cura e com as iniciações. Naquela época, estabelecido pelo Caboclo, foi dito o seguinte: As sete linhas que foram ditadas para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Iansã, Xangô, Oxossi e Exu. Ou seja, o Caboclo jamais renegaria os orixás. E orixá na Umbanda, pela ancestralidade africana, como o próprio caboclo citou, é o mesmo que atua no Canbomblé. Orixá é senhor da luz em qualquer espaço!
O Caboclo das 7 Encruzilhadas era apenas um mensageiro, não era um orixá criador, não tem poder pra formar uma religião do nada. A Umbanda apenas resurgiu numa era de readaptação. Mas, confundiram as palavras do Cabolco, até porque seu médium era simpatizante do espiritismo, e sabemos bem que a fé do médium influi na ação do seu guia, pois nem sempre ele quer entrar em choque apenas se adapta a fé do seu guiado. Devemos lembrar que essa refundação ou ressurgimento da Umbanda, se deu após Zélio não ser bem aceito e ter sido vitima de intolerância dos espíritas, mas, ele mesclou o espiritismo com os conceitos africanos, indigenas e cristãos. Porque sua fé era toda influenciada pelo catolicismo. Por isso as mengens, sempre de caráter e inclinação cristã e biblicas. E a partir dai tantos terreiros como nomes de santos e tanto sincretismo, até mesmo pra se defender dos ataques. Mas, Pai Matta e Silva, foi quem melhor captou as mensagens do Caboclo das 7 Encruzilhadas e viu que não podia jamais renegar o Axé e poder ancestral africano.
E basta ler com cuidado as revelações do Caboclo que toda sua trajetória e reencarnações estão ligadas a inquisição da igreja, sendo seu espírito muito influenciado por suas existências, todas ligadas ao cristianismo e aos ancestres brasileiros. Mas, mesmo assim ele não renegou os orixás, como certos puritanos desinformados, querem fazer hoje em dia! Ele mesmo afirmou: "Eu, porém, sou da falange de Oxósse, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão". Ou seja, ele pertencia a uma falange, tenha regência de um orixá maior, de um raio, não estava no vazio e sabia bem a importância da hierarquia astral e ancestral.
Mas, hoje em dia, a fim de impressionar os adeptos e não chocar com os ritos necessários da magia ancestral, só querem incensar imagens, tocar e dançar, sem iniciação e sem os ritos que a ancestralidade requer. Ignoram, mesmo que lendo a Bíblia a trajetória dos sacerdotes, escolhidos como Moisés, que foi iniciado ao longo dos tempos pra cumprir uma missão. Pois suprimiram da Biblia todo o caráter iniciático que só a cabala judáica ainda enxerga. E assim muitos se dizem "brancos", com traços educados, renegando o lado primitivo, puro e original do ser. São adeptos modernos da nova era que renegam o orixá. Evitam falar da Esquerda e da sua importância e associam exu ao mal!
Umbanda: Sem axé, sem orixá e sem magia - o poder ancestral se esvaindo pelo ralo do puritanismo |
Mas, a cabal sábia e profunda nos ensina muito bem - “E o Eterno, Deus, disse: ‘Eis que o homem se tornou como um de nós, co-nhecedor do bem e do mal, e eis que agora ele pode estender sua mão e tomar do fruto’” (Gênesis 3:22). Ou seja, como a Torah e Pentateuco de Moisés reconhece, o homem só será como o ser Supremo e seus ancestres divinos, se conhecer o bem e o mal. Por isso, não adianta, casas excentricas, com pessoas excentricas que apenas se vestem de branco e se dizem apenas "brancos", se eles não conhecerem o mal que há dentro de si e o que tem que ser feito como iniciação.
Antes do pecado, Adão e Eva não conheciam o mal, mas tudo mudou quando ambos comeram da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Nesse momento, costuma-se falar que houve uma queda, mas lendo o versículo mencionado acima, vemos claramente que nesse momento o homem é comparado a Deus e aos anjos: ‘o homem se tornou como um de nós’. Como pode ser? O que real-mente houve nesse momento? Uma queda ou uma elevação espiritual?O segredo jaz na natureza do bem e do mal. Então queridos irmãos que querem buscar uma Umbanda profunda e original de verdade, que se interliga a todos os pontos ancestrais e raios cósmicos, e não apenas a elementos brasileiros adaptados pra impressionar. Saibam que só se eleva ao nível do orixá, o orí de cada um, quando se conhece o bem e o mal dentro de cada um. Dentro de si e dos outros. Conhecendo sua missão, suas provas e seus dons. Não é fugindo das trevas que garantimos a luz. Na verdade, é vencendo as trevas que merecemos a Luz!
O processo de criação do mundo é, essencialmente, um processo de separação (Deus separa a luz da escuridão, a água superior da água inferior, a noite do dia etc.). Por outro lado, o trabalho de retorno e correção do mundo é um de integração e de unidade. Do ponto de vista cabalístico, mais do que considerar um estado como ótimo e outro como indesejado, o mais correto é perceber que ambos os estados de existência possuem suas vantagens e desvantagens. Assim, em um estado paradoxal que pervade a natureza, chamado pelo Zôhar de mati ve lo mati (tocando e não tocando), podemos dizer que Deus ao mesmo tempo queria que Adão tivesse o conhecimento do bem e do mal (e por isso plantou a árvore bem no meio do jardim) e não queria (e por isso proibiu a ingestão do fruto).
O processo de
birur
que promove a integração de bem e do mal consiste, portanto, em olhar o mal, reconhecê-lo, enxergá-lo (não ignorá-lo) e ver o que há nele de bom e necessário para a criação
do mundo, apreciando seu valor e importância na estrutura do universo. Esse é o significado de ver e
extrair a centelha de luz do meio da sombra. Nesse momento, o mal deixa de ser mal, pois é possíve. O bem e o mal devem ser reconhecidos como entidades existentes e ambas necessárias em igual medida. É por isso que a Cabalá ensina que essa integração é feita pela
Será de Chochmá (Sabedoria) que, por sinal, é a fonte de Chéssed, o amor e a
união
. No estado per-feito, o mundo e o homem devem promover um casamento do bem e do mal. Segundo a Cabalá, o homem e o mundo hoje vivem em um estado em que há centelhas de luz (bem) imersas e presas nas
Klipot
e no Outro Lado (o mal). Assim, bem e mal não estão integrados, mas em estado caótico e de batalha. O processo de
birur
consiste em extrair essas centelhas de luz do meio sombrio em que elas se encontram.
Esse estado é simbolizado, dentre outras coisas, por Tiféret, a Sefirá equilíbrio entre Chéssed
(bem) e Guevurá (mal). Jacó, como arquétipo máximo de Tiféret, representa a coexistência do bem e do mal, como é bem fácil ver ao ler a sua história. Nele, o bem não é considerado o oposto do mal, mas, pelo contrário, bem e mal estão em uma integração dialética que pervade todo seu ser. Nesse momento, chega-se a um estado de não-dualidade, em que bem e mal não são duas categorias de valor, mas duas existências que podem, cada uma, ser boas ou más, ou, melhor, ambas não são nem uma nem outra, apenas são. E é por isso, que o segredo de Exu, é um dos fundamentos mais importantes do culto ao orixá, pois sem entender o lado oculto do homem e da alma, o inconciente e o carma, o homem jamais evolui. Assim, não podemos perder o tempo apenas em faz de contas, lendo pregações bíblicas e mensagens de desencarnados, pois Moisés, Abraão ou mesmo um médico alemão que morreu na segunda guerra mundial, já cumpriram seu papel e cada um de nós temos nosso papel em particular. Não devemos passar a vida todo pautados pelo que disse Moisés ou qualquer outro patriarca e renegar nossa ancestralidade, missão e dons. Temos nosso carma a cumprir. E só aceitando e buscando compreender nosso lado escuro é que vamos liberar a luz que há dentro de nós! E como uma mulher vai se iniciar na Umbanda, buscando apenas seu orixá, sua cabocloa e sem entender sua pombagira, seu exú, seu lado sombrio? Como ela vai superar seu carma, admitir seus erros, superar seus traumas, apenas com cantigas e dancinhas ou leituras biblícas? Evidentemente nada contra a Bíblia, mas, cada missão tem seu preço, cada religião tem seus ritos, não devemos nos curvar a ditaduras da fé, só porque parece maioria ou mais aceitável. Temos que buscar as tradições ancestrais e não agir por sensacionalismo e por querer seguir no caminho da maioria. Por isso o próprio Cristo Planetário disse: "muitos são chamados, mas, poucos os escolhidos", ou seja, seguir a maioria, parece o mais fácil, mas, quase sempre está errado!
Esse é o segredo do ensinamento do Zôhar de que todo ser humano deve “ofertar um presente ao Outro Lado” (147b a 148b). Esse é o segredo do bode de Azazel ofertado pelo Sumo Sacerdote, da ida de Israel ao Egito e da descida dos patriarcas para as terras fora de Israel (Egito, Gerar, Haran etc).O próprio ato de ir até o mal, para reconhecer sua importância e, mais do que isso, sua existên-cia divina, é considerado dar um presente para o Outro Lado. A pessoa que se separa do mal e o repele como se ele não existisse está justamente colocando o mal em uma posição especial, ajudando-o; fazendo com que ele se fortaleça e, posteriormente, retorne com mais força e poder. É por isso, que tem as oferendas, os ritos, assim como tinham as oferendas dos hebreus, que entendiam muito mais da ritualistica que os cristãos confusos e quase sempre perseguidos pelos poderosos e que tiveram que adaptar e esconder seus dons espirituais.
Uma grande lição sobre isso se encontra na história de Jó. Cabalisticamente, o grande erro de Jó foi oferecer sacrifícios de elevação apenas (Jó 1:5), indicando, portanto, seu desejo mais interno de se conectar apenas com o lado da santidade. Com sua recusa em dar uma porção para o mal, de reco-nhecer sua existência interna, e de acalmá-lo e subjugá-lo, Jó conseguiu irritar esse seu lado: assim, o Diabo aparece e toma conta da vida de Jó, fazendo com ele tudo o que o texto descreve.
Da mesma forma tem hoje em dia "muitos Jó" que se acham puritanos, superiores, brancos e melhores, mas, que nunca descobrem o próprio mal interior. Desfazem das tradições, dividem as nações, as crenças, a magia sagrada é descartada e insultam Exu e outras forças divinas. Mas, seu carma lhe será cobrado e toda confusão seja feita por quem for, será acrisolada, como ouro no fogo. Todo ser humano precisa acalmar e pacificar o seu lado mal, o que acaba sendo um modo de
subjugá-lo. Ao dar um presente ao mal, o homem atrapalha seus planos e enfraquece sua capacidade
de causar problemas. O mal que convive pacificamente com o bem não é mais mal. Por isso, não devemos apenas ficar inebriados pelo belo, achando que aquilo que definimos como "feio" seja ruim! Como diz o ditado sábio e popular, "nem tudo que reluz é ouro". Sabemos que Satanás, tentou Jesus, em forma de anjo de luz. Enquanto que profetas viam seres de várias cabeças, estranhos e medonhos e eram querubins. Então, não julgue apenas pela aparência. Não é só porque um lugar é todo branquinho e apenas lê-se a Bíblia que é o "paraíso". As vezes um terreiro normal ou simplisinho, pode está cumprindo sua missão muito mais.
Hoje em dia os terreiros preferem se identificar como "tenta espírita, fulano de tal...", ou seja, a Umbanda, tá sufocada pelo espiritismo, pelo cristianismo e tá morrendo. Renegando os orixás e abandonando as tradições magisticas e ritualisticas. Apenas vejo o Mestre Rivas, um passo ou mais, à frente. Ele sim tá estudando e decifrando a magia e buscando aprimorar a verdadeira síntese como fez Matta e Silva!
Mas, mesmo as editoras, agem nesse comportamento populista. Por isso, não entramos numa livraria em nenhum lugar do país, pra encontrar livros de Umbanda de verdade, que fale da verdadeira magia, dos pontos traçados, das raízes e das cerimônias. Apenas vemos livros e mais livros que falam de uma suposta "umbanda cristã/kardecista", com mensagens repetitivas, puritanas e que não soma nada a quem vai buscar conhecimento ancestral e ritualistico.
Eu mesmo estou jogando a toalha, mesmo sonhando escrever tantas coisas sobre Umbanda, vejo como que falar no deserto. Num país ditado pelo cristianismo, é inútil. Apenas veremos a Umbanda morrer, ou sobreviver numa falsa imagem, sendo pregada por pessoas com uma Bíblia numa mão e livros de Kardec na outra. Como se o primitivo dos orixás fosse ruim e o bíblico fosse vip e culto! Mas, estarei aqui sempre escrevendo sobre esoterismo. E a Umbanda vou preferir deixar nas mãos dos puritanos, que teimam em dizer que ela é cristã. Só falta alguém dizer que a Umbanda foi fundada pelos "Apóstolos de Cristo" ou que o Caboclo das 7 Encruilhadas é a reencarnação de algúm "santo católico"! Enfim, quem tem ouvidos ouça. Busque, tente estudar, sem apenas ficar preso a falsas pregações. Sem renegar a sagrada astrologia, que nem mesmo o Cristo e sua história ficou longe. Pois quem primeiro visitou foram os magos astrólogos. Além disso a estrela de Davi, de Salomão ou do Salvador, são os simbolos mais sagrados da espiritualidade, junto com a cruz que representa também saber astrológico e espiritual.
Como bem resume o Zôhar (34a): “Assim como Jó se separou do mal e não integrou bem e
mal, assim Deus o julgou com a mesma medida: Ele primeiro lhe deu o bem, depois o mal, e depois o retornou para o bem. Por isso é propício que uma pessoa conheça o bem e o mal e se dirija ao bem
– esse é o segredo da fé”. Que sabe bem o que é orixá, sabe também da importancia da iniciação, assim como os magos sabiam e como os escolhidos sabiam. E quem sabe sobre iniciação sabe bem que é importante a magia, os ciclos astrológicos, o axé, Exu, a pombagira e a hierarquia ancestral dos orixás. E naõ apenas guias de segundo escalão.
O que a discussão feita acima mostra é que devemos nos aproximar do mal, reconhecer sua existência, sentir a força de sua vontade e desejo. Precisamos entrar em contato com ele. É esse o significado de dar uma porção para o Outro Lado. Isso é feito, como dito anteriormente, justamente para pacificar e, assim, subjugar o mal. Na discussão até aqui, vemos, portanto, três níveis de vivência humana: 1) Nível de Jó (e Adão antes de comer do fruto) – onde só o bem é visto e o mal é ignorado 2) Nível de Adão (após comer o fruto) – bem e mal são conhecidos mas não estão integrados 3) Nível de Jacó – bem e mal são conhecidos e vivem em integração.
Aqui vemos claramente o contraste espiritual entre Jacó e Jó. Jacó se tornou símbolo da colu-na do meio porque conseguiu integrar bem e mal. Foi nesse quesito que Jó errou, trazendo, portanto, um grande mal para si e para o cosmos (o mesmo ocorre com Adão antes de comer do fruto). Falando em termos práticos, o que esses ensinamentos significam no que diz respeito aos comportamentos que uma pessoa deve manifestar? Cabalisticamente, diríamos que parte do trabalho de elevação de uma pessoa é entrar no jardim de impureza. Assim, ao se falar em jardim, lembremos de Ossaím que cuida dos segredos do Jardim Sagrado, que revela toda essência da árvore da vida e da cura de si mesmo e das almas. Como também Oxóssi, o grande Caçador de Almas, o guerreiro e mensageiro, que diz que o homem jamais deve temer os perigos da floresta interna ou externa. Como também da serpete, Dã ou Oxumaré, com o poder de transformar a si mesmo, a conhecer o bem e o mal dentro e fora de si e transformar-se apenas e luz e reviver.
Também nesse jardim os mistérios de Exu, que mostram nosso inconsciente, desejos e todo veneno do fruto do conhecimento, mas, que é necessário pra que possamos evoluir. E tem ainda os demais orixás, os arquétipos, os fenêmenos regidos por eles, como também os elementos que criam a vida. Aepenas com dança e seguindo religiões que se impõe, o homem não se descobre, não revela seu carma pessoal e jamais vai se intergrar ao carma coletivo e apenas vai seguir como ovelinhas, seguindo a maioria dominante.
Ao se recusar a dar uma porção para o mal, Jó e Adão negavam (ou desconheciam) totalmente sua exis-tência e buscaram focar apenas no bem. Ao fazer isso, ambos separaram o bem do mal, ao invés de integrá-los em uma totalidade dialética. Cabalisticamente, podemos dizer que é justamente a pessoa que foge do mal aquela que faz com que o mal a visite. Entrar nesse jardim e conhecer o mal, no entanto, não signica fazer o mal, ou, na linguagem bíblica, cometer o pecado. Como a própria sabedoria do português nos mostra, quem “faz” o mal está realmente criando o mal, fortalecendo-o e ajudando-o, mas não integrando-o. Ao entrar em contato com o mal e reconhecer sua força e vontade a pessoa consegue domesticá-lo e fazer com que ele viva em harmonia com o bem. Nesse momento o homem chega ao estado que a Cabalá chama de santidade, que nada mais é do que um estado de união, de não-dualidade, de integração dos opostos. Ao aprender a fazer isso, o ser humano passa a conhecer o bem e o mal não como Adão no Pa-raíso, mas entendendo sua base comum e unitária.
Muitas pessoas perseguem o lado primitivo do culto ao orixá, como se o ato de crucificação citado na Bíblia fosse a coisa mais natural do mundo. Como se os ritos ou fé hebraica, jamais tivessem existido. Como se os hebreus, em especial Davi e Salomão nunca tivessem feito sacrificio no templo. Como se os levitas não usassem oráculos pra analisar os acontecimentos da coisa e como se não houvesse iniciaçao. Enfim, se prendem a Biblia, como se ela não derivasse de outras culturas, como a cananeia, babilõnica e mesmo a egípicia. Como se não tivesse conhecimentos ocultos, como dos essênios e outras tripos de israel, como por exemplo os nazarenos. Enfim preferem uma Umbanda de faz de conta. Que vende mais e que arrasta mais adeptos...
O que a discussão feita acima mostra é que devemos nos aproximar do mal, reconhecer sua existência, sentir a força de sua vontade e desejo. Precisamos entrar em contato com ele. É esse o significado de dar uma porção para o Outro Lado. Isso é feito, como dito anteriormente, justamente para pacificar e, assim, subjugar o mal. Na discussão até aqui, vemos, portanto, três níveis de vivência humana: 1) Nível de Jó (e Adão antes de comer do fruto) – onde só o bem é visto e o mal é ignorado 2) Nível de Adão (após comer o fruto) – bem e mal são conhecidos mas não estão integrados 3) Nível de Jacó – bem e mal são conhecidos e vivem em integração.
Aqui vemos claramente o contraste espiritual entre Jacó e Jó. Jacó se tornou símbolo da colu-na do meio porque conseguiu integrar bem e mal. Foi nesse quesito que Jó errou, trazendo, portanto, um grande mal para si e para o cosmos (o mesmo ocorre com Adão antes de comer do fruto). Falando em termos práticos, o que esses ensinamentos significam no que diz respeito aos comportamentos que uma pessoa deve manifestar? Cabalisticamente, diríamos que parte do trabalho de elevação de uma pessoa é entrar no jardim de impureza. Assim, ao se falar em jardim, lembremos de Ossaím que cuida dos segredos do Jardim Sagrado, que revela toda essência da árvore da vida e da cura de si mesmo e das almas. Como também Oxóssi, o grande Caçador de Almas, o guerreiro e mensageiro, que diz que o homem jamais deve temer os perigos da floresta interna ou externa. Como também da serpete, Dã ou Oxumaré, com o poder de transformar a si mesmo, a conhecer o bem e o mal dentro e fora de si e transformar-se apenas e luz e reviver.
Também nesse jardim os mistérios de Exu, que mostram nosso inconsciente, desejos e todo veneno do fruto do conhecimento, mas, que é necessário pra que possamos evoluir. E tem ainda os demais orixás, os arquétipos, os fenêmenos regidos por eles, como também os elementos que criam a vida. Aepenas com dança e seguindo religiões que se impõe, o homem não se descobre, não revela seu carma pessoal e jamais vai se intergrar ao carma coletivo e apenas vai seguir como ovelinhas, seguindo a maioria dominante.
Ao se recusar a dar uma porção para o mal, Jó e Adão negavam (ou desconheciam) totalmente sua exis-tência e buscaram focar apenas no bem. Ao fazer isso, ambos separaram o bem do mal, ao invés de integrá-los em uma totalidade dialética. Cabalisticamente, podemos dizer que é justamente a pessoa que foge do mal aquela que faz com que o mal a visite. Entrar nesse jardim e conhecer o mal, no entanto, não signica fazer o mal, ou, na linguagem bíblica, cometer o pecado. Como a própria sabedoria do português nos mostra, quem “faz” o mal está realmente criando o mal, fortalecendo-o e ajudando-o, mas não integrando-o. Ao entrar em contato com o mal e reconhecer sua força e vontade a pessoa consegue domesticá-lo e fazer com que ele viva em harmonia com o bem. Nesse momento o homem chega ao estado que a Cabalá chama de santidade, que nada mais é do que um estado de união, de não-dualidade, de integração dos opostos. Ao aprender a fazer isso, o ser humano passa a conhecer o bem e o mal não como Adão no Pa-raíso, mas entendendo sua base comum e unitária.
Muitas pessoas perseguem o lado primitivo do culto ao orixá, como se o ato de crucificação citado na Bíblia fosse a coisa mais natural do mundo. Como se os ritos ou fé hebraica, jamais tivessem existido. Como se os hebreus, em especial Davi e Salomão nunca tivessem feito sacrificio no templo. Como se os levitas não usassem oráculos pra analisar os acontecimentos da coisa e como se não houvesse iniciaçao. Enfim, se prendem a Biblia, como se ela não derivasse de outras culturas, como a cananeia, babilõnica e mesmo a egípicia. Como se não tivesse conhecimentos ocultos, como dos essênios e outras tripos de israel, como por exemplo os nazarenos. Enfim preferem uma Umbanda de faz de conta. Que vende mais e que arrasta mais adeptos...
Axé a todos!
Carlinhos Lima e que Oxalá e todos os orixás abençõe aos verdadeiros buscadores!
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