Estudos afro-brasileiro
Olorum, também conhecido como Olodumaré, criou o universo infinito, as estrelas, os planetas e toda a vida. Desta forma, ele separou o que era imaterial do que é material. Alguns pesquisadores dizem que o imaterial é o infinito, o òrun, um local habitado pelos seres sobrenaturais, pelas entidades, conhecidas como araòruns. Aí residiriam os antepassados e os orixás. Outros dizem que, para manter o controle sobre os seres habitam os mundos que criou, Olorum criou os orixás, cada um deles sendo assim representado, de forma material pelos elementos.
Não existe um culto dirigido especificamente a Olorum de modo que toda a comunicação entre os dois mundos é feita através dos orixás. Alguns historiadores acreditam que talvez originalmente Olorum não existisse, tendo surgido devido à influencia dos cultos maometanos e ocidentais na África, com suas noções de um deus único que centralizasse todo o poder.
O historiador Joseph Kizerbo confirma a dificuldade em definir a verdade a partir da mitologia dos iorubas. Segundo ele, o grande antepassado dos príncipes iorubas é Odudua, ou Oduduwa, ele próprio filho de Olodumaré. Segundo informa, pela tradição islâmica, ele seria Lamurudu, rei de Meca. Seu filho, Okanbi, teve sete filhos que vieram a reinar em Owu, Sabé, Popo, Benim, Olé, Ketu e Oyo. O historiador acredita que, quase certamente, os iorubas vieram do Alto Nilo para estabelecer-se na região, hoje Nigéria, sendo que Ilé Ifé foi o centro de dispersão local, passou a ser reconhecido como a “fonte mística do poder e da legitimidade”. De lá partia a consagração espiritual, e para lá retornavam os restos mortais de todos os reis, da mesma forma que ocorria com as cidades santas para os faraós.
A relação entre os seres humanos e os orixás é mais complexa do que se pode pensar a principio. Alguns historiadores nos mostraram que os Iorubas acreditam na existência de varias almas. A primeira seria o “émi”, a respiração, o principio da existência fornecido aos homens por Olorum. Outra alma seria a “ojiji”, a sombra, que o segue o homem aonde ele vá. A mais importante seria a “eledá”, ou “ipòri”, a alma ancestral que está ligada ao destino dos homens e à reencarnação, e associada à cabeça do individuo, chamada “ori”. Assim, diz-se que orí é ainda mais importante que o próprio orixá da pessoa. E é justamente essa alma ancestral que deverá comparecer diante de Olorum antes de renascer, para que receba um novo corpo, uma nova respiração e um novo destino.
Uma das concepções sobre esse processo explica que cada cabeça – ori – é modelada no orún pelo orixá Ájala, ajudado por Oxalá e pelos Odús, as entidades ligadas ao destino e que são: Ejiobe, Oyédu-méji, Òdfi-méji, Irósun-méji, Òwórín-méji, Òbára-méji, Òkanràn-meji, Osá-méji, Òturúpòn-méji, Òtùá-meji, Irètè-meji, Ofun-méji, e Òsetùá. Então, cada cabeça é modelada utilizando-se uma matéria especifica, formando o ìpòri de cada individuo. Dessa forma, se Àjàlà usar uma pedra para criar a pessoa, ele deverá cultuar Ogum, quando vier para a Terra; se for a água, Oxum, Yemanjá, Erinlé, Yewá, e Olokun. E assim por diante, referindo-se ao elemento primordial que representa cada um dos orixás.
O mestre Jesus reconhecido o elemento do qual o Apostolo Pedro tinha sido criado disse: “Tu és Pedra”. Lembre-se que os místicos sempre associaram esse apostolo ao signo de Áries o qual é regido por Ogum. “Quem tem ouvidos ouça”.
Uma das propostas sobre a origem dos orixás entende que um orixá é basicamente, um ancestral elevado à categoria divina devido ao controle que obteve sobre certas forças da natureza, como o trovão, o vento e as águas, doces ou salgadas. Esses são os orixás que se referem os mitos e lendas. Já os orixás criadores nunca encarnaram e faz parte da hierarquia que governa o sistema.
Esse controle dos orixás evoluídos, também poderia ser visto como uma serie de conhecimentos: sobre a caca, a propriedade dos metais e como utilizá-los, o conhecimento sobre as plantas e como utilizá-las. Após sua morte, esse ancestral teria o poder ou capacidade de encarnar momentaneamente em algum de seus descendentes, através do fenômeno de possessão que ele mesmo provocaria.
Sabe-se que cada cidade ioruba da África tinha seu rei, que era descendente de um herói divinizado ou então a reencarnação do orixá, de modo que alguns orixás cultuados numa determinada região não eram conhecidos em outras regiões. Quando de sua vinda para o Brasil, o culto modificou-se, uma vez que os diferentes grupos de iorubas entrarem em contato uns com os outros, reagrupando-se em torno dos terreiros – os centros de devoção da religião – então formados no Brasil. Foi assim que a religião ganhou o nome de candomblé (cujo significado original, segundo os estudiosos, é “rezar”, ou “orar”), e reuniu sacerdotes e fieis que estavam ligados por parentesco através dos orixás (daí os nomes “filhos de Oxalá e Iemanjá”, e outros mais).
Os orixás representam, portanto, forças elementais, um aspecto da natureza, e também estão associados aos antepassados, aos heróis míticos. E, mais ainda, fazem parte do ser humano, uma vez que cada ser possui seu orixá. Este é, ao mesmo tempo, seu pai espiritual e parte de seu próprio ser. Segundo as crenças do candomblé, cada pessoa apresenta as mesmas características psicológicas, de personalidade, que o orixá a que pertence. Segundo alguns estudiosos, não apenas características de personalidade, mas todos aqueles que pertençam a determinado orixá apresentarão as mesmas características e traços do rosto, composição do corpo etc. Completando suas características, a pessoa ainda reuniria traços de seu segundo orixá, que poderia alterar sua personalidade, da mesma forma que o signo ascendente, na astrologia, modifica as características do signo solar. Por isso á Umbanda Astrológica é mais uma importante ferramenta pra trazer mais luz aos estudos esotéricos referentes aos orixás.
Essa qualidade abre o conceito das relações entre os orixás e seus filhos, não permitindo que ocorra uma espécie de massificação. E, para completar, cada orixá possui, alem de suas características próprias, varias outras manifestações ou qualidades, de forma que um mesmo orixá é geralmente apresentado como mais jovem ou mais velho, inclusive cada um recebendo nomes específicos.
Trago a todos vocês minhas pesquisas e fatos a mim revelados a fim de lançar luz a uma filosofia tão bela que vem sendo tão deturpada. Uma coisa que muito me irrita é ver afro-descendentes “convertidos” a seitas protestantes as quais renegam suas tradições e ancestrais e criticam o que nem sabem direito o que é. Outra coisa que me indigna é alguns “mestres” que se acham donos da verdade e que não repartem seu conhecimento com ninguém só visando confundir as pessoas e tirar proveito disso. O que eu acho ruim também é a briga dá Umbanda e do Candomblé. Eu respeito ambas com a mesma admiração e acho que todos os movimentos afros têm que se unir e trabalharem juntos. Eu acredito pelo que a mim foi revelado que a Umbanda é mais antiga que o CANDOMBLÉ, mas ambas vem da mesma fonte. Já aqui no Brasil o Candomblé é mais antigo que a Umbanda, no entanto ambas tem a mesma importância. Axé pra todos e amor nos corações.
Carlinhos Lima – Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador.
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