Equipe de pesquisa liderada pela Universidade do Arizona (EUA) encontrou faixas e listras na Luhman 16B, a anã marrom mais próxima da Terra, descobrindo quais fenômenos agitam a atmosfera do corpo celeste por dentro.
Até hoje, se sabe pouco sobre as anãs marrons por serem corpos celestes que não contêm brilho suficiente para serem detectadas devido ao seu processo natural de esfriamento. Sendo assim, é mais difícil para telescópios e astrônomos as estudarem e as encontrarem no infinito do espaço.
No entanto, cientistas da Universidade do Arizona (UA), utilizando medições de brilho de alta precisão do Telescópio TESS da Nasa, descobriram que as anãs marrons se parecem muito com Júpiter e que seus padrões atmosféricos revelam ventos de alta velocidade correndo paralelamente aos equadores marrons da anã, de acordo com o portal Phys.org. Esses ventos estão se misturando na atmosfera, redistribuindo o calor que emerge do interior quente das anãs marrons. Além disso, como Júpiter, os vórtices dominam as regiões polares.
"Os padrões de vento e a circulação atmosférica em grande escala muitas vezes têm efeitos profundos nas atmosferas planetárias, desde o clima da Terra até a aparência de Júpiter, e agora sabemos que esses jatos atmosféricos de grande escala também moldam as atmosferas de anãs marrons", disse Daniel Apai, professor associado do Departamento de Astronomia do Observatório Steward dos EUA, citado pelo Phys.org.
A apenas seis anos-luz de distância Luhman 16B tem aproximadamente o mesmo tamanho de Júpiter, porém, é mais densa e, portanto, contêm mais massa.
"Saber como os ventos sopram e redistribuem o calor em uma das anãs marrons mais bem estudadas e mais próximas nos ajuda a entender os climas, os extremos de temperatura e a evolução das anãs marrons em geral", comenta o professor.
Os pesquisadores produziram um vídeo com as informações e publicaram na página oficial do Youtube do Observatório Steward, que é liderado pela Universidade do Arizona.
A pesquisa mostra que há muita semelhança entre a circulação atmosférica de planetas do Sistema Solar e as anãs marrons. Como resultado, as anãs marrons podem servir como análogos mais massivos de planetas gigantes existentes fora de nosso Sistema Solar em estudos futuros.
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