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terça-feira, 31 de março de 2020

Autoisolamento à medieval: que lições nos poderiam dar anacoretas?



Em tempos pandêmicos e de confinamentos, impostos ou voluntários, ficar retido em casa pode ser agradável ou depressivo. O exemplo dos anacoretas medievais pode nos ser bem útil.

Anacoretas eram eremitas, homens e mulheres, que viviam em retiro solitário, dedicando-se à oração e leitura de textos litúrgicos, a fim de alcançar um estado de graça e pureza da alma através da comunhão com Cristo.
Os anacoretas viviam em celas, autoisolados da sociedade. Muitos deles eram mulheres, e foi sobre as mulheres anacoretas e as ilações que poderemos retirar do seu isolamento hoje, em período de confinamento, que se pronunciou a pesquisadora Godelinde Gertrude Perk da Universidade de Oxford.
Em um artigo publicado no The Conversation em 27 de março, Godelinde Perk refere que as anacoretas, leigas, escolhiam ficar em celas apertadas para expressar seu amor por Cristo por isso oferecer mais liberdade para contemplação individual do que a vida de uma freira.

Não espere conforto

Um guia anônimo britânico do século XIII para anacoretas femininas, Ancrene Wisse, adverte que elas não deveriam procurar conforto. Em vez disso, a anacoreta deve lembrar-se que entrou em reclusão não só para seu próprio benefício, mas também para o bem dos outros.
Hoje, enfermeiras e médicos estão pedindo um compromisso semelhante às pessoas, o de "ficar em casa por nós". O guia mostra-nos como uma experiência desagradável e estressante, o de ter de ficar confinado, pode ser útil para a sociedade.

Reconhecendo a vulnerabilidade

A conhecida escritora inglesa Julian de Norwich, dos séculos XIV-XV, ela própria uma anacoreta, encorajou os leitores a reconhecerem sua própria fraqueza e vulnerabilidade, mas sugeriu que a aceitassem como uma força. "Cristo não disse 'não serás perturbado, não serás incomodado, não ficarás angustiado', mas ele disse 'não serás vencido'", escreveu Julian.
Julian afirmou ainda que os leitores experimentariam distúrbios emocionais durante qualquer crise, mas que acabariam os superando.
Esta afirmação está conforme a psicologia de sobrevivência moderna. Adaptar-se durante uma crise, é agora essencial. Só reconhecendo nossa vulnerabilidade – tanto física como mental – e, consequentemente, tomando medidas para proteger e cuidar dos outros e de nós próprios é que conseguiremos sobreviver, adianta a pesquisadora de Oxford.

Resguardar os sentidos

De acordo com os manuais para anacoretas, é preciso resguardar suas janelas metafóricas (seus cinco sentidos) para evitar cair em tentação e distrair-se de suas orações e meditação.
O manual de Wisse é bem claro: "A perturbação só entra no coração através de algo [...] visto ou ouvido, provado ou cheirado, ou sentido externamente."
Isto leva-nos aos tempos de hoje, servindo de aviso contra notícias falsas ou o ansioso consumo excessivo de notícias. Vários guias para anacoretas recomendam que se tenha uma amiga que guarde escrupulosamente a janela da cela da anacoreta, impedindo o contato com visitantes que espalhem fofocas e mentiras. As redes sociais de hoje em dia seriam como os visitantes da época.

Mente ocupada, mente sã

Manter-se ocupado impede que se suba as paredes. Um monge cisterciense britânico, abade Aelred de Rievaulx (1110-1167), recomendou a sua irmã, uma anacoreta, que a inação gerava aversão pelo silêncio e repugnância pela cela.
As rotinas são fundamentais. Os anacoretas receitavam sequências de orações, salmos e outras leituras bíblicas em alturas fixas do dia. De acordo com a psicologia de sobrevivência moderna, dividir um problema ou extensão de tempo em passos manejáveis é crucial quando se é confrontado com uma crise. Igualmente importante é dar um passo de cada vez, nunca olhando mais adiante que o passo seguinte.
Passatempos como artesanato, jardinagem, costura ou leitura, são outras estratégias sugeridas à época para lidar com o autoisolamento. O manual Wisse assegura que as anacoretas, mantendo-se ocupadas, protegeriam suas mentes contra a tentação.
Estas sugestões são facilmente transportáveis para os dias de hoje. Afinal, de acordo com a psicologia da sobrevivência, realizar ações com um propósito específico é crucial em momentos de crise.
Por outro lado, o autoisolamento pode ser depressivo. Julian de Norwich também sentiu isso: "Este lugar é uma prisão", disse ela, referindo-se ou à vida terrena ou à sua cela. Mas o espaço apertado da cela também facultou paradoxalmente às mulheres medievais uma liberdade espiritual.
Em uma carta à anacoreta Eva de Wilton, o monge Goscelin de São Bertin, do século XI, exclama: "Minha cela é tão estreita, mas oh, quão largo é o céu!" Assim concluiu seu artigo, com esta citação, Godelinde Gertrude Perk.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Cientistas chineses inventam nanomaterial para combater coronavírus



Segundo relatos da mídia chinesa, nanomaterias criados em testes de laboratório no leste da China poderiam criar fármacos eficazes para proteger o corpo humano.

Enquanto cientistas de todo o mundo combatem o coronavírus, um instituto de pesquisa chinês anunciou que desenvolveu um nanomaterial que pode absorver e desativar o coronavírus, e está procurando colaborar com empresas para aplicar a tecnologia na fabricação de purificadores de ar e máscaras faciais, relata a agência Reuters.
Testes de laboratório realizados na província de Anhui, leste da China, mostraram que o material desativou de 96,5 a 99,9% do coronavírus, disse em comunicado o Instituto de Física Química de Dalian, controlado pela Academia Chinesa de Ciências.
A mídia chinesa Global Times salienta que a nova arma não é uma droga ou um composto, mas um nanomaterial.
Segundo o canal DNA India, os chineses podem estar falando de nanozimas, nanomateriais com características semelhantes às das enzimas. A nanotecnologia pode ser usada para projetar fármacos que possam visar órgãos ou células específicas do corpo, como células cancerígenas, e melhorar a eficácia da terapia.

Como uma hemoterapia do século XIX se tornou em nova forma de combater a COVID-19



Na semana passada, a Administração de Alimentos e Drogas (FDA, na sigla em inglês) dos EUA aprovou o uso experimental de sangue de sujeitos recuperados da COVID-19 como tratamento para pacientes recém-infectados.

Conhecida como terapia de plasma convalescente, o tratamento remonta ao final do século XIX, e os médicos de hoje creem que pode ser a solução provisória que necessitamos para conter o vírus enquanto são desenvolvidos tratamentos e vacinas mais complexos.
O portal New Atlas, em um artigo publicado em 29 de março, fez o balanço do problema e explicou como o método pode ajudar a combater a pandemia.

Método pioneiro

Na década de 1890, o cientista alemão Emil Behring foi pioneiro na implementação de um novo tratamento para a difteria. Behring, juntamente com o médico japonês Kitasato Shibasaburo, descobriu que o soro sanguíneo de animais infectados com certas toxinas poderia ser usado em humanos para tratamento de várias doenças.
Behring descreveu na época essas moléculas protetoras como "antitoxinas" e passou o resto da década otimizando o processo, acabando por descobrir que os cavalos eram o animal mais eficiente para produzir grandes volumes de soro de antitoxinas.
Em 1901 Behring ganhou o primeiro Prêmio Nobel da Medicina por seu trabalho sobre essas terapias com soro para difteria.
Ao longo das primeiras décadas do século XX, o tratamento ficou conhecido como terapia plasmática convalescente, sendo frequentemente utilizado em tempos de surto de doenças infecciosas.
Os produtos sanguíneos de pacientes recuperados eram tratamento comum para tudo, desde sarampo e papeira até poliomielite, tendo sido amplamente utilizados durante a pandemia de gripe espanhola em 1918.
Um estudo de 2006 mostrou que essa terapia reduziu significativamente as taxas de mortalidade, de 37% entre os não tratados para 16% entre os pacientes tratados com plasma convalescente. A descoberta de antibióticos e o desenvolvimento de vacinas tornariam este método obsoleto.

Funcionou então, pode funcionar agora

No início dos anos 2000, um novo coronavírus respiratório apareceu na China. Perante um vírus inteiramente novo, com uma elevada taxa de mortalidade e sem opções de tratamento, médicos em Hong Kong conduziram um estudo de plasma convalescente improvisado, inspirado em estudos de casos similares recentes fora de África, e que tinham demonstrado potencial eficácia no tratamento do vírus ebola.
A taxa de mortalidade total entre os pacientes tratados foi de 12,5 por cento e a geral em Hong Kong de 17 por cento. A ilação mais importante foi que os mais precocemente tratados apresentaram melhores índices do que aqueles que receberam o tratamento mais tarde.
Um estudo mais recente sobre os efeitos da terapia plasmática convalescente, que incorpora relatórios clínicos desde a gripe espanhola até a SARS, detectou uma impressionante redução de 75% na mortalidade geral entre os doentes tratados com essa terapia.

Medida provisória

O imunologista Arturo Casadevall reacendeu a ideia do plasma convalescente, após relatos de que o tratamento estava sendo testado na China. Casadevall não só propôs a terapia centenária como um tratamento precoce potencialmente útil em pacientes recentemente diagnosticados com o vírus, mas também como profilaxia útil para os profissionais de saúde e para membros de famílias que cuidam de pacientes com COVID-19 em casa.
Casadevall e sua equipe da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, rapidamente começaram a investigação, tendo a FDA respondido prontamente alguns dias depois, não só acelerando as aprovações de ensaios clínicos de plasma convalescente, como também permitindo disposições imediatas de uso compassivo. Isto possibilita aos médicos ter a capacidade de administrar o tratamento a pacientes fora das limitações de um ensaio clínico, desde que certas condições sejam satisfeitas.
Ainda há muitas questões que precisam de ser respondidas antes que o tratamento possa ser amplamente implantado.
Quantos anticorpos precisam ser detectados no sangue dos pacientes recuperados para que o tratamento sérico seja eficaz? Qual é a quantidade de plasma convalescente que precisa ser administrada para tratar a doença? Qual é o momento ideal para administrar o tratamento? O tratamento oferece alguma imunidade confiável em pacientes que não contraíram o vírus?
Os cientistas não esperam encontrar com isso a cura para a COVID-19, mas somente algo que ajude a mitigar o fenômeno enquanto não houver tratamentos e vacinas.
Produzir e implantar tratamentos de plasma convalescente requer apenas redes de bancos de sangue pré-existentes. O atual sistema de coleta e fornecimento de sangue nos Estados Unidos poderia ser rapidamente mobilizado para começar a coletar doações de pacientes recuperados da COVID-19.
Quando Casadevall e seus colegas possam verificar a melhor prática para o tratamento, o plasma convalescente poderia ser estendido a um enorme volume de pacientes em meses, achatando a curva de transmissão e ganhando mais tempo para os cientistas trabalharem em uma vacina eficaz.
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