O AMOR é a principal via para a experiência mística, onde o objeto deste AMOR é o Ser Supremo. Quando nos unimos misticamente a OGUN ou OXALÁ, também estamos nos unindo á DEUS, pois, OGUN, OXALÁ e todos os outros Orixás estão EM DEUS. Assim temos na Umbanda ou no Candomblé a incorporação de Orixá como algo que transcende o fenômeno mediúnico, pura e simplesmente, a incorporação de Orixá é também um fenômeno místico e uma experiência única. Mas, que não se constitui no único caminho, sendo apenas uma dessas atribuições.
Neste caminho místico um outro Orixá pode nos ajudar e muito, EXU, mas já é assunto para um outro texto... É com essa importância que venho revelando os segredos da Umbanda Astrológica, que não vê a Umbanda num contexto mítico, lendário ou espiritualista apenas embasado nos cultos Ancestrais, mas, que vê o universo como um todo, obra da criação e que espalha todas as energias cósmicas por todo Cosmo, pelo Canal dos 7 Raios, mas, com o trabalho de Todos os Orixás e não apenas 7.
A umbanda nunca poderá se fechar, cada vez que se alia a outras ciências ela fica mais forte.
O lema de Satanás é: “Dividir pra governar”. Já o do verdadeiro Mestre é somar, pra governar. Assim, a contribuição, do Tarô, da Astrologia, da Numerologia e de vários outros oráculos, só vem a contribuir com á verdadeira Umbanda. Chega de querer pregar por ai, que os orixás só se comunicam através dos búzios; chega de pregar por ai, que Umbanda é diferente, ou melhor, que Candomblé, Catimbó, ou Quimbanda.
Na verdade tudo tem a mesma origem e podemos sim subtrair tudo que for bom de todos esses seguimentos! Amor e bem a todos os irmãos.
Assim pude observar teoricamente e na prática o sentido do que, a rigor, não se explica a experiência mística, que transcende qualquer forma de expressão. Pelo fato das palavras não serem suficientes para traduzir o que se vive na prática é que “O Místico” busca se expressar por metáforas, símbolos e alegorias ou pelo silêncio. Após estudar a Umbanda com uma nova visão astrológica vejo que o sentido espiritual propõe uma nova abordagem para uma Mitologia Umbandista, assim notamos numa conversa mítica em que Oxalá conversa com Olorum.
Que poderemos ser mais metafórico que esta conversa, no entanto além da alegoria está conotação interpretativa e o que o dialogo oculta ou revela, tem muita importância, pois nos ajuda a decifrar o pensamento mágico, com base na simbologia cósmica. Já que esta é também uma das funções de um Mito, revelar o sagrado aos iniciados (aos preparados, a quem tem olhos para ver) ao mesmo tempo em que o oculta dos olhares profanos (os não iniciados que poderiam dar mau uso ao conhecimento).
O Mito evita que pérolas sejam jogadas aos porcos, assim como nas parábolas, assumem entendimentos diversos segundo o grau e a condição que cada um tem em interpretá-lo.
Na conversa entre esses dois orixás vemos que Oxalá através de um ato de pensar tenta nos passar algo que superficialmente parece simples, mas que visto de um sentido bem aprofundado tem sim uma grande mensagem. Assim o mito nos fala que Oxalá Pôs-se a pensar. E no seu pensar ele fechou-se em si mesmo. – Isso é o que chamamos de meditação, coisa de suma importância, não só para os mestres, mas, pra qualquer iniciado.
Oxalá pensou, pensou e pensou! E tanto Oxalá pensou que se tornou um pensar em si mesmo; e seu pensar tornou-se pensamento puro e sua mente alcançou o âmago de Olorum, que é pensamento puro e puro pensar.
E assim o pensamento mostrado nesse ato de Oxalá mostra que ele busca a conexão com o criador. Ao contrario do que muitos pensam por ai, ele não tenta usar a força do seu pensamento pra decifrar nada, ou alcançar uma força que lhe dê superpoderes, só o que ele quer é se conectar. E nessa conexão ele visa se tornar puro e iluminado como o Criador. Ele não quer poder, mas, sim harmonia com o Poder Supremo. No seu pensar, Oxalá transcendeu a si mesmo, à matriz geradora de matrizes que o gerara e alcançou o âmago de Olorum.
O seu pai e seu criador que o criara no seu pensar e o gerara em sua matriz geradora da plenitude, que era ele em si mesmo. E Olorum pensava por meio de Oxalá e este pensava em Olorum o seu Criador... Está é a conexão que se busca no Pensamento Positivo, tão cultuado hoje em dia nos meios esotéricos. Ou seja, visa-se na verdade a harmonia com as forças do Cosmo. Assim vemos que o mito nos passa, no instante de uma busca de conexão ao Sagrado, é acima de tudo obediência e não que, alcançaremos um enorme poder de realizar o que quisermos.
A Bíblia nos deixa claro que Deus não tolera desobediência, é por isso que ao erramos constitui-se o pecado. Se fôssemos mesmo livres pra escolhermos o que nos dê na telha, o que seria pecado? Alguém iria me dizer que pecados é o excesso! Mas, se somos livres pra crescer, podemos passar por cima de tudo e de todos, já que a Lei não nos impede de fazer nada! Besteira, na verdade, nós nascemos debaixo do jugo da Lei e nada passara despercebido. _ No âmago do meu pai, eu sou o meu pai, e o meu pai realiza-se em mim... Em mim, o meu pai é Oxalá, mas, no meu pai, eu sou Olorum, pois com ele me torna uno!... Vemos nessa conectividade a mesma intenção passada a nós pelo sentido mostrado na Santíssima Trindade, onde três pessoas fazem parte de um Deus Único. “Pai e filho são a mesma coisa, ainda que o filho tenha sido criado no pensar do seu pai, este está por inteiro nele, pois traz em si o pensamento que o criou”... Vemos no Evangelho de São João logo no Capitulo 1 uma das mais belas passagens da Bíblia, onde ele fala de perfeita harmonia do Verbo com o Criador.
Nada mais místico que o “relacionamento” entre Olorum e Oxalá onde um se confunde no outro. E é ai onde entra o Grande Elegbara, decifrando a Língua dos deuses e trazendo a mensagem dos orixás aos homens. Não se preocupe, pois apenas nos perdendo de nós mesmos é que podemos ser encontrados ou pescados, por aquele que pesca nossos corações. Por isso Cristo foi Meditar no Deserto, como fez Buda, Moises e muitos outros. E nesse contexto entra Exu, o grande revelador do pensamento mágico. Como Fé e Plenitude são, em si, a presença de Deus, Oxalá é Deus em nós. Já no dialogo mítico entre outros dois orixás: um "diálogo" entre Ogum e Olorum, que da mesma forma nos leva a um pensar de forma mística: Ogum ao abraçar Olorum deixa correr lágrimas, de tanto que o amava.
E nesse abraço recebeu de seu pai todos os fatores que precisaria gerar para bem exercer suas funções divinas na morada exterior. Mas algo mudou em Ogum naquele momento tão angustiante para ele, que era a separação de seu pai Olorum. Ogum de repente deixa de ter a sua visão e passou a ter a visão de Olorum; deixou de sentir a si próprio e passou a sentir Olorum; assim Ogum deixou de sentir suas emoções e passou a sentir as de Olorum; deixou de pensar por sua mente e passou a pensar pela mente de Olorum. E, Ogum passou a vibrar intensamente o desejo de ficar abraçado ao seu pai por todo o sempre, de tanto que o amava, que Olorum passou a viver em Ogum, ainda que ambos continuassem a ser o que eram. Pai e filho! Criador e Criatura se tornam num só unidos pelo amor, pelo sentimento. Vemos aqui que o amor é sim a força mais capacitada a nos unir perfeitamente ao Criador. Só o amor é puro o bastante, pra nos conectar ao Pai. E ai é que o pensamento entre como ferramenta importante.
Oxalá é o Orixá que melhor representa esta união enquanto Orixá da Plenitude. Sincretizado com Cristo, Oxalá é confundido com Deus, pois no Catolicismo Cristo é Deus, a segunda pessoa da trindade, o filho. Pouco explorado este aspecto católico mostra o quanto Cristo praticou e viveu a união mística, colocada em palavras: “Eu e o Pai somos UM”. Oxalá é conhecido como o mais velho dos Orixás (segundo Exu há controvérsias) e também como Pai dos Orixás que mais uma vez o aproxima do criador.
Na mitologia nagô-yorubá é Oxalá quem cria e modela os homens. Oxalá está em toda parte, é o Sol visto da Terra e a Terra vista do Sol. Das cores ele é o branco, que traz em si todas as cores; Cada Orixá tem um magnetismo próprio e Oxalá é o próprio magnetismo, assim ele é a base da criação. Mas, Exu, como Senhor dos Caminhos, é que tem controle desse eletromagnetismo, controlando o giro das órbitas dos planetas. Por isso é o Grande Responsável, pela fecundação em todos os níveis.
Isso é fantástico. Eu e meu pai, só sentimos a plenitude interior quando estamos por inteiro no senhor e deixamos de ser uma de suas partes e tornamo-nos o senhor por inteiro. A real função do pensar positivo é essa, nos conectar ao Pensamento Mágico Criador. A plenitude exterior, todos a alcançarão como fruto do próprio esforço em construí-la em sua volta. Mas a plenitude interior, só no Criador será alcançada.
Então Oxalá pensa: _Por que sou seu primogênito-unigênito, meu pai? E Olorum responde: _ Porque antes de gerar todos os seus irmãos e irmãs, eu o gerei na matriz geradora de matrizes... “Em você eu estou por inteiro em todos os meus aspectos. Mas, neles (nos outros Orixás) eu estou por inteiro nos aspectos que eles manifestam, pois sem mim, nada poderia ser feito.” E neste “diálogo” entre o Maior dos Orixás e o Criador Olorum observamos a união entre Deus-Olorun e sua Divindade - Oxalá, que quando verbalizado é um modelo de união mística entre o filho e o pai, modelo que pode e deve ser seguido por quem busca pela plenitude. Por isso não tenho duvida que o pensamento positivo nada mais é que uma importante ferramenta de busca para encontrar a conectividade com o Pensamento Mágico Criador.
Porque ao pensar positivo nos tornaremos positivos. Mas, veja que o amor age nesse mito, como força doadora, dirigida ao Pai, e assim receberemos do mesmo modo, do Pai direcionada a nós.
Nunca que o amor agira perfeitamente com ego inflamado, ao tentarmos direcionar a força do pensamento, pra alcançar coisas a nosso bel prazer. Mas, que se faça sim a vontade do Pai! Ainda temos que nos lembrar que o amor também se revela no sofrimento e na dor, por isso muito dos segredos são revelados em momentos de provação e não de alegria. Cristo teve sua grande experiência e certeza após jejuar no deserto. O Apóstolo Paulo, encontrou sua missão espiritual após ficar cego. Assim como no mito, após ficar cego de seus desejos, passa a captar sensitivamente a energia de seu pai.
Por isso nem sempre pensar positivo resolve as coisas. Às vezes seremos forçados a pensar corretamente em momentos de dor, de agonia e aflição. E é ai onde o Criador mais revela, nos momentos de tribulação.
O que vemos aqui é o modelo de como se manifestam as divindades de Deus onde não há diferença entre a vontade do criador e a vontade de suas divindades, sejam os Orixás ou qualquer outra divindade em outras culturas. A Divindade ocupa um Plano ou realidade divina onde ela é a manifestação viva e plena das qualidades, atributos e atribuições do Criador. Este é o modelo para o crescimento e a evolução dos seres onde somos imagem e semelhança de Deus, quanto mais nos afinar à vontade divina ou a perfeição. Mais próximos de Deus estamos. Temos que buscar gerar união e não divisão entre os irmãos!
Carlos Lima – Astrólogo, Tarólogo e Pesquisador.
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Um comentário:
Parabéns e sucesso 2022
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