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domingo, 30 de junho de 2013

Toldot - o nascimento dos dois filhos gêmeos de Isaac: Jacó e Esaú


Toldot – começa descrevendo o nascimento dos dois filhos gêmeos de Isaac: Jacó e Esaú. Como muitos gêmeos que vemos hoje em dia, apesar de terem sido criados na mesma casa, ambos desenvolveram características e aptidões completamente diferentes. A Torá conta que Jacó era muito mais tranquilo e caseiro do que seu irmão, Esaú. Já Esaú era mais “extrovertido”, vivia fora de casa e tinha uma grande preocupação de desfrutar a vida, aproveitando ao máximo todos os prazeres do mundo.

Uma das histórias mais interessantes envolvendo os dois irmãos é o famoso episódio da venda da primogenitura. Segundo o costume da época, por ter nascido primeiro, Esaú tinha direito de receber de seu pai uma benção especial de primogenitura. No entanto, um dia, voltando do campo, Esaú, completamente exausto por ter se dedicado com tudo à caça, viu seu irmão Jacó preparando uma refeição e trocou sua primogenitura por um prato de lentilhas.

Muitos comentaristas disseram que isso se deve ao fato de Esaú não se preocupar com a espiritualidade e com coisas como bênçãos. Mas, isso não é verdade, pois, por exemplo, ao saber que seu irmão tinha recebido a bênção especial do pai, Esaú se desespera: "E Esaú levantou sua voz e chorou" (Gênesis 27:38). Que tipo de pessoa chora por não ter recebido uma bênção, se não uma pessoa que se preocupa minimamente com a espiritualidade? Como entender então o comportamento de Esaú?

A chave está em uma história anterior da Torá. Quando Adão pecou ao comer do fruto proibido, ele foi amaldiçoado do seguinte modo: "Com sofrimento você comerá todos os dias da sua vida... com o suor do seu rosto você comerá pão" (Gênesis 3:17-19). O que isto significa? Que, antes do seu erro, Adão estava em um nível muito elevado, no qual conseguia seu sustento sem dificuldades; o que permitia, portanto, que ele concentrasse todas as suas energias no crescimento espiritual. Mas, a partir do momento que Adão caiu espiritualmente, a busca pelo sustento transformou-se em parte importante da vida humana. O trabalho, algo que deveria ser secundário em relação à espiritualidade, tornou-se o centro da vida das pessoas. É esta a lição que está sendo passada aqui.

Por que a Torá ressalta que a venda da primogenitura ocorreu quando Esaú estava voltando do campo? Para ensinar que Esaú estava tão "viciado" em seu trabalho que isso tinha se transformado em seu único objetivo de vida. Esaú é a figura arquetípica da pessoa que chega em casa após um dia estafante de trabalho, e não tem cabeça para pensar nisso. Por conta do trabalho, e da tremenda energia dedicada a isto, Esaú começou a apresentar uma “distorção da realidade”.

A Torá mostra que Esaú tinha chegado a um ponto em que não conseguia mais distinguir pequenos detalhes da vida cotidiana. Por exemplo, ele sequer sabia o que irmão estava cozinhando. Ele diz: "Derrame sobre mim, agora, um pouco desta coisa vermelha, pois eu estou exausto" (Gênesis 25:30). Por ter investido tantos esforços no material, Esaú chegara ao ponto de não saber se seu irmão cozinhava um cordeiro ou lentilhas, um prato salgado ou doce.

Os Sábios da Cabalá ensinam que Esaú tinha um potencial espiritual gigantesco, no mesmo nível de qualquer outro patriarca; mas ele se convenceu de que não havia nenhum conflito entre dedicar sua vida ao mundo material e, ao mesmo tempo, tentar ser uma pessoa que persegue a espiritualidade. Com esta visão distorcida da realidade, ele se enganou. Assim, Esaú é símbolo da pessoa que leva sua vida da maneira mais material e básica possível e acha que deste modo está levando também uma vida espiritual.

Salomão (e não Shakespeare) disse: "Não há nada de novo sob o sol" (Eclesiastes 1:9). Isso significa que somos diariamente submetidos ao mesmo impasse ao qual Esaú foi submetido. O impasse entre a luta pelo sustento e a luta pelo desenvolvimento espiritual. Muita gente diz que não tem tempo ou alternativa, que a vida precisa ser assim. Muita gente diz “tudo que quero fazer quando não estou trabalhando é descansar”. A verdade é que para garantir o nosso sustento (e de nossa família), não precisamos trabalhar 24 horas por dia e, muitas vezes, nem mesmo 8 horas. Sempre podemos dedicar 10, 15, 20 minutos para a espiritualidade. E espiritualidade não significa ir ao templo rezar, ou ficar cumprindo mandamentos de um livro antigo segundo o que um líder religioso pregou. Espiritualidade significa viver um tempo de qualidade, que traga felicidade, satisfação e completude espiritual para a pessoa. Que possamos aprender de Esaú a não trocar a bênção da primogenitude por um prato de lentilhas. 
Y. A. Cabalista

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