Um grupo internacional de astrônomos descobriu três enormes buracos
negros, cujo tamanho supera em bilhões a massa do Sol, a uma distância
de aproximadamente 4 bilhões de anos luz da Terra, informou o cientista
Ian Heywood, um dos coordenadores do estudo.
"Os sistemas de múltiplos buracos negros supermaciços são raros",
disse Heywood, astrônomo da Organização de Pesquisa da Comunidade
Científica e Industrial (CSIRO), em entrevista à rede australiana "ABC".
A equipe liderada por Roger Deane, da Universidade de Cape Town, na
África do Sul, descobriu o novo sistema de três buracos negros a partir
de quatro observatórios internacionais interligados para operar como um
poderoso telescópio.
Os pesquisadores se concentraram na distante galáxia SDSS J1502+1115,
onde descobriram que dois dos três buracos negros supermaciços estavam
separados apenas por uma distância de 456 anos luz, e que orbitavam
entre si.
A velocidade da órbita desses dois corpos que formam uma espécie de
sistema estelar binário supera em 300 vezes a velocidade do som na
Terra, segundo o astrônomo.
A descoberta, que representa o sistema mais estreito que se conhece
até o momento, ajudará a entender como esses corpos se fundem e influem
na evolução das galáxias, afirmou Heywood.
Os sistemas de órbita estreita como o descoberto pela equipe de Dean
são uma das fontes primárias das ondas gravitacionais, segundo a teoria
da relatividade geral de Albert Einstein.
Além disso, os estudos sugerem que as grandes galáxias têm um buraco
negro em massa no centro, embora somente se descobriram algumas poucas
delas, por isso essa descoberta publicada no último número da revista
"Nature" sugere que são mais comuns do que se acredita.
Heywood explicou que seria muito estranho que os três buracos negros
se fundissem entre si e o mais provável é "que um dos buracos negros
seja expulso do sistema para que os outros dois se assentem em uma
órbita mais estável e eventualmente se unam".
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