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quinta-feira, 26 de junho de 2014

O Grande Arcano dos Senhores do Destino na Umbanda Astrológica - o homem se aplicando ao conhecimento


O Grande Arcano dos Senhores do Destino na Umbanda Astrológica - o homem se aplicando ao conhecimento
Senhores do Destino na Umbanda Astrológica - o homem se aplicando ao conhecimento

 Acessar o arcano dos orixás e cumprir o destino, por meio da busca pessoal

OLORUN abrange todo espaço e detém três poderes que regulam e mantém ativos a existência e o Uníverso: IWÁ, que permite a Uníverso genérica o ar, a respiração; AXÉ, que permite a exístência advir dinâmica; ABÁ, que outorga propósito e dá direção. Ou como diz o poeta Moraes Moreíra em "Pensamento Iorubá." 

Quando OLORUN começou a respirar, uma parte do ar transformou-se em massa de água, originando ORIXALÁ - o grande ORIXÄ FUNFUN do branco. O ar e as águas moveram-se conjuntamente e uma parte deles transformou-se em bolha ou monticulo uma matéria dotada de forma - um rochedo avermelhado e lamacento. OLORUN soprou vida sobre ele e com seu hálito deu a vida a EXU, o primeiro nascido, o procriado, o primogénito do Universo.

A existência transcorre em dois planos: o AIYE (mundo, habitação do homem) e o ORUN (além, habitação dos ORIXÁS, mundo paralelo ao mundo real, que coexiste com todos os conteúdos deste). Cada indivíduo, árvore, animal, cidade, etc, possui um duplo espiritual e abstrato no ORUN. Os mitos revelam que em épocas remotas, o AIYÉ e o ORUN esta vam ligados, e os homens podiam ir e vir livremente de um local a outro. Houve, porém, a violação de uma interdição e a consequente separação e o desdobramento da existência. Um mito da criação nos conta que nos primórdíos, nada existia a lám do ar.

O AXÉ como força pode diminuir ou aumentar dependendo da prática iItúrgica e rigorosa observância dos deveres e obrigações. A força do AXÉ é contida e transmítída através de elementos representativos do reino vegetal, animal e mineral (oferendas) e podem ser agrupados em três categorias: (a) sangue vermelho do reino animal (sangue), vegetal (azeite de dendâ) e mineral (cobre); (,b) sangue branco do reino animal (sêmem, a saliva), vegetal (seiva), mineral (giz); (c) sangue preto do reino animal (cinzas de animais), vegetal (sumo escuro de certos vegetais) e mineral (carvão, ferro). Estes trás tipos de sangue, por onde veicula o AXÉ, com sua coloração, vai determinar a fundamental importância da cor no culto. Resumindo: o AXÉ é, portanto, um poder que se recebe, partílha-se e distribuí-se através da prática ritual, da experiência mística e iníciátIca, conceitos e elementos simbólicos servindo de veículo. É a força do AXÉ que permite que o ORIXÁ venha e realize-se.

O chefe supremo do terreiro é o BABALORIXIÁ ou IYALORIXÁ (pai ou mãe que possuem o ORIXÁ). Eles são detentores de um poder sobrenatural - o AXÉ, a força propulsora de todo Universo. O AXÉ impulsiona a prática sagrada que, por sua vez, realimenta o AXÉ, pondo todo sistema em movimento. 0 AXÉ sendo principio e força é neutro. Transmite-se, aplíca-se e combina-se aos elementos naturais, que contám e expressam o AXÉ do terreiro, que pode ser: (a) o AXÉ de cada ORIXÁ, realimentado através das oferendas e da açio ritual; (b) o AXÉ de cada membro do terreiro, somado ao do seu ORIXÁ, recebido na iniciação, mais o AXÉ do seu destino individual (ODU) e o herdado dos próprios ancestrais; (c) o AXÉ dos antepassados ilustres.

O CANDOMBLÉ e a UMBANDA expressa-se nos terreiros ou roças, onde se cultuam os ORIXÁS e os ancestrais ilustres. O terreiro contém dois espaços, com características e funções diferentes: (a) um espaço urbano, construido, onde se dá a dança; (b) um espaço virgem (árvores e uma fonte, equivalentes à floresta africana), que é considerado sagrado. Na UMBANDA ASTROLÓGICA, porém, não se desfaz das tradições, não se ignora ou se diminui o caráter ritualístico, mas, entende que o homem pode cultuar seus ancestrais, seu orixá e cumprir seu destino, autonomamente, viajando, estudando e fazendo suas tarefas sagradas, como faziam os antigos magos. Nem sempre o homem tem que tá inserido numa comunidade, num grupo, numa hierarquia e essa é a principal diferença da Umbanda voltada a astrologia, da Umbanda tradicional. Ou seja, o homem é livre dos dogmas comuns da religião e passa ser senhor de seu carma, cumprindo os deveres e ordens dos Senhores do Destino, mas, como único buscador e senhor de suas decisões. Sem se voltar muito como fazem a maioria que tenta colocar seu destino e decisões, nas mãos dos sacerdotes e mestres. Claro que a importância sagrada do sacerdote continuará e terá sempre que ser respeitada, mas, no caso do adepto de Umbanda Astrológica, ele só busca em conformidade aos seus ciclos vitais, ancestrais e cósmicos, mas, não tem compromisso permanente com nenhum pai de santo ou casa de culto. Ele é mais pleno pra usar seu livre-arbítrio, sem tá interrogando o tempo todo e colocando a decisão nas mãos de outros.

A substâncla de origem divina (IPORI) torna manifesta a filiação a um deus especifico - o ELEDÁ, por Isso chamado o dono da cabeça. Conhecer seu ELEDÁ possibilita ao homem ser artifíce de seu próprio destino, cumprindo as obrigações ou In terdições que seu ORIXÁ determina. Saber manipular tais influências equivale ao conhecimento do horóscopo natal com as melhoras de vida, que se pode obter sabendo ouvir os astros. 0 "dono da cabeça" (ELEDÁ) determina o tipo psicológico de seu filho e responde, também, por suas características físicas e seu destino. Tradicionalmente, sabe-se qual o ORIXÁ da cabeça, pela leitura de búzios -forma divinatória na qual se lê o ODU. Para isso, usa-se búzio africano (CAURI ) previamente preparado para esse fim. Voltaremos, após uma visão geral da estrutura do CANDOMBLË aos ORIXÄS e tipos psicolögicos.

Os ORIXÁS - não são vistos aqui apenas como os deuses IORUBÁS da África e no Novo Mundo, como por tradição, segue o Candomblé. Na verdade, temos sim o saber desses orixás, eles são a base da Umbanda e da mesma forma a Umbanda Astrológica, também cultua e estuda o orixá ancestral vinda do Iorubá, mas, também vemos o orixá como signos, como casas celestes e como vibração, não apenas como representantes da Natureza, mas, dos signos zodiacais - em partes seriam ancestrais míticos encantados e metamorfoseados nas forças da natureza, mas, também signos, vibrações cósmicas e arcanos de saber e da existência humana, grafadas no inconsciente humano, particular e coletivo. Cada Indivíduo tem um ORIXÁ principal que é o "dono da cabeça", e outros que exigem cultuacão e que também oferecem proteção. A tradição afirma que cada ser humano, no momento em que é criado, escolhe livremente sua cabeça (ORI) e seu destino (ODU). Cada pessoa tem uma origem divina, que a liga a uma divindade específica. Esta parte divina à situada dentro da cabeça.

Em se tratando dessa parte da "escolha" a qual seria feita antes de reencarnarmos, não vejo como uma escolha ampla onde a alma escolheria qualquer coisa que quizesse, mas, apenas decidiria, dentro daquilo que sua missão e carma comportam. Ou seja, os Senhores do Destino, apenas apresenta-nos opções dentro de nossos merecimentos, pra escolhermos, a partir de um projeto elaborado pelo Criador e não que escolheremos da forma que achar melhor, criando odus e destinos do nada!

Os orixás são, eterno Movimento, que se manifesta nas danças, nas cores, nos elementos sacramentais, mas, também nos signos cósmicos e portais zodiacais, os quais revelam a força, luz e encantos do arcano ancestral do homem. Ritual comunitário de cantos, danças e alimentos sagrados na sua forma pública, o Candomblé e a Umbanda são sacramentado pelo Pai ou Mãe de Santo, pelos Filhos de Santo, pélos tocadores de atabaque (OGAN), que entoam os cantos sagra dos possibilitando a vinda do ORIXÁ, com a participação da comunidade dos mais velhos às criancinhas. Todos cantam e saúdam os ORIXÁS, executam a dança sagrada, num hino à Alegria, Amor e Partilha. E na Umbanda Astrológica, persiste o mesmo respeito e observações, mas, de forma mais individual, onde o mago o iniciado e médium, se sente a vontade de buscar sua força ancestral e axé, sem ter que ter intermediários o tempo todo, mas, torna-se um magísta autônomo e um buscador contemplador da luz cósmica.

EXU, o Mensageiro ou o Mercúrio africano, o intermediário necessário entre o homem e o sobrenatural, o intérprete da linguagem dos mortais e dos ORIXÁS. É pois o encarregado de levar aos deuses da África o chamado de seus filhos éstrangeiros. E nestas notas introdutörias, ele e chamado a levar aos filhos estrangeiros amostragem das infinitas possibilidades este rico Panteão, que se mantém vivo na África, no Brasil e em outros países do Novo Mundo. E ao contrário de muitos seguimentos e terreiros, aqui Exu não é visto como uma força neutra, mas, extremamente sábia e que também cumpre a Lei Maior com sabedoria.

Carlinhos Lima

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