Local onde fiéis colocaram oferendas foi incendiado por morador (Foto: Marcelo Nery/Arquivo pessoal) |
Caso aconteceu durante cerimônia em uma mata, em Cacoal.
Testemunhas dizem que homem ainda ameaçou as vítimas com madeira.
Um homem de 35 anos foi conduzido até a delegacia de Cacoal (RO) após interromper um culto de umbanda e chutar a vasilha de pipoca que estava sendo entregue como oferenda em uma mata. O caso aconteceu no domingo (10). Segundo a Polícia Militar (PM), a oferenda estava na mão de um adolescente, que acabou ficando com hematomas por causa do chute. Após invadir o local, o suspeito também ameaçou os fiéis com um pedaço de madeira e colocou fogo na vegetação para queimar a oferenda.
De acordo com Cesar Torres, responsável pelo terreiro, a confusão teve início quando ele pediu para que um grupo fosse até a mata entregar as oferendas como agradecimento. Na ocasião, um morador do bairro resolveu interferir na cerimônia, iniciando uma discussão com os membros.
"Quando o pessoal foi fazer a entrega, o homem apareceu na rua dizendo que não era para continuar com o ritual. Como eles disseram que não podia parar com a cerimônia, pois somos amparados pela lei, ele se revoltou e chutou as oferendas. Depois ameaçou a moça que estava no grupo com um pedaço de pau", relata.
Na ocasião, o ainda colocou fogo na vegetação ao tentar queimar as oferendas. Após a ação, o grupo chamou a Polícia Militar (PM) para registrar a agressão e ameaças. Na sequência, todos os evolvidos foram encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil, a fim de prestar esclarecimentos. Durante confecção do boletim de ocorrência, o suspeito confessou que chutou as oferendas, pois segundo ele, o grupo estaria fazendo "macumba" na frente de sua casa e isso o teria irritado. Ele negou a ameaça e disse que apenas pegou o pedaço de madeira, mas não ameaçou ninguém com o objeto. O suspeito alega também que os rituais são realizados a qualquer hora do dia e na frente de crianças, o que lhe deixou revoltado.
Cesar Torres nega as acusações e diz que a mata pertence a um conhecido da entidade religiosa e que eles teriam permissão para fazer as oferendas no local. "Sempre realizamos oferendas em forma de agradecimento aos Orixás. Entregamos alimentos e temos o cuidado de deixar na mata apenas o que a própria natureza poderá consumir, seja pelos pássaros ou pela própria terra. Não colocamos nada com fogo ou materiais que possam poluir o meio ambiente", explica.
Cesar revela também que está movendo uma ação contra o homem por agressão, ameaça, intolerância religiosa. "Agora vou até fim com esse caso, pois as pessoas precisam aprender as respeitar o direito de culto das demais", aponta.
Fonte: g1.globo com/ro/cacoal
Fonte: g1.globo com/ro/cacoal
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