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domingo, 8 de março de 2020

'Rede social' de 500 milhões de anos é descoberta em um dos primeiros animais na Terra (FOTOS)



Alguns dos primeiros animais que surgiram à face da Terra estavam ligados por uma rede de filamentos, sendo esta a primeira evidência alguma vez encontrada de vida se "conectando" em um tipo de "rede social" muito antiga. 

Cientistas das universidades de Cambridge e Oxford descobriram fios fossilizados, alguns com até quatro metros de comprimento, que conectavam organismos conhecidos como rangeomorfos, que dominavam os oceanos da Terra há 500 milhões de anos.
O grupo de pesquisadores descobriu estas redes de filamentos, que poderiam ter sido utilizadas para nutrição, comunicação e reprodução, em sete espécies em quase 40 jazidas de fósseis diferentes em Newfoundland, no Canadá, de acordo com a revista Current Biology.
 
 
 
Fios fossilizados, alguns de até 4 metros, conectam organismos conhecidos como rangeomorfos, que dominaram os oceanos 500 milhões de anos atrás
Perto do fim do período Ediacarano, entre 571 e 541 milhões de anos, começaram a aparecer as primeiras diversas comunidades de organismos grandes e complexos. Antes disso, quase toda a vida na Terra tinha sido de dimensões microscópicas.
Os rangeomorfos poderiam ter sido os primeiros animais a existir, embora a sua estranha anatomia tenha desconcertado os paleontólogos durante anos, já que pareciam não ter boca, órgão ou meios para se mover. Acredita-se que estes organismos absorviam nutrientes a partir da água que os rodeava.
Tendo em conta que os rangeomorfos não poderiam se movimentar, permanecendo sempre no mesmo local, é possível analisar populações inteiras a partir do registro fóssil. Estudos anteriores de rangeomorfos analisaram como estes organismos conseguiam se reproduzir, sobreviver e ter tanto êxito no seu tempo, escreve portal phys.org.
 
 
 
Fios fossilizados, alguns de até 4 metros, conectam organismos conhecidos como rangeomorfos, que dominaram os oceanos 500 milhões de anos atrás
"Estes organismos parecem ter sido capazes de colonizar rapidamente o fundo do mar, e frequentemente vemos uma espécie dominante nesses leitos fósseis", explica Alex Liu, um dos pesquisadores do Departamento de Ciências da Terra de Cambridge, em comunicado. "A forma como isso acontece ecologicamente tem sido uma questão frequentemente colocada, e estes filamentos podem explicar como conseguiram fazê-lo."
A maior parte dos filamentos tinha entre dois e 40 centímetros de comprimento, embora alguns chegassem até quatro metros de comprimento. No entanto, uma vez que são tão finos, os filamentos são visíveis apenas em locais onde a conservação de fósseis é excepcionalmente boa, o que é uma das razões por que não tinham sido identificadas mais cedo.

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